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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Tonelada de sentimentos expostos. (Post imensamente grande, nem se preocupem)

Eu visto uma máscara que não sou eu.
Posso te dizer, passei muitos anos tentando encontrá-la. Essa máscara, quero dizer. Perdi a conta de quantas vezes prometi mudar e não mudei.
Você se lembra, quando te conheci, já era assim - desequilibrada. Tinha dificuldade em me encaixar em um padrão de normalidade, embora você soubesse que isso podia ser especial - eu falava aos 18 anos com a maturidade de 30 (que algumas pessoas de 40 não têm). Eu sabia, já tinha ouvido isso. "Você não pode ter 18 anos! Achei que era mais velha!" Eu me orgulhava de ouvir isso. Embora nunca demorasse muito pra dar a perceber que minha maturidade não alcançava o campo emocional.
Mas de qualquer modo, você sabia, que eu era diferente e que eu era, afinal, uma mulher com quem você podia conversar, de verdade. Mas se você disse aquela mesma eterna frase sobre minha maturidade, eu não me lembro. Eu não era eu mesma na época.
Até hoje me pergunto, será que devia ter te contado? Que eu não era a mesma? Eu era, na verdade, mas a coisa era tão complicada! E hoje ainda eu me digo: foi melhor. Porque se você tivesse que gostar de mim, queria que gostasse de mim, de verdade, não do personagem que inventei. Devia ter te dito que era eu que amava você, que era de mim que você gostava, que era a mim que você cantava, mas você não entendeu. Eu devia ter te explicado a diferença, mas achei que com o tempo você ia perceber. Queria que você me conhecesse de verdade, então você perceberia que era eu, mas você não percebeu. Você não entendeu nada.
Ainda acho que você amava o mito, e deixaria de amar no minuto que eu revelasse qualquer coisa, mas não sei. Acho que você amava a aura de mistério do personagem, e talvez, só talvez, eu devesse ter enrolado um pouco mais nesse mistério, pelo menos até a curiosidade te trazer a Curitiba. Quem sabe você tivesse ficado comigo, quem sabe você tivesse me feito mulher. Mas tenho certeza que aí, o encanto acabaria. Você ainda iria embora. E quando eu te contasse tudo sobre mim, estaria acabado. Ou se eu não contasse, se eu contasse a mentira conveniente, não adiantaria. Talvez você até me levasse pra cama (dado que sempre achei que você levaria qualquer coisa com peitos pra cama), mas não adiantaria. Você ainda teria ido pela manhã.
Digo tudo isso pra me fazer entender. Eu queria mais do que ser outra da lista. Eu não sabia o quanto queria, mesmo que nos meses seguintes tenha ficado obvio. Ficou óbvio pra todo mundo, mas acho que fui a última a saber. Ou admitir. Só soube de verdade depois daquele dia, quando tudo deu tão errado que mal pude acreditar. Quando pensei em você a noite toda, na pior noite da minha vida, e quando ainda pensava em você na manhã seguinte, quando só o que eu queria era morrer, depois de tudo que houve. E soube quando teus comentários foram parcos, diante do que houve, quando eu queria que você fosse o que mais sentisse. Mas não foi.
(E isso foi um foreshadow, mas eu nem sabia o que isso significava naquele tempo. Mas hoje eu sei.)
A coisa é que quando me dei conta, era tarde - eu queria morrer de tanto que te amava. Era sentimento demais, era uma coisa que até hoje não tem nome. Eu queria você. Mais do que já quisera qualquer coisa ou pessoa na vida. Então me expus, porque queria que você me conhecesse.
Me fiz nua diante de você - virtualmente. Não a nudez do meu corpo (que acho que você jamais sequer imaginou ou quis imaginar), mas a nudez da minha alma, da qual eu mais me envergonhava e da qual mais tinha medo de mostrar. Ninguém nunca me vira tão inteiramente, ninguém jamais me tivera tão intensamente. E fui me dar assim, logo pra você, que nunca quis ter.
Eu lembro de cada coisa que fingi esquecer - a partir daquele dia em que botamos em pratos limpos. Lembro mortificada de cada mico que paguei, lembro sim. Lembro de tudo que demos risada juntos. Lembro das discussões homéricas assim como lembro de rir depois delas, e lembro tão bem quanto das discussões que tivemos em dias que eu só tinha besteira pra falar. Queria poder recolher minhas palavras estúpidas porque queria que você entendesse que aquela não sou eu. Eu não sou uma idiota completa o tempo todo como fiz parecer.
