BLOGGER TEMPLATES AND TWITTER BACKGROUNDS »

Keep Going!

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Ugly girls can't be lucky

Eu ouvi, muitas vezes, que parte do sucesso de escritores e artistas em geral se deve à sorte. Pra mim sempre foi bullshit, pq sério, sou daquelas do "nada substitui o talento". Exceto quando se fala em 50 tons de cinza, aí já acho que é mais um evento psicossocial do que, sabe, talento.
Teve um tempo, não muito tempo atrás, em que eu achei que tinha sorte. Eu estava... bem. Relativamente bem. De repente me deu mais vontade de escrever, e escrevi. E terminei o primeiro romance, além de um livro de contos. De repente nada me incomodava demais, eu tinha abandonado a dieta de vez e mesmo estando 30kg acima do peso dos sonhos que nunca terei, eu não estava mal, eu ficava feliz por comer o que queria sem me incomodar, passar os fins de semana lendo e escrevendo, eu me considerava sortuda por "ganhar bem" e não me preocupar e ter talento e estar lutando pelo que eu amava, sabe?
Então, de uns tempos pra cá, começou tudo de novo. Comecei a me sentir mal e um cocô e incomodada e não sabia bem o pq. Acho que em partes, foi pressentimento. Não do tipo "magical feeling". Sou uma pessoa super racional e consigo perceber coisas mesmo quando quero acreditar que vai acontecer o oposto.
Culminou na história de uma editora X, que aceitou meu original pra publicação, no entanto me cobraria os olhos da cara. É uma editora grande e eu contava com um investimento pequeno (não é mesquinhez, é baixa renda mesmo) e uma divulgação, se não boa, razoável. Então eles vem, aprovam o original e me dizem que vou ter que comprar uma cota de exemplares por algo que é quase meu rendimento anual.
Isso acabou sendo um Fatality no meu ânimo que já andava mal das pernas. E de repente, várias questões que não tem NADA a ver com talento me incomodam.
Porque, sério, várias pessoas publicam com essa editora, certo? Então o problema não pode ser com eles. De repente, comecei a pensar que ganho mal. Claro que em relação a como era antes - o tempo em que eu tinha que andar de volta do colégio porque não tinha 2 reais (a tarifa da época) pra voltar pra casa de ônibus. O tempo em que eu comia duas bolachinhas com café de manhã, não pra emagrecer, mas pq um pacote de biscoitos era luxo. Em comparação com esse tempo, eu nado em dinheiro.
Mas aí eu paro pra pensar nas outras pessoas. Essas que não passam 10 horas por dia em um escritório. Essas que não almoçam correndo onde é mais perto pra terminar o trabalho. Essas que não ficam até as 11 no trabalho - essas mesmas que podem ir ao shopping aqui perto e comprar uma jóia de 16 mil reais, quando eu não tenho esses mesmos 16 mil pra publicar meu livro, essas que voltam com sacolas e mais sacolas pra casa de lojas onde um vestido simples custa mais de 5 mil reais - vestido esse que elas vão usar uma vez. É, essas pessoas podem ter talento. Elas podem conseguir publicar.
Mas não importa quanto talento eu tenha, eu nunca vou me dar melhor que elas, vou?
Also, estava agora a pouco no site de uma escritora famosa - que, não me entendam mal, adoro. Ela é realmente talentosa.
Mas ela também é loira e magra.
Não me entendam mal, leitoras loiras e/ou magras. Isso não é uma coisa ruim, mas vejam vocês. Essa mesma escritora sempre diz que foi vítima de um bullying tremendo na escola, e no começo, eu pensava nela como inspiração, de certa forma - de que um dia, aquelas pessoas que me chamaram de esquisita (assim como chamaram ela) um dia vão ter que pagar a lingua, right?
