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Keep Going!

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Eu tinha um bom título mas esqueci

(Minha mente sempre foi bagunçada, mas ultimamente está batendo um record.)
Ninguém nunca me disse o que fazer nessas situações. A vida toda me deram um manual e só hoje em dia percebi que o equipamento era outro.
Me disseram que a vida funcionava assim: Eu devia estudar bastante, fazer uma faculdade de achar um emprego que pagasse bem. Eu devia me esforçar sempre pra ganhar bem, o melhor possível, mas hey, tinha que ser numa área que amo, porque não ia querer ser uma profissional medíocre (senão não ia ganhar bem).
Me disseram que ao longo do caminho eu teria namorados, e um dia acabaria me casando e tendo bebês (antes dos trinta, de preferência, Bunny, porque depois a sociedade te convence que você tá velha, mesmo que você possa estar nem na metade da vida)
Me disseram também que a chave para realizar sonhos não era só talento ou sorte (embora sejam importantíssimos, Bunny!) O principal era a persistência. Eu deveria lutar pelos meus sonhos ou morrer tentando (caso contrário eu mereço o fracasso).
Claro, eu devia ter desconfiado do manual de instruções da vida quando percebi que ele dizia "pra emagrecer basta força de vontade!!!" sendo que não importa o quanto eu queira eu acabo cedendo a comida, e só o que consigo então é a sensação de fracasso. Mas essa é a coisa sobre o manual de instruções: ele te diz que se você não consegue lidar com as coisas como ele manda, você é um fracasso, mesmo. Se você não consegue configurar o equipamento mesmo seguindo as instruções do manual, a culpa é sua, não do equipamento.
É, isso tá parecendo um post motivacional. Não é. Não vou ficar dizendo pra vcs se libertarem das amarras do manual de instrução. Vocês provavelmente podem mas, hey, esse é meu cantinho egoísta da internet. Então, sim, tem milhões de pessoas que socam a caixinha onde foram colocadas até vencerem suas limitações. Tem gente que tá por aí dando palestras motivacionais e sambando na cara da sociedade porque se deu bem apesar dos pesares... mas vejam, a coisa é a seguinte: eu acho que minha vida fica mais fácil se eu aceitar logo que eu sou uma dessas pessoas. Que existem pessoas cujos sonhos nunca vão se realizar. I mean, seriously. Eu sei que não devia ficar aventando isso (devia guardar pro outro blog mas ele não tá pronto) mas com tanta gente nesse planeta, tem um monte que vai atrás dos seus sonhos. Não é possível que TODOS se realizem, e eu sinceramente acho bom pra mim aceitar isso.
Ainda mais nesse mercado. Se eu ganhasse um real pra cada vez que vejo um editor favorecendo um autor que é amigo pessoal enquanto diz por aí que dá oportunidade para estreantes (sem dar), eu provavelmente teria o dinheiro pra publicar por uma dessas editoras grandes (que tb dizem apoiar os autores iniciantes, mas só sob um contrato bem gordo).
"Mas Bunny, quanta armagura!"
É, o problema é bem isso.

Eu não sei como viver assim. Nunca aprendi, apesar de viver assim há 25 anos. E nesse momento, só queria uma direção sabe?
Eu odeio meu trabalho, odeio minha vida, odeio meu corpo, odeio a mim mesma. E por mais que ouça o tempo todo como eu sou inteligente e como é só querer pra sair dessa situação, nada é tão simples. Eu passei 25 anos me encolhendo em um cantinho com medo de ser chutada e toda bendita vez em que tentei mudar as coisas por mim mesma eu me ferrei. Sério, não consigo nem trocar meu plano de internet sem arranjar uma dor de cabeça e não ter nunca o problema resolvido. É como se o mundo todo gritasse o tempo todo pra mim voltar pro meu cantinho e parar de tentar falar mais alto pq eu devia dar graças aos deuses por ser TÃO abençoada.
O que fica difícil de explicar pras pessoas é que não importa o quão "abençoada" eu seja, eu me sinto mal, e não é algo que eu possa controlar. E além da depressão, eu sinto uma culpa enorme por estar tão deprimida sendo tão "abençoada".
E eu não consigo mais, não consigo, e só o que todo mundo ouve é "não quero". Como se me faltasse vontade ou força de vontade ou como se eu não lutasse o bastante. E eu to começando a acreditar neles porque me odeio demais pra conseguir botar a culpa em uma doença e não em mim mesma.

Obrigada a todas que me deram uma mão no post passado, but really, não é que eu não acredite em vocês. É que toda vez que acreditei em mim mesma dei de cara no asfalto.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Fluffy, puffy litlle stuff.

Por mais que eu reclame dela, eu tenho uma escritora brasileira da qual sou meio fangirl. Claro que reclamo, oras, em parte tenho inveja dela por ter talento e ser bonita e famosa na área que eu queria ser. Mas esses são exatamente os motivos que fazem eu gostar dela, afinal de contas: a coisa que sempre tive com a tia Rowling de "ela se ferrou e conseguiu, talvez eu tb consiga."
Claro, é tudo uma ilusão da qual eu me alimento nos dias em que tenho esperança de que alguma coisa dê certo na minha vida e pás.
Enfim, nada disso tem a ver com a conversa. A questão é que eu, burra como sou, mais teimosa que uma porta, não aprendo a ficar quieta no meu canto pq obviamente minhas tentativas de sair da zona de conforto acabam em um rio de lágrimas.
(Soou menos dramático na minha cabeça, juro)
Anyway, tudo isso pra dizer que notei uma constante - eu fico tentando falar com essa pessoa, provavelmente por causa da minha necessidade insana de
aprovação alheia, não importando exatamente se eu gosto da pessoa, mas do meu egocentrismo e necessidade de ser percebida (e de preferência, admirada), provavelmente porque eu sei que isso não aconteceria nunca por eu ser uma pessoa tão ruim que merece se dar mal e... eu to desviando o assunto de novo! Sorry. De volta ao assunto.
Notei uma constante de ficar querendo falar com ela e chamar sua atenção e ela, quando responde (mandei um email tem sete meses e posso visualizar ela deletando ele dizendo a si mesma que era melhor nem responder) sempre usa as mesmas palavras. "Que fofa!"
Tenho um amigo (amizade complicada como todas as minhas) que sempre se ofende qdo alguém chama ele de fofo, mas principalmente pq ele acha que é uma conotação homossexual essa palavra. Como se chamar ele de 'fofo" diminuísse a masculinidade dele. O que é bem tosco, js.
Mas de repente, me incomoda tb, pelo menos - ou principalmente - vindo dela. Me dá uma sensação de diminuição tb, mas claro, por motivos totalmente diferentes.
Pq não tem muito o que se dizer de mim. Não sou bonita ou inteligente. Só oq consigo ser, com muito esforço, é "fofa". É ser gentil com as pessoas quando imploro pelamordedeus pela sua atenção. Mas tb só sou tão "fofa" - e ela nem sabe o quando sou fofa, principalmente pros lados - pq no fundo sei q sou só uma ressentida sem futuro. Não importa o quão bem eu ache que possa escrever. Não importa que assim como ela eu tenha passado boa parte da minha infância e adolescência sendo chamada de "a esquisita", sem amigos, só podendo confiar nos livros na minha própria cabeça, não importa que nós duas tenhamos achado uma válvula de escape através da literatura fantástica. Ela ainda é linda e magra e esperta e bem casada e feliz e tudo que eu deveria ser mas não sou, pq eu sou só "fofa".
Tão fofa que acho que posso sair quicando.
Estou tentando não jantar, e isso me magoa. Minha mãe me disse na cara dura que eu devia parar de jantar pra emagrecer (mesmo sendo ela 15kg mais gorda, mesmo ela sabendo que eu quero parar de lutar contra a balança). E aí não jantei ontem nem pretendo jantar hj e ela já faz um drama de que eu não estou comendo. Tipo, sério? Ou vc tem uma filha magra, ou uma filha que come, os dois ao mesmo tempo não dá, não nessa cadeia de DNA que voce gerou.
Tenho a sensação horrível de que tudo isso é inútil e que estou lutando uma batalha perdida por pura falta de opção. Eu sei que não vou conseguir. Não vou conseguir viver de escrever e não vou conseguir emagrecer e deveria me conformar com minha vida medíocre de gorda quase invisível mas UGH só o que quero fazer é gritar e correr pra longe, e pq é tão difícil? Pq é tão difícil eu me conformar numa caixinha sendo e é só oq o destino me reservou, só oq posso ter com meu nível de (falta de) talento e beleza e carisma, então POR QUE tem que ser tão difícil me conformar com isso e ficar sempre querendo mais?
Ser chamada de fofa por alguém com cacife devia ser motivo de orgulho pq pelo menos alguém se forçou a notar que eu existo, quando geralmente as pessoas desviam o caminho e fingem que dormem só pra não reconhecer minha presença.

In other news, vcs tem facebook (lógico, Bunny, todo mundo tem). Vou limpar uma das minhas contas fake pra deixar como "official" de Bunny, assim vcs podem me adicionar por lá sem ter q lidar com a cena q eu faço no meu oficial de Priscila.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Spiraling down

Tem horas que odeio muito meu corpo. Tenho vontade de vomitar e nunca mais voltar a comer. Mas é difícil demais quando meu único conforto está na comida e na leitura. Se eu estiver fazendo uma das duas, coisas, consigo me manter sã. Em geral, se estiver lendo, esqueço de comer - e de dormir, e de fazer qualquer coisa. Mas não posso ficar lendo enquanto faço coisas de adulto funcional - levantar, pegar onibus, trabalhar - então fico comendo - sem fome, sem vontade, apenas pra que o tempo passe.
Fico cada vez mais fechada dentro de mim. Não sinto necessidade de falar com as pessoas se elas não falarem comigo. Aliás, nem que falem, não sinto vontade de responder. Parece que toda vez que faço um esforço em interagir com as pessoas elas nunca podem responder, então quando elas podem, eu perco a vontade. Mais que isso, perco o interesse. Da lista de coisas que só posso falar aqui: eu perco o interesse fácil nas pessoas. Eu simplesmente não me importo. Como se houvesse um interruptor. Eu posso te amar e me preocupar demais com vc e fazer qualquer coisa pra te compensar do fato de que sou uma merda de amiga. Então, de repente, vc deixa de ligar, ou faz algo q me deixa louca (tipo invalidar meu feminismo que é a ÚNICA coisa sobre mim que me orgulha) e o interruptor desliga e eu deixo de me importar at all. Só o que fico sentindo no lugar é mágoa. Mágoa mágoa mágoa. Tudo que era um presente dado com prazer se torna uma obrigação cumprida pra se tornar mais um item de ressentimento. E eu vou me afastando, silenciando, e muitas vezes as pessoas não percebem. E se percebem resolvem "respeitar minha decisão", pq não querem lidar. Mas se quisessem, acho que não haveria chance.
Uma coisa que pouca gente sabe sobre oq houve com o R. foi isso - eu já estava nessa fase de me afastar sozinha. Mais um tempo e... teria sido sem drama, mas fazer oq. Ele fez então a única coisa que me manteria presa a ele por tanto tempo quanto manteve - ele me chutou primeiro. E eu fiquei louca como fiquei, despedaçada, desesperada.
Ah, eu achava que era amor e saudade e até doença.
Hoje sei que não sou uma pessoa boa, pra ter esse tipo de sentimento.
Foi birra. Criancice. Foi não aceitar que ele fizesse isso comigo. Porque esse afastamento tinha que ser decisão MINHA. Eu tinha que dar a última palavra. Foi só por isso que, por tanto tempo, eu insisti tanto em perseguir algo que nunca esteve ao meu alcance: eu queria pegar as uvas pra poder dizer que estavam verdes.

Me pergunto se a sociopata sou eu, se não sou eu que manipulo as pessoas tanto, se eu tenho sequer algum sentimento, pq eu tão raramente me importo com as pessoas que me assusta. Sempre, sempre, sempre que me importo tenho certeza que posso cavar um pouco o sentimento pra achar a razão verdadeira e vai ser uma razão egoísta. Tento não olhar muito pr'esse lado. Eu legitimamente sorrio, feliz, quando noto que a tristeza de um amigo me chateia, chateia de verdade, e não tem uma parte da minha mente pensando noq eu ganho ou perco com aquilo.
Dia desses falei pro meu psiquiatra q não me importo com as pessoas e vi que pela primeira vez ele ficou sem palavras. E essa é a linha, essa é a linha invisível que não quero cruzar na terapia, de tanto medo que tenho de descobrir que não tenho problemas, que sou só uma pessoa ruim.
Mas claro, eu acredito nisso, já. Só não quero confirmação médica.

Eu desisti, simplesmente. Eu fico tentando ter esperanças em relação ao meu livro, mas quando as coisas dão errado, eu penso "eu devia ter imaginado. Eu mereço isso. Mereço tudo de ruim que me aconteça e devia saber que não ia dar certo." Isso faz com que eu me feche mais fundo dentro da concha, sonhe menos, tente menos, me decepcione menos.

É difícil explicar pra quem tá de fora. Eu não consigo nem dizer que me odeio, pq ódio é uma emoção forte demais. Eu me desprezo. Me detesto, me acho fraca, horrorosa, gorda, patética. Se tivesse a opção, ficaria o mais longe possível de mim. Sou o tipo de pessoa que eu evitaria em qualquer contexto sem pensar duas vezes e sem remorso. O único motivo pra eu não me matar é que sei que isso acabaria com minha mãe. Uma garota que morava com a mãe lá perto de casa foi assassinada e minha mãe ficava dizendo que não conseguia parar de pensar em como a mãe da menina se sentia. E eu ouvi as palavras não ditas "Eu me sentiria assim se fosse com você."

Tem sido cada dia mais difícil, no entanto, esse fingimento todo. Agir como uma adulta racional, normal, funcional. As vezes eu só quero gritar e bater a cabeça na parede. As vezes eu tenho blackouts e fico olhando pra parede sem ver nada. As vezes, como hoje, eu choro e gemo escondida pra não surtar, pra deixar vazar pelo menos um cadinho da agonia que é conviver comigo mesma. As vezes me tranco no banheiro e me estapeio, usando todas as forças humanamente possíveis pra não me cortar nem vomitar, pra não haver mais marcas vísiveis da minha insanidade.
Se eu tivesse opção, seria uma hikikomori. Não sairia do meu quarto nunca, a não ser pra usar o banheiro e tomar um banho. Se pudesse trabalhar de casa, continuaria sustentando a casa e pagando as contas e comprando as coisas pra minha mãe. Poderia perfeitamente viver minha vida assim. Longe de qualquer outro ser humano. Seria melhor, seria mais fácil. Seria bom pq não teria mais que ver nem falar com ngm, nem me comparar com ngm e lembrar o quanto sou babaca e patética. E ruim. O quanto sou ruim. Quando estou sozinha, só eu, a internet e os livros (e a comida, mas acho q aí nem comeria tanto), me sinto menos patética pq esqueço de mim. Pq ali só existem os personagens que leio e que crio, e esqueço. Eu não existo naqueles momentos. Só estou absorvendo oq as mentes de pessoas melhores que eu criaram. Ou mesmo vivendo nas fantasias idiotas que eu mesma criei. Mas eu mesma, essa pessoa gorda, feia, burra, egoísta, ruim, essa não existe. Priscila não existe. Bunny não existe. E quando não existo, mesmo que temporariamente, é que estou mais feliz.