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Keep Going!

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Clean slate

É engraçado mas ao longo dos anos eu percebi que existe algo que odeio tanto quanto viver em conflito: não sentir nada. Eu me achava incapaz de simplesmente não sentir nada - e talvez fosse, antes do R. Quero dizer, eu vivia dizendo a ele que não sabia como era não sentir nada e que achava que era melhor isso do que me sentir miserável o tempo todo.
Claro, aí entra um fator muito importante q eu só descobri recentemente.
Eu muitas vezes chamo de depressão algo que não é depressão, e sim um desligamento (o tal do não sentir nada)
Eu relacionava com depressão aquele sentimento de que tanto faria se eu morresse agora pq me falta um propósito, mas isso não é depressão. Depressão se relaciona mais com tristeza. Eu não sinto a tristeza em si nesses períodos - eu sinto vontade de que a terra me engula pq eu certamente estou ocupando espaço.
Tem os períodos de depressão, sim, que eu nunca chamei de depressão pq eu achava q era o estado normal do ser humano. O que, como assim? Quer dizer que as pessoas não se sentem um pedaço de cocô horrível o tempo todo? Quer dizer que tem gente que realmente gosta de si mesmo?????


Então minha existência não varia entre normal (porém passional) e depressiva. Minha existência funciona entre Depressiva em 220V/Desligada e esperando a morte.

Não gosto de nenhum dos estados.

Mas o desligamento se tornou tão comum que eu nem me incomodo mais, e não sei se isso é bom. Só sei que a única coisa que quero e penso o tempo todo é dormir, sumir, desaparecer. Não é morrer, mas tb não é viver. É só sobreviver cada dia de cada vez, até que a noite chegue e eu tenha uma desculpa socialmente aceitável pra dormir. Tenho sonhos malucos e sem sentido nenhum, mas eles são tão dissociados da minha realidade que eu anseio por cada um deles, e passo o tempo todo me agarrando as lembranças deles, na esperança de que seja o suficiente pra me levar da "realidade".

Sou muito boa em dissociar. Tem vezes que eu me pego olhando pra uma parede sem ter nem idéia do que está acontecendo, ou do que aconteceu nos ultimos minutos, ou mesmo nas últimas horas. Eu deveria falar sobre isso com meu psiquiatra - o nome disso é Transtorno de Dissociação.

Mas eu não quero que isso passe pq é a melhor fuga que tenho quando estou acordada.

Sei que não dá pra viver fugindo da/na minha própria mente pra sempre, but hey, i gotta try.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Turns


I'm gonna write this in english because I feel like doing so.
Today is a strange day. I kinda felt I was going to be laid off - I feel that often, but today was worse. The thing is, I don't wanna work here anymore, and I know this for awhile, and I didn't know why this made me sad.
I've been thinking a lot of the implications of this lack of satisfaction that haunts me for years now. If I am to be honest, I feel like leaving this place since day one here, but I couldn't, obviously, since I support my mom and I, and obviously I need my income.
But that got me thinking: if I am SO unhappy, why can't I change?
First problem was obvious: I knew what I didn't want, but didn't know what I, in fact, do want. Well, now I know - from the looks of this blog lately, you get what I actually want. I wanna wake up everyday and write and read and live off of that. That is established, ok.
But obviously, is not that simple.
To make it in these world, doesn't matter if you're talented, or even persistent. Only two things matter:
If you're pretty and/or well-off
Who do you know who can give you a push

I have none of these things.

Now, this work situation have just kicked the ball into the game, but the game is bigger than that. (I felt really american saying that). There's much more to the story.
One thing is, some days ago I read a book on sexual assault. If in one hand it was really deep, because it said things I couldn't say to myself, and that was kind of good (knowing that i'm not alone). But at the same time it was horrible because it brought back things I wanted to forget and that little voice in the back of my head that tells me to hate myself kept screaming "stop being such a f*cktard, it was not fucking rape for motherfucking jesus sake, you were just stupid enough to let yourself get taken advantage of". I hate this voice and would argue if it said the same thing about anyone else. I would claim "Rape is rape! Nothing justify this!"
But since it's me, I just cry "of course, it was my fault, I stupid and deserve to die and suffer."
This really really bothers me and I really wish we didn't live in a rape culture where survivors of rape are made fun of all the time because, seriously, I'm done with being told to "lighten up". I'm gonna punch these people one of these days and scream "who's laughing now???"

Anyway, this is getting to me today.
Another thing getting to me today: eating disorders.

Well, you might say "this is confusing, isn't this what this blog is about?" But, yeah, you know, it wasn't for a long while.

Here's the thing, and pay attention cause I'm gonna say this only once: I gained 20kg over the past three or four years. And to be honest, for quite some time, I didn't care. I like to eat, godammit! What is wrong with that?
But here's the catch: fucking society, man. Fucking society telling me, by the mouths of people I love, that being fat is disgusting and that I'm a lazy loser for not spending every waking moment trying to lose some weight.
I feel crappy about this stuff most of the time, but never like today. Today I really want to lay on the floor and cry for hours and starve myself until I'm like fifty kg thinner, and then I get really hungry and I wanna slap myself in the face and hit my head in the wall until hunger goes away, because the voice - the voice again - keeps saying "You stupid fat cunt! Why are you hungry? Feed on your godamned storage of fat that is in your belly and hips. Stupid whale."
I'm not making this up: this is exactly what the voice tells me. It's what I tell myself when I look in the mirror.

I'm a feminist and this feelings go against everything I believe. But I just can shake it. I feel like I'm on a podium screaming "Equality and liberation for all!" while whispering "Except for me. I'm bad, ugly, stupid and undeserving."

And for being a feminist, I also know what fuels this: self-destruction. I don't wanna be skinny because it's pretty. Society tells us skinny is pretty, but this is because they want us to be decorative lamp-girls, that can't speak or put up a fight or do anything other than standing here like a coat hanger, almost invisible, silent, with our mouths closed, fading away, weakened. I feel like that already with all this depression and disorders, but looking in the mirror tells me I'm wrong - I'm big and ugly and boring and broad and take a lot of space and I gotta get smaller. I gotta disappear.
Sorry if it was too long of a post, but... well, here's the thing. I don't care anymore, about pretty much anything else.
I'll try to get hunger suppressors. I'll exercise and skip meals. I'll try to get thin again the only way that ever worked for me - the destructive way.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

The good, the bad and the unhealthy

Tenho pensado muito em relacionamentos abusivos nos últimos dias. Não só relacionamentos românticos (que não são minha praia), mas principalmente amizades abusivas.
Eu costumava ter um monte delas. Eu sempre fui a amiga que todo mundo monta, ofende e abusa, mas eu nunca tinha parado pra notar isso até pouco tempo atrás. Ao longo do tempo, as pessoas me deixaram, ou eu deixei as pessoas - em geral elas me deixaram primeiro - e vejo que hoje me restaram muito poucas amizades.
Vejo tb que estou melhor sem aquelas pessoas.
 Vejam, eu reluto em admitir isso pq parece recalque, parece que to desdenhando das uvas verdes da raposa. Mas é verdade. Dia desses, falando com a ana paula, ela mencionou o quão mal eu ficava alguns dias, na época do R. E é verdade, quem me conheceu naquela época, tem noção do quão fundo de poço foi. Nas palavras de Rachel Green, there's rock bottom, 50 feet of crap, then me.
Eu ainda me sinto assim na maior parte do tempo, mas é diferente agora.
Enfim.
A coisa é que, pensando no assunto - e hj em dia eu admito o quanto o meu "não-relacionamento" com ele me fez mal - eu percebi que ele não era o único. Não era a única pessoa que eu precisava cortar da minha vida. Não era a única pessoa que, depois que foi, me deixou sentindo mais leve.
É engraçado pq em todos os casos, foram amizades as quais eu me agarrei de verdade, com todas as forças, e não queria deixar ir. E só qdo comecei esse post percebi bem o pq.
Pq me destruia, e eu amo tudo que me destroi.
~Jace Wayland feelings~
Não é amor, claro, mas eu sou obcecada em me prender em tudo que me destroi, no caso.
Amores, amizades. Anna e mia, cortes, depressão. Me diziam antigamente (Quando eu era ruim de fingir que tava tudo bem) que eu gostava de ser miserável, que eu gostava de estar deitada no chão pra me pisarem e que isso era incompreensível. Acho que tinham razão em um certo ponto, mas não completamente.
Veja, gostar de estar miserável e querer estar miserável são coisas diferentes. Eu nunca gostei de verdade de nenhuma dessas coisas. Mas isso não significa que queria me livrar delas. Eu queria sim, e muitas vezes ainda quero, continuar me refestelando no sentimento de miséria e de culpa, me odiando e me culpando e me agredindo. Eu achei que era a coisa certa, e me fazia sentir bem em uma medida, justamente por me fazer tanto mal. Pq eu sentia que eu merecia e que, me odiando, eu estava me redimindo.
Deixa eu fazer uma analogia pra quem não tá entendendo patavina (embora eu ache que, se vc está lendo um blog chamado "pro anna bunny", deve saber um bocado sobre self-hate). Tem um episódio em Os Simpsons, onde o Bart perde um jogo de baseball (não sei oq exatamente ele perde pq não entendo do jogo) mas a cidade toda começa a odiá-lo. A rejeição deixa ele tão surtadinho que, um belo dia, ele sai pichando a cidade com os dizeres "eu odeio bart simpson" e quando as pessoas o pegam fazendo isso, ele grita "Viram, eu me odeio também, igual a vocês! Podemos voltar a ser amigos agora?"
É meio que isso, sabe? Eu tenho certeza que eu mereço o mal que faço a mim mesma. Tenho certeza que, quanto mais eu me destruo, mais estou expiando algum pecado que cometi e não sei bem qual é, e mais eu fico livre pra... sei lá. Morrer em paz? Ir pro céu? Ser deixada em paz na inexistência?
As vezes me pergunto em que os abusos que sofri me colocaram nessa situação também.
Eu não quero ser definida pelos abusos.
Eu não quero ser definida pelas minhas doenças mentais.
E no entanto, quando menos espero, me pego pensando.
Será que o R. se afastou pq ele era um babaca que não ligava pros meus sentimentos ou pq eu fui uma vaca o tempo todo? Se ao menos eu tivesse ficado quieta.
Será que aquele parente me molestou mesmo ou eu imaginei coisas quando criança? Se ao menos eu tivesse trazido o assunto a tona na ocasião.
Será que a fulana e a ciclana se afastaram por serem bitches sem consideração ou fui eu que as afastei porque não cresço nunca, tenho (25 com mentalidade de 13)? Se ao menos eu tivesse sido melhor em fingir não estar deprimida, já que sou lerda e incapaz de me livrar desse sentimento de verdade.
Será que aquilo foi estupro mesmo, ou o cara não entendeu minha recusa? Se ao menos eu não tivesse saído aquela noite e ficado em casa chorando com meus chocolates.
Será que eu sou doente mesmo, ou será que sou só burra, incompetente, incapaz? Se ao menos eu me esforçasse mais.
Todas essas coisas, por mais diferentes que sejam em contextos, tiveram o mesmo resultado em mim:
me deixaram marcada e com mais cicatrizes por dentro do que por fora, mas mais que as agressões emocionais, o que me machuca sou eu mesma: essa dúvida devoradora que não consigo definir se eu realmente sofri e
estou tendo a reação humana normal às coisas ou se eu sou uma vadia reclamona que devia engolir e superar.
Claro, racionalmente, eu sei a resposta. Eu prefiro me culpar. Eu tenho todas essas reações porque sou humana, e esse é meu jeito de lidar. Assim: colocando a culpa em mim mesma, eu torno essas coisas ruins que aconteceram comigo minha responsabilidade, algo pelo que eu sou culpada, e que cabe a mim consertar - ou, em caso de não poder consertar, é a mim que tenho que punir pra cumprir uma sentença.
São coisas que são MINHA responsabilidade, minha culpa. Não coisas que fizeram pra mim. Pq se são coisas que fizeram pra mim, que não são minha responsabilidade, não tenho controle algum sobre elas, e não posso fazer nada a respeito além de sofrer e/ou seguir em frente. E não acho que eu seja forte o suficiente pra alguentar, então passaria a vida sofrendo. E esse acaba sendo meu jeito de seguir em frente: dizer pra mim mesma "a culpa é minha e tenho que lidar com isso" funciona pq aí eu tenho como me obrigar a seguir em frente mesmo morrendo por dentro.
O assunto gira, gira, gira, mas sempre volta ao controle. Pq eu não tenho fucking controle de nada na vida parece.
Enfim, eu devia fazer uma conclusão inspiradora ou horrivelmente depressiva mas vou ficar por aqui.
Coisas sem conclusão nem sentido, é meio q um retrato da minha vida.
Em tempo, eu tava falando de abusos, em parte pq o livro q to lendo agora me trouxe um bocado de lembranças. Eu acho o livro muito importante pra todo mundo no mundo, mas só saiu agora no Brasil. Chama "Fale!" da autora de "Garotas de Vidro", e se vcs tiverem preguiça de ler (não entendo, mas entendo) tem o filme de 2004 com a Kristen (diva) Stewart (saiu no brasil o filme com o nome "O Silêncio de Melinda"). É sobre tristeza, e sobre se calar sobre tudo que nos mata por dentro e sobre abusos, e sobre como a vida é uma grande MERDA muitas vezes, e como as vezes a gente só pode falar e por pra fora mesmo que ngm escute pq senão a gente morre por dentro. Eu to lendo de hipócrita pq tudo que me mata por dentro, vai continuar me matando e eu não vou fazer nada sobre isso, além de escrever em um blog escondido nos confins da internet sob um pseudônimo, e sempre em meios códigos.
Mas acho importante passar a mensagem pq talvez vcs não sejam como eu e talvez a solução pra vcs seja falar mesmo, e por pra fora tudo que lhes machuca por dentro.
(Trigger Warning/Aviso de Conteúdo: o livro/filme fala sobre abuso sexual, bullying e depressão)
Enfim. Já falei demais. Sorry for anything.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

???

Se não voltei aqui não foi falta de vontade. Eu falo em excesso, todo dia, sobre meus problemas, mas só com a Ana (Paula, não a "anna" etérea, rs).
Mas vir aqui e tentar juntar em palavras pra pessoas que não me acompanham todo dia é diferente. Me dá a dimensão do vazio que eu tento preencher de coisas - ou da imensidão de coisas que me jogam no vazio. Eu sei que por aqui algumas pessoas já estão desistindo de ler, porque não to falando coisa com coisa, e no entanto, na minha cabeça faz todo sentido. E isso é um bom resumo do que tem sido minha vida nos últimos tempos - um amontoado de coisas e um vazio ao mesmo tempo, uma indecisão entre querer mais e querer menos, onde a única certeza é: não to feliz como estou. Mas não sei o que - ou se - quero mudar.
*mais coisas sem sentido, Bunny*
Isso só colabora pro meu isolamento. Me sinto mais segura quieta num cantinho do que dando a cara a tapa, e isso me faz feliz. Poder empurrar com a barriga mais hoje, mais amanhã, mais uma semana, mais um ano. Percebi agora que tenho feito isso por cerca de dez anos. Mas nunca nesse nível.
Antes tinha metas pra ser adulta - terminar o colégio, terminar faculdade, arrumar emprego. Como nunca ia arrumar namorado, não listei marido e filhos. And that was that. Cumpri a To-Do list da vida e... e agora?
Não é nem a questão de não ter sonhos e pá, eu tenho. Mas antes eu tinha desculpas. Eu não podia parar pra pensar noq eu queria pq eu tinha que fazer essas coisas. Agora é mais difícil. Eu ainda empurro as coisas com a barriga (imensa que tenho), mas não posso deixar de reconhecer que to procrastinando.
É mais pq não quero admitir a derrota pro mundo adulto, conformado e sem sonhos, mas tb não quero sonhar pq já quebrei a cara vezes demais.
Como falei, não sei oq quero.
Acho que só vim postar pra atualizar, pq não consigo mais me expressar como gostaria a respeito...

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Eu tinha um bom título mas esqueci

(Minha mente sempre foi bagunçada, mas ultimamente está batendo um record.)
Ninguém nunca me disse o que fazer nessas situações. A vida toda me deram um manual e só hoje em dia percebi que o equipamento era outro.
Me disseram que a vida funcionava assim: Eu devia estudar bastante, fazer uma faculdade de achar um emprego que pagasse bem. Eu devia me esforçar sempre pra ganhar bem, o melhor possível, mas hey, tinha que ser numa área que amo, porque não ia querer ser uma profissional medíocre (senão não ia ganhar bem).
Me disseram que ao longo do caminho eu teria namorados, e um dia acabaria me casando e tendo bebês (antes dos trinta, de preferência, Bunny, porque depois a sociedade te convence que você tá velha, mesmo que você possa estar nem na metade da vida)
Me disseram também que a chave para realizar sonhos não era só talento ou sorte (embora sejam importantíssimos, Bunny!) O principal era a persistência. Eu deveria lutar pelos meus sonhos ou morrer tentando (caso contrário eu mereço o fracasso).
Claro, eu devia ter desconfiado do manual de instruções da vida quando percebi que ele dizia "pra emagrecer basta força de vontade!!!" sendo que não importa o quanto eu queira eu acabo cedendo a comida, e só o que consigo então é a sensação de fracasso. Mas essa é a coisa sobre o manual de instruções: ele te diz que se você não consegue lidar com as coisas como ele manda, você é um fracasso, mesmo. Se você não consegue configurar o equipamento mesmo seguindo as instruções do manual, a culpa é sua, não do equipamento.
É, isso tá parecendo um post motivacional. Não é. Não vou ficar dizendo pra vcs se libertarem das amarras do manual de instrução. Vocês provavelmente podem mas, hey, esse é meu cantinho egoísta da internet. Então, sim, tem milhões de pessoas que socam a caixinha onde foram colocadas até vencerem suas limitações. Tem gente que tá por aí dando palestras motivacionais e sambando na cara da sociedade porque se deu bem apesar dos pesares... mas vejam, a coisa é a seguinte: eu acho que minha vida fica mais fácil se eu aceitar logo que eu sou uma dessas pessoas. Que existem pessoas cujos sonhos nunca vão se realizar. I mean, seriously. Eu sei que não devia ficar aventando isso (devia guardar pro outro blog mas ele não tá pronto) mas com tanta gente nesse planeta, tem um monte que vai atrás dos seus sonhos. Não é possível que TODOS se realizem, e eu sinceramente acho bom pra mim aceitar isso.
Ainda mais nesse mercado. Se eu ganhasse um real pra cada vez que vejo um editor favorecendo um autor que é amigo pessoal enquanto diz por aí que dá oportunidade para estreantes (sem dar), eu provavelmente teria o dinheiro pra publicar por uma dessas editoras grandes (que tb dizem apoiar os autores iniciantes, mas só sob um contrato bem gordo).
"Mas Bunny, quanta armagura!"
É, o problema é bem isso.

Eu não sei como viver assim. Nunca aprendi, apesar de viver assim há 25 anos. E nesse momento, só queria uma direção sabe?
Eu odeio meu trabalho, odeio minha vida, odeio meu corpo, odeio a mim mesma. E por mais que ouça o tempo todo como eu sou inteligente e como é só querer pra sair dessa situação, nada é tão simples. Eu passei 25 anos me encolhendo em um cantinho com medo de ser chutada e toda bendita vez em que tentei mudar as coisas por mim mesma eu me ferrei. Sério, não consigo nem trocar meu plano de internet sem arranjar uma dor de cabeça e não ter nunca o problema resolvido. É como se o mundo todo gritasse o tempo todo pra mim voltar pro meu cantinho e parar de tentar falar mais alto pq eu devia dar graças aos deuses por ser TÃO abençoada.
O que fica difícil de explicar pras pessoas é que não importa o quão "abençoada" eu seja, eu me sinto mal, e não é algo que eu possa controlar. E além da depressão, eu sinto uma culpa enorme por estar tão deprimida sendo tão "abençoada".
E eu não consigo mais, não consigo, e só o que todo mundo ouve é "não quero". Como se me faltasse vontade ou força de vontade ou como se eu não lutasse o bastante. E eu to começando a acreditar neles porque me odeio demais pra conseguir botar a culpa em uma doença e não em mim mesma.

Obrigada a todas que me deram uma mão no post passado, but really, não é que eu não acredite em vocês. É que toda vez que acreditei em mim mesma dei de cara no asfalto.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Fluffy, puffy litlle stuff.

Por mais que eu reclame dela, eu tenho uma escritora brasileira da qual sou meio fangirl. Claro que reclamo, oras, em parte tenho inveja dela por ter talento e ser bonita e famosa na área que eu queria ser. Mas esses são exatamente os motivos que fazem eu gostar dela, afinal de contas: a coisa que sempre tive com a tia Rowling de "ela se ferrou e conseguiu, talvez eu tb consiga."
Claro, é tudo uma ilusão da qual eu me alimento nos dias em que tenho esperança de que alguma coisa dê certo na minha vida e pás.
Enfim, nada disso tem a ver com a conversa. A questão é que eu, burra como sou, mais teimosa que uma porta, não aprendo a ficar quieta no meu canto pq obviamente minhas tentativas de sair da zona de conforto acabam em um rio de lágrimas.
(Soou menos dramático na minha cabeça, juro)
Anyway, tudo isso pra dizer que notei uma constante - eu fico tentando falar com essa pessoa, provavelmente por causa da minha necessidade insana de
aprovação alheia, não importando exatamente se eu gosto da pessoa, mas do meu egocentrismo e necessidade de ser percebida (e de preferência, admirada), provavelmente porque eu sei que isso não aconteceria nunca por eu ser uma pessoa tão ruim que merece se dar mal e... eu to desviando o assunto de novo! Sorry. De volta ao assunto.
Notei uma constante de ficar querendo falar com ela e chamar sua atenção e ela, quando responde (mandei um email tem sete meses e posso visualizar ela deletando ele dizendo a si mesma que era melhor nem responder) sempre usa as mesmas palavras. "Que fofa!"
Tenho um amigo (amizade complicada como todas as minhas) que sempre se ofende qdo alguém chama ele de fofo, mas principalmente pq ele acha que é uma conotação homossexual essa palavra. Como se chamar ele de 'fofo" diminuísse a masculinidade dele. O que é bem tosco, js.
Mas de repente, me incomoda tb, pelo menos - ou principalmente - vindo dela. Me dá uma sensação de diminuição tb, mas claro, por motivos totalmente diferentes.
Pq não tem muito o que se dizer de mim. Não sou bonita ou inteligente. Só oq consigo ser, com muito esforço, é "fofa". É ser gentil com as pessoas quando imploro pelamordedeus pela sua atenção. Mas tb só sou tão "fofa" - e ela nem sabe o quando sou fofa, principalmente pros lados - pq no fundo sei q sou só uma ressentida sem futuro. Não importa o quão bem eu ache que possa escrever. Não importa que assim como ela eu tenha passado boa parte da minha infância e adolescência sendo chamada de "a esquisita", sem amigos, só podendo confiar nos livros na minha própria cabeça, não importa que nós duas tenhamos achado uma válvula de escape através da literatura fantástica. Ela ainda é linda e magra e esperta e bem casada e feliz e tudo que eu deveria ser mas não sou, pq eu sou só "fofa".
Tão fofa que acho que posso sair quicando.
Estou tentando não jantar, e isso me magoa. Minha mãe me disse na cara dura que eu devia parar de jantar pra emagrecer (mesmo sendo ela 15kg mais gorda, mesmo ela sabendo que eu quero parar de lutar contra a balança). E aí não jantei ontem nem pretendo jantar hj e ela já faz um drama de que eu não estou comendo. Tipo, sério? Ou vc tem uma filha magra, ou uma filha que come, os dois ao mesmo tempo não dá, não nessa cadeia de DNA que voce gerou.
Tenho a sensação horrível de que tudo isso é inútil e que estou lutando uma batalha perdida por pura falta de opção. Eu sei que não vou conseguir. Não vou conseguir viver de escrever e não vou conseguir emagrecer e deveria me conformar com minha vida medíocre de gorda quase invisível mas UGH só o que quero fazer é gritar e correr pra longe, e pq é tão difícil? Pq é tão difícil eu me conformar numa caixinha sendo e é só oq o destino me reservou, só oq posso ter com meu nível de (falta de) talento e beleza e carisma, então POR QUE tem que ser tão difícil me conformar com isso e ficar sempre querendo mais?
Ser chamada de fofa por alguém com cacife devia ser motivo de orgulho pq pelo menos alguém se forçou a notar que eu existo, quando geralmente as pessoas desviam o caminho e fingem que dormem só pra não reconhecer minha presença.

In other news, vcs tem facebook (lógico, Bunny, todo mundo tem). Vou limpar uma das minhas contas fake pra deixar como "official" de Bunny, assim vcs podem me adicionar por lá sem ter q lidar com a cena q eu faço no meu oficial de Priscila.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Spiraling down

Tem horas que odeio muito meu corpo. Tenho vontade de vomitar e nunca mais voltar a comer. Mas é difícil demais quando meu único conforto está na comida e na leitura. Se eu estiver fazendo uma das duas, coisas, consigo me manter sã. Em geral, se estiver lendo, esqueço de comer - e de dormir, e de fazer qualquer coisa. Mas não posso ficar lendo enquanto faço coisas de adulto funcional - levantar, pegar onibus, trabalhar - então fico comendo - sem fome, sem vontade, apenas pra que o tempo passe.
Fico cada vez mais fechada dentro de mim. Não sinto necessidade de falar com as pessoas se elas não falarem comigo. Aliás, nem que falem, não sinto vontade de responder. Parece que toda vez que faço um esforço em interagir com as pessoas elas nunca podem responder, então quando elas podem, eu perco a vontade. Mais que isso, perco o interesse. Da lista de coisas que só posso falar aqui: eu perco o interesse fácil nas pessoas. Eu simplesmente não me importo. Como se houvesse um interruptor. Eu posso te amar e me preocupar demais com vc e fazer qualquer coisa pra te compensar do fato de que sou uma merda de amiga. Então, de repente, vc deixa de ligar, ou faz algo q me deixa louca (tipo invalidar meu feminismo que é a ÚNICA coisa sobre mim que me orgulha) e o interruptor desliga e eu deixo de me importar at all. Só o que fico sentindo no lugar é mágoa. Mágoa mágoa mágoa. Tudo que era um presente dado com prazer se torna uma obrigação cumprida pra se tornar mais um item de ressentimento. E eu vou me afastando, silenciando, e muitas vezes as pessoas não percebem. E se percebem resolvem "respeitar minha decisão", pq não querem lidar. Mas se quisessem, acho que não haveria chance.
Uma coisa que pouca gente sabe sobre oq houve com o R. foi isso - eu já estava nessa fase de me afastar sozinha. Mais um tempo e... teria sido sem drama, mas fazer oq. Ele fez então a única coisa que me manteria presa a ele por tanto tempo quanto manteve - ele me chutou primeiro. E eu fiquei louca como fiquei, despedaçada, desesperada.
Ah, eu achava que era amor e saudade e até doença.
Hoje sei que não sou uma pessoa boa, pra ter esse tipo de sentimento.
Foi birra. Criancice. Foi não aceitar que ele fizesse isso comigo. Porque esse afastamento tinha que ser decisão MINHA. Eu tinha que dar a última palavra. Foi só por isso que, por tanto tempo, eu insisti tanto em perseguir algo que nunca esteve ao meu alcance: eu queria pegar as uvas pra poder dizer que estavam verdes.

Me pergunto se a sociopata sou eu, se não sou eu que manipulo as pessoas tanto, se eu tenho sequer algum sentimento, pq eu tão raramente me importo com as pessoas que me assusta. Sempre, sempre, sempre que me importo tenho certeza que posso cavar um pouco o sentimento pra achar a razão verdadeira e vai ser uma razão egoísta. Tento não olhar muito pr'esse lado. Eu legitimamente sorrio, feliz, quando noto que a tristeza de um amigo me chateia, chateia de verdade, e não tem uma parte da minha mente pensando noq eu ganho ou perco com aquilo.
Dia desses falei pro meu psiquiatra q não me importo com as pessoas e vi que pela primeira vez ele ficou sem palavras. E essa é a linha, essa é a linha invisível que não quero cruzar na terapia, de tanto medo que tenho de descobrir que não tenho problemas, que sou só uma pessoa ruim.
Mas claro, eu acredito nisso, já. Só não quero confirmação médica.

Eu desisti, simplesmente. Eu fico tentando ter esperanças em relação ao meu livro, mas quando as coisas dão errado, eu penso "eu devia ter imaginado. Eu mereço isso. Mereço tudo de ruim que me aconteça e devia saber que não ia dar certo." Isso faz com que eu me feche mais fundo dentro da concha, sonhe menos, tente menos, me decepcione menos.

É difícil explicar pra quem tá de fora. Eu não consigo nem dizer que me odeio, pq ódio é uma emoção forte demais. Eu me desprezo. Me detesto, me acho fraca, horrorosa, gorda, patética. Se tivesse a opção, ficaria o mais longe possível de mim. Sou o tipo de pessoa que eu evitaria em qualquer contexto sem pensar duas vezes e sem remorso. O único motivo pra eu não me matar é que sei que isso acabaria com minha mãe. Uma garota que morava com a mãe lá perto de casa foi assassinada e minha mãe ficava dizendo que não conseguia parar de pensar em como a mãe da menina se sentia. E eu ouvi as palavras não ditas "Eu me sentiria assim se fosse com você."

Tem sido cada dia mais difícil, no entanto, esse fingimento todo. Agir como uma adulta racional, normal, funcional. As vezes eu só quero gritar e bater a cabeça na parede. As vezes eu tenho blackouts e fico olhando pra parede sem ver nada. As vezes, como hoje, eu choro e gemo escondida pra não surtar, pra deixar vazar pelo menos um cadinho da agonia que é conviver comigo mesma. As vezes me tranco no banheiro e me estapeio, usando todas as forças humanamente possíveis pra não me cortar nem vomitar, pra não haver mais marcas vísiveis da minha insanidade.
Se eu tivesse opção, seria uma hikikomori. Não sairia do meu quarto nunca, a não ser pra usar o banheiro e tomar um banho. Se pudesse trabalhar de casa, continuaria sustentando a casa e pagando as contas e comprando as coisas pra minha mãe. Poderia perfeitamente viver minha vida assim. Longe de qualquer outro ser humano. Seria melhor, seria mais fácil. Seria bom pq não teria mais que ver nem falar com ngm, nem me comparar com ngm e lembrar o quanto sou babaca e patética. E ruim. O quanto sou ruim. Quando estou sozinha, só eu, a internet e os livros (e a comida, mas acho q aí nem comeria tanto), me sinto menos patética pq esqueço de mim. Pq ali só existem os personagens que leio e que crio, e esqueço. Eu não existo naqueles momentos. Só estou absorvendo oq as mentes de pessoas melhores que eu criaram. Ou mesmo vivendo nas fantasias idiotas que eu mesma criei. Mas eu mesma, essa pessoa gorda, feia, burra, egoísta, ruim, essa não existe. Priscila não existe. Bunny não existe. E quando não existo, mesmo que temporariamente, é que estou mais feliz.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Ugly girls can't be lucky

Eu ouvi, muitas vezes, que parte do sucesso de escritores e artistas em geral se deve à sorte. Pra mim sempre foi bullshit, pq sério, sou daquelas do "nada substitui o talento". Exceto quando se fala em 50 tons de cinza, aí já acho que é mais um evento psicossocial do que, sabe, talento.
Teve um tempo, não muito tempo atrás, em que eu achei que tinha sorte. Eu estava... bem. Relativamente bem. De repente me deu mais vontade de escrever, e escrevi. E terminei o primeiro romance, além de um livro de contos. De repente nada me incomodava demais, eu tinha abandonado a dieta de vez e mesmo estando 30kg acima do peso dos sonhos que nunca terei, eu não estava mal, eu ficava feliz por comer o que queria sem me incomodar, passar os fins de semana lendo e escrevendo, eu me considerava sortuda por "ganhar bem" e não me preocupar e ter talento e estar lutando pelo que eu amava, sabe?
Então, de uns tempos pra cá, começou tudo de novo. Comecei a me sentir mal e um cocô e incomodada e não sabia bem o pq. Acho que em partes, foi pressentimento. Não do tipo "magical feeling". Sou uma pessoa super racional e consigo perceber coisas mesmo quando quero acreditar que vai acontecer o oposto.
Culminou na história de uma editora X, que aceitou meu original pra publicação, no entanto me cobraria os olhos da cara. É uma editora grande e eu contava com um investimento pequeno (não é mesquinhez, é baixa renda mesmo) e uma divulgação, se não boa, razoável. Então eles vem, aprovam o original e me dizem que vou ter que comprar uma cota de exemplares por algo que é quase meu rendimento anual.
Isso acabou sendo um Fatality no meu ânimo que já andava mal das pernas. E de repente, várias questões que não tem NADA a ver com talento me incomodam.
Porque, sério, várias pessoas publicam com essa editora, certo? Então o problema não pode ser com eles. De repente, comecei a pensar que ganho mal. Claro que em relação a como era antes - o tempo em que eu tinha que andar de volta do colégio porque não tinha 2 reais (a tarifa da época) pra voltar pra casa de ônibus. O tempo em que eu comia duas bolachinhas com café de manhã, não pra emagrecer, mas pq um pacote de biscoitos era luxo. Em comparação com esse tempo, eu nado em dinheiro.
Mas aí eu paro pra pensar nas outras pessoas. Essas que não passam 10 horas por dia em um escritório. Essas que não almoçam correndo onde é mais perto pra terminar o trabalho. Essas que não ficam até as 11 no trabalho - essas mesmas que podem ir ao shopping aqui perto e comprar uma jóia de 16 mil reais, quando eu não tenho esses mesmos 16 mil pra publicar meu livro, essas que voltam com sacolas e mais sacolas pra casa de lojas onde um vestido simples custa mais de 5 mil reais - vestido esse que elas vão usar uma vez. É, essas pessoas podem ter talento. Elas podem conseguir publicar.
Mas não importa quanto talento eu tenha, eu nunca vou me dar melhor que elas, vou?
Also, estava agora a pouco no site de uma escritora famosa - que, não me entendam mal, adoro. Ela é realmente talentosa.
Mas ela também é loira e magra.
Não me entendam mal, leitoras loiras e/ou magras. Isso não é uma coisa ruim, mas vejam vocês. Essa mesma escritora sempre diz que foi vítima de um bullying tremendo na escola, e no começo, eu pensava nela como inspiração, de certa forma - de que um dia, aquelas pessoas que me chamaram de esquisita (assim como chamaram ela) um dia vão ter que pagar a lingua, right?
Errado. Eu tenho uma séria dificuldade, quando olho pra ela, de pensar que aquela garota um dia sequer em sua vida tenha sofrido bullying. Pq, bom, ela é linda. Garotas lindas não sofrem bullying, eu digo a mim mesma, garotas bonitas tem sorte.
Bom, posso estar errada quanto à primeira afirmação - bullying, essa desgraça, atinge qualquer um pelo simples motivo de que crianças e adolescentes são cruéis. Mas não a segunda.
Digam o que quiserem, se encaixar nos padrões (eurocêntricos geralmente) de beleza é uma mão na roda.
Então, sei lá, eu fico pensando que mesmo que eu seja publicada, não parece que vou fazer sucesso se até o meio literário é assim.
Claro, não tô sentada aqui aleatória. Mandei o mesmo original pra outras editoras, que demoram mais a responder (QUANDO respondem. A maioria não te dá nem um aviso se o seu original for rejeitado). Estou esperando, eu digo a todos, estou extremamente calma, esperando uma resposta, a questão financeira da outra editora não me afetou nem um pouco, continuarei lutando pelos meus sonhos, eu sei que não é fácil.
Mas aqui pra vcs eu posso admitir que é bullshit. O livro de contos que lancei de modo independente vendeu, sabem quantos exemplares? 4. Quatro.
Ouço bullshit como "mas tem que divulgar", "é só o começo", e não me levem a mal, são conselhos válidos. Mas eu sigo os conselhos. Eu corro atrás. Eu só falto sair de porta em porta implorando "pfvr comprem meu livro". Não adianta.
Então, sei lá, eu penso que, não importa muito tb que eu tenha talento AND consiga publicar. De repente penso que essa "sorte" que dizem que os escritores/artistas tem que ter não é bem "sorte". Se eu fosse bonita, magra, extrovertida, eu teria mais sorte, não? Ficaria conhecida mais fácil.
Mas garotas feias não tem sorte.
E claro, pode-se dizer que sou feia por opção. Mas no meu lugar a maioria das pessoas se acomodaria tb. Pq vejam bem. Eu posso até emagrecer - com muito, MUITO sacrifício, já que minha tendência sempre foi engordar.
Só que tem muitas outras coisas erradas comigo. Um excesso de pelos e dentes tortos - achava que meu sorriso era bonito mas dentistas me mostraram que estava errada - e óculos que mesmo que sejam trocados por lentes, ainda terei olhos pequenos e estranhos que não chamam atenção. Minha pele tem esse tom amarelado meio doente que não faz de mim nem branca nem negra nem parda (mas minha mãe jura que sou branca). Minha pele também é toda sensível e vive cheia de feridas e manchas - além claro "daquelas" cicatrizes. Meu cabelo eu nem comento, esse ninho de ratos, que deveria ser a verdadeira definição de cabelo ruim, já que ele não é liso nem cacheado e vive armado como se eu não penteasse. Ah, e mesmo que eu gastasse uma pequena fortuna ajeitando isso tudo, ainda seria baixinha pracacete, e isso não dá pra corrigir, e faz com que qualquer roupa sexy que eu use fique só ridícula.
Talvez eu devesse só me conformar em ser feia e medíocre e escrever nas horas vagas e deixar meus livros nas "gavetas" (documentos do computador hoje em dia) e simplesmente parar de me humilhar, porque garotas feias e pobres não se dão bem, e eu devia agradecer a deus por tudo que tenho agora em vez de querer mais.