Errado. Eu tenho uma séria dificuldade, quando olho pra ela, de pensar que aquela garota um dia sequer em sua vida tenha sofrido bullying. Pq, bom, ela é linda. Garotas lindas não sofrem bullying, eu digo a mim mesma, garotas bonitas tem sorte.
Bom, posso estar errada quanto à primeira afirmação - bullying, essa desgraça, atinge qualquer um pelo simples motivo de que crianças e adolescentes são cruéis. Mas não a segunda.
Digam o que quiserem, se encaixar nos padrões (eurocêntricos geralmente) de beleza é uma mão na roda.
Então, sei lá, eu fico pensando que mesmo que eu seja publicada, não parece que vou fazer sucesso se até o meio literário é assim.
Claro, não tô sentada aqui aleatória. Mandei o mesmo original pra outras editoras, que demoram mais a responder (QUANDO respondem. A maioria não te dá nem um aviso se o seu original for rejeitado). Estou esperando, eu digo a todos, estou extremamente calma, esperando uma resposta, a questão financeira da outra editora não me afetou nem um pouco, continuarei lutando pelos meus sonhos, eu sei que não é fácil.
Mas aqui pra vcs eu posso admitir que é bullshit. O livro de contos que lancei de modo independente vendeu, sabem quantos exemplares? 4. Quatro.
Ouço bullshit como "mas tem que divulgar", "é só o começo", e não me levem a mal, são conselhos válidos. Mas eu sigo os conselhos. Eu corro atrás. Eu só falto sair de porta em porta implorando "pfvr comprem meu livro". Não adianta.
Então, sei lá, eu penso que, não importa muito tb que eu tenha talento AND consiga publicar. De repente penso que essa "sorte" que dizem que os escritores/artistas tem que ter não é bem "sorte". Se eu fosse bonita, magra, extrovertida, eu teria mais sorte, não? Ficaria conhecida mais fácil.
Mas garotas feias não tem sorte.
E claro, pode-se dizer que sou feia por opção. Mas no meu lugar a maioria das pessoas se acomodaria tb. Pq vejam bem. Eu posso até emagrecer - com muito, MUITO sacrifício, já que minha tendência sempre foi engordar.
Só que tem muitas outras coisas erradas comigo. Um excesso de pelos e dentes tortos - achava que meu sorriso era bonito mas dentistas me mostraram que estava errada - e óculos que mesmo que sejam trocados por lentes, ainda terei olhos pequenos e estranhos que não chamam atenção. Minha pele tem esse tom amarelado meio doente que não faz de mim nem branca nem negra nem parda (mas minha mãe jura que sou branca). Minha pele também é toda sensível e vive cheia de feridas e manchas - além claro "daquelas" cicatrizes. Meu cabelo eu nem comento, esse ninho de ratos, que deveria ser a verdadeira definição de cabelo ruim, já que ele não é liso nem cacheado e vive armado como se eu não penteasse. Ah, e mesmo que eu gastasse uma pequena fortuna ajeitando isso tudo, ainda seria baixinha pracacete, e isso não dá pra corrigir, e faz com que qualquer roupa sexy que eu use fique só ridícula.
Talvez eu devesse só me conformar em ser feia e medíocre e escrever nas horas vagas e deixar meus livros nas "gavetas" (documentos do computador hoje em dia) e simplesmente parar de me humilhar, porque garotas feias e pobres não se dão bem, e eu devia agradecer a deus por tudo que tenho agora em vez de querer mais.