Aliás, pegar de volta algumas palavras era tudo que eu queria hoje. Porque eu sei que foi o que eu falei demais que me pôs nessa situação, pra começar. Todas as coisas que eu jamais devia ter dito. Mas isso é outra história. E mesmo que eu passe 100 anos te explicando você não vai entender. Você nem quer entender.
Mas eu nunca tentei pegar aquelas palavras antes, porque eu queria que você soubesse. Queria que ouvisse, queria que me conhecesse. Aquela era eu. Aquela que chorava e ria, aquela que era emocional demais em um dia e racional demais no outro, ou que mudava de idéia em questão de minutos, aquela era eu. Aquela que queria morrer por você tanto quanto aquela que só estava viva por sua causa. Todas aquelas centenas de Priscilas que você conheceu todos os dias, aquelas todas eram eu. Eu não sou uma só. Eu só muitas em uma só. Mas eu sou eu. Eu sou uma dividida em um milhão - e não tente entender. Entenda que não dá pra entender.
Eu era toda aquela intensidade que parecia forçada, porque ninguém fica viva com tanto fervor dentro de si.Eu era aquela pessoa que parecia estar eternamente queimando, que podia cair em cinzas a qualquer minuto, aquela que estava eternamente se destruindo e que te deixava sem saber o que fazer. Não devia ter feito nada. Ou devia ter queimado junto. Mas você não tinha como saber, porque nem eu sabia bem o que queria com aquilo, me expondo daquela forma.
O meu problema foi te amar demais. Como já disse, nunca tinha desejado nada na vida daquela forma. Minha exposição toda foi inconsciente, porque o que eu queria era que você me visse sem disfarces. Mas veja, quando tudo estava indo morro abaixo, -e notei que isso estava acontecendo já um pouco tarde - eu me desesperei. Queria que me amasse, queria que me amasse. De qualquer jeito. Eu faria qualquer coisa - matava, morria, tudo, só precisava que você precisasse de mim - desesperadamente, como eu te queria. Então tentei me adaptar.
Olha, hoje sei que eu não podia ser quem você queria que eu fosse. Melhor dizendo - quem você queria. Você nunca quis que eu fosse, mas eu entendia que mulher você queria e queria que fosse eu. Então antes que a achasse, eu tentei ser ela - antes mesmo de conhecê-la. Por isso minha antipatia pela coitada foi tão imediata, porque quando vi as primeiras palavras dela no seu orkut, vi que a guerra estava perdida. Não que eu tenha deixado de lutar. Lutei até o fim, mesmo com membros decepados e pedaços de mim faltando, eu lutei. Mas você já a tinha encontrado.
E era ela quem eu queria ser. Nunca por mim - eu já me conhecia bem - mas por você. Eu queria ser como ela, eu queria ser como você - e já chegara num status de modificação e loucura que te via dentro de mim. Precisava ser você e ter você. É difícil de explicar.
Eu me concentrei em ser normal. Pode soar ofensivo, dividir pessoas entre normais e loucas, mas entenda esse "normal" entre aspas mesmo, dentro de um padrão, algo que não sai fora do ordinário. Me adaptei a você, me moldei a você. Você nunca pediu por isso, em nenhum momento, assim como não pediu que eu te amasse. Mas como poderia ser diferente? Eu tinha que mudar. Tinha que ser o que você queria. Não sabia se poderia continuar respirando se não o fizesse. Sou quem você quis. Me moldei, me modifiquei, conforme suas especificações. Não creio que essas instruções tenham sido dadas conscientemente, mas acredite em mim, você as deu. E acho que quando notou isso, em vez de retirá-las olhou pro lado.
Você devia ter sabido quando eu deixei de acreditar no que era a base da minha vida.
Mas acho que você pensou que eu só estava sendo adulta.
Mas ser adulta ia contra minha personalidade! E você sabia! Aquela era eu, aquela que queimava, aquela que sorria e aquela que chorava, porque aquela intensidade, aquela paixão, aquela era eu. Brinquei dizendo que meu nome é drama, e você acha graça... mas nada disso é drama, meu querido amor e amigo, é paixão. Sou uma criatura passional e sem intensidade, eu não existo.
E era a intensidade que eu tinha que matar em mim pra você me querer.
Só que isso aconteceu um pouco tarde demais.
Quantas vezes eu te prometi mudar? Quantos últimos e-mails eu te mandei? Mentira, mentira. Tudo uma mentira. Só queria atenção, queria que você me pedisse pra não me afastar. Mas você só faltava me dar um "vai com deus". Eu era uma criança mimada e passional, e queria que você me amasse. Mas você teve paciência enquanto deu.