E antes que alguém puxe a carta "JK Rowling", ela é uma em um milhão. Eu sempre mirei nela - pq ela mal tinha dinheiro pra criar a filha e agora é tipo a pessoa mais admirada e endinheirada do planeta - mas tá na hora de botar o pé no chão e aceitar que só nasce uma dessa a cada sei lá quantos anos, e eu não sou uma dessas.

(Lembrando que vcs não precisam aconselhar nem nada.... venho aqui mais pra tagarelar....)

terça-feira, 11 de junho de 2013

I'm so freaking pissed. Do I look like an ATM?
Why can't I just say no and deal with people leaving? It's not like they stay anyways. Why can't I just say "I won't five you money because you still owe me!" and deal with it!
I hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me

segunda-feira, 10 de junho de 2013

só pra constar.

Volto a fazer RA amanhã. Por mais que a comida me conforte, tenho chorado por horas ao ver os números na balança, e ontem passei parte da noite ao lado de uma garota que podia furar alguém com os ossos de tão magra. Me fez sentir mal como eu nem lembrava q podia.
Eu sei que estou cedendo a pressão da sociedade contra a qual eu vivo falando. Mas antes eu comia o tempo todo pra me sentir bem - pelo menos na hora que estou comendo - mas agora mesmo quando como, só me sinto miserável. E se vou me sentir miserável com ou sem comida, que seja sem.
=(

segunda-feira, 3 de junho de 2013

I'm not dead (i guess)

Bom, eu sei que abandonei esse blog, mas o motivo era óbvio: cansei. Cansei de contar calorias, cansei de me preocupar, e sim, ganhei mais de 15kg desde que resolvi parar de me preocupar com o que como, mas entendam, não é tão fácil quanto parece.
"Questão de força de vontade, Bunny", vcs podem dizer.
Bom, é.
A questão é que não quero.
Assim, tá, eu quero ser magra e mimimi. Mas não quero parar de comer, sabem pq? Pq me conforta. Quando eu to comendo, de algum jeito, as coisas parecem melhores, mais fáceis, mais interessantes. É uma coisa sem sentido, mas enquanto eu tenho liberdade pra comer, eu me sinto feliz.
Acho q, basicamente, oq houve foi o seguinte: antigamente, minha cabeça, meus sentimentos, eram um caos. A única coisa que eu conseguia manter, que me ajudava a ter algum controle em algo na minha vida, era meu peso. Era meu modo de exercer controle quando tudo estava fora de controle.
Hoje em dia, tudo está super controlado. Eu coloco meus sentimentos em caixinhas e os pensamentos em gavetas e tá tudo muito bem catalogado e armazenado e trancado em um porão. Não é nada saudável, mas eu me mantenho funcional assim. Tudo sob o mais estrito e restrito controle.
E a única coisa que consigo deixar fora de controle, que me faz ficar relaxada e não tão restringida por mim mesma é a comida incessante e descontrolada.

Mas de qualquer maneira, eu quis voltar aqui. Quero fazê-lo com mais frequencia, mesmo com a vergonha do meu peso, mesmo sabendo que esse mundo ana/mia/dietas não me pertence mais. Pq eu sinto saudade de blogar aqui. Pq tenho aqui uma liberdade que não tenho com meu blog "pessoal", que acho que tenho só no tumblr, mas o tumblr tecnicamente ngm lê, mesmo. Aqui eu posso por exemplo dizer que, na verdade, meu desejo todo de blogar aconteceu nesse exato momento pq vi uma amiga de anos falando o quanto ela ama as amigas-irmãs dela - e eu não fui incluída, mesmo me esforçando além da capacidade da fobia social pra mostrar q me importo. Me chateou, mas vou lá no fb e finjo que não.
Tb pq realizei, em partes, algo que queria tinha ANOS e caí na idiotice de mandar email pr'Aquele-que-não-se-deve-nomear, e sei q não devia. Pq ele é um idiota.
O problema, vejam, é que meu feminismo é muito importante pra mim, e pra ele é uma piada. E meu mais novo melhor amigo parece pensar que é tb. E me entristece gostar tanto de pessoas que não levam a sério minhas visões de mundo. Que não entendem. Que mania é essa minha? De querer sempre amar que não me ama ou não se importa com o que eu penso, como se eu pudesse consertar as pessoas, consertar isso, fazer com que tudo fique do meu jeito?
Eu sei q não posso e não paro de tentar
mas acho que é por isso que gosto de escrever, né. Criar meus mundos do jeito que eu quero, personagens sempre com epifanias na hora certa.

Enfim, eu volto. Quero agradecer publicamente a Lia por ter vindo comentar aqui quando eu sumi pedindo q eu voltasse. Assim q possível passo no seu blog, Lia.

Enfim.


Queria pedir pra vcs darem uma olhadinha aqui, ó:
https://www.clubedeautores.com.br/book/146172--Disturbia

Tá, fui.