E antes que alguém puxe a carta "JK Rowling", ela é uma em um milhão. Eu sempre mirei nela - pq ela mal tinha dinheiro pra criar a filha e agora é tipo a pessoa mais admirada e endinheirada do planeta - mas tá na hora de botar o pé no chão e aceitar que só nasce uma dessa a cada sei lá quantos anos, e eu não sou uma dessas.

(Lembrando que vcs não precisam aconselhar nem nada.... venho aqui mais pra tagarelar....)

terça-feira, 11 de junho de 2013

I'm so freaking pissed. Do I look like an ATM?
Why can't I just say no and deal with people leaving? It's not like they stay anyways. Why can't I just say "I won't five you money because you still owe me!" and deal with it!
I hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me i hate me

segunda-feira, 10 de junho de 2013

só pra constar.

Volto a fazer RA amanhã. Por mais que a comida me conforte, tenho chorado por horas ao ver os números na balança, e ontem passei parte da noite ao lado de uma garota que podia furar alguém com os ossos de tão magra. Me fez sentir mal como eu nem lembrava q podia.
Eu sei que estou cedendo a pressão da sociedade contra a qual eu vivo falando. Mas antes eu comia o tempo todo pra me sentir bem - pelo menos na hora que estou comendo - mas agora mesmo quando como, só me sinto miserável. E se vou me sentir miserável com ou sem comida, que seja sem.
=(

segunda-feira, 3 de junho de 2013

I'm not dead (i guess)

Bom, eu sei que abandonei esse blog, mas o motivo era óbvio: cansei. Cansei de contar calorias, cansei de me preocupar, e sim, ganhei mais de 15kg desde que resolvi parar de me preocupar com o que como, mas entendam, não é tão fácil quanto parece.
"Questão de força de vontade, Bunny", vcs podem dizer.
Bom, é.
A questão é que não quero.
Assim, tá, eu quero ser magra e mimimi. Mas não quero parar de comer, sabem pq? Pq me conforta. Quando eu to comendo, de algum jeito, as coisas parecem melhores, mais fáceis, mais interessantes. É uma coisa sem sentido, mas enquanto eu tenho liberdade pra comer, eu me sinto feliz.
Acho q, basicamente, oq houve foi o seguinte: antigamente, minha cabeça, meus sentimentos, eram um caos. A única coisa que eu conseguia manter, que me ajudava a ter algum controle em algo na minha vida, era meu peso. Era meu modo de exercer controle quando tudo estava fora de controle.
Hoje em dia, tudo está super controlado. Eu coloco meus sentimentos em caixinhas e os pensamentos em gavetas e tá tudo muito bem catalogado e armazenado e trancado em um porão. Não é nada saudável, mas eu me mantenho funcional assim. Tudo sob o mais estrito e restrito controle.
E a única coisa que consigo deixar fora de controle, que me faz ficar relaxada e não tão restringida por mim mesma é a comida incessante e descontrolada.

Mas de qualquer maneira, eu quis voltar aqui. Quero fazê-lo com mais frequencia, mesmo com a vergonha do meu peso, mesmo sabendo que esse mundo ana/mia/dietas não me pertence mais. Pq eu sinto saudade de blogar aqui. Pq tenho aqui uma liberdade que não tenho com meu blog "pessoal", que acho que tenho só no tumblr, mas o tumblr tecnicamente ngm lê, mesmo. Aqui eu posso por exemplo dizer que, na verdade, meu desejo todo de blogar aconteceu nesse exato momento pq vi uma amiga de anos falando o quanto ela ama as amigas-irmãs dela - e eu não fui incluída, mesmo me esforçando além da capacidade da fobia social pra mostrar q me importo. Me chateou, mas vou lá no fb e finjo que não.
Tb pq realizei, em partes, algo que queria tinha ANOS e caí na idiotice de mandar email pr'Aquele-que-não-se-deve-nomear, e sei q não devia. Pq ele é um idiota.
O problema, vejam, é que meu feminismo é muito importante pra mim, e pra ele é uma piada. E meu mais novo melhor amigo parece pensar que é tb. E me entristece gostar tanto de pessoas que não levam a sério minhas visões de mundo. Que não entendem. Que mania é essa minha? De querer sempre amar que não me ama ou não se importa com o que eu penso, como se eu pudesse consertar as pessoas, consertar isso, fazer com que tudo fique do meu jeito?
Eu sei q não posso e não paro de tentar
mas acho que é por isso que gosto de escrever, né. Criar meus mundos do jeito que eu quero, personagens sempre com epifanias na hora certa.

Enfim, eu volto. Quero agradecer publicamente a Lia por ter vindo comentar aqui quando eu sumi pedindo q eu voltasse. Assim q possível passo no seu blog, Lia.

Enfim.


Queria pedir pra vcs darem uma olhadinha aqui, ó:
https://www.clubedeautores.com.br/book/146172--Disturbia

Tá, fui.