E hoje percebo que, finalmente, eu consegui. Eu não mudei nem um milímetro por dentro - ainda queimo intensamente quando olho pro abismo. Mas quando olho de verdade. Depois de anos de promessas, anos de "é a última vez" e anos de "me desculpe, eu não queria ter dito isso", eu finalmente aprendi. Eu calei a boca. E você, com o silêncio mútuo, agradeceu.
Eu preciso te dizer que é mentira. Que o que quer que eu tenha te feito acreditar, é mentira. Eu não mudei.
...
Eu amo você. Tanto que dói. E eu tenho plena consciência do quão estúpido isso é, mas a verdade é que hoje sei que amo a idéia que criei de você. Por isso tenho tanto medo de um dia te encontrar, porque se você não corresponder a essa idéia, vou me decepcionar. E se corresponder, vai doer mais ainda não te ter.
A verdade é que... eu não sei mais o que é verdade. Eu tento levar a vida do jeito que tá porque quando eu cansei, eu vi que estava com 22 anos e sem perspectiva de amor nenhuma. Eu vi todo mundo indo embora, todo mundo casando e sendo feliz, e fiquei pra trás. Eu tinha a opção de fingir ser quem não sou e arrumar um homem (ou mulher, mas acho que não) que eu não amaria, ou continuar sendo eu mesma e esperar alguém que me amasse - exatamente como sou, sem mudanças. Acabei optando por nenhum dos dois.
Você pode nesse ponto dizer que estou sendo contraditória, mas é fato. "Mas você não disse que aprendeu a fingir?" Não nesse aspecto. Aprendi algo tão precioso quanto.
Eu ando apática e depressiva, mas é porque aprendi a evitar a verdade.
Eu finjo que não sinto milhões de coisas que na verdade sinto. Eu minto e sorrio e quando me perguntam "tudo bem?" a resposta é "tudo, e você?". Viu? Você me ensinou e eu aprendi. "Quando alguém te pergunta como você está, eles não querem a resposta verdadeira". Você caiu em contradição várias vezes a esse respeito, mas eu te conheço bem o suficiente pra saber o que você acredita.
Eu tento não olhar pra dentro. É só isso. Eu tento fingir que não acredito em nada e que sou normal, e tento fingir que não tenho muita personalidade, tento fingir que cresci e que todo o desespero ficou pra trás. Tento fingir que os meus sonhos eram coisa de criança e que como adulta sou responsável e racional. Tento fingir que não ligo, que as uvas estão verdes e tudo mais, como a maioria dos adultos faz quando não tem o que quer. Eu ignoro as vozes que ouço e tudo que me faça pensar demais, eu vejo novela e BBB e estou informada o suficiente pra ter uma conversa vazia com qualquer um, e nunca, jamais, deixo a ver que me interessam política, religião e literatura, porque sou burra demais pra tais conversas e odeio me sentir inferior.
Ah, pode crer que ajo como adulta.
E odeio.

Eu queria que você soubesse que o que eu quero de verdade é rastejar de volta pra você. Porque a verdade é que eu sinto falta das noites em claro chorando, eu sinto falta de te amar acima da razão, eu sinto falta de parar de comer na esperança de que o dia em que você finalmente viesse, você me veria magra. Sinto falta de um único pensamento constante e enlouquecedor na minha cabeça, você, você, você... como se aquilo fosse me matar. Sinto falta de sentar, chorar e esperar a morte vir, porque aquele sentimento era tão grande que explodia pra fora de mim, e eu tinha que cortar minha pele e desenhar seu nome com a lâmina, porque você estava me queimando de dentro pra fora sem jamais ter me tocado.
Eu queria que você soubesse porque eu sinto falta. Aquilo era eu. Era estar viva, pulsando, passional. Aquela era eu de verdade, e hoje sou só um fantasma. Uma sombra morta e insípida que você não olharia duas vezes.
Eu queria voltar a ser aquela que te obrigaria a olhar. Aquela que morreria na sua frente só pra ter a máxima experiência, só pra sentir viva uma última vez, por e com você.
A antiga "eu" jamais te deixaria em paz porque você casou. A antiga "eu" ia ter que se amarrar na cama pra não subir num ônibus ao saber que você não me contou que casou. A antiga eu morreria de tanto te amar e te amaria até morrer. E meu deus (se é que ainda consigo acreditar em um, já que você não acreditava), como eu sinto falta da antiga eu.
Mas eu tento não olhar pra ela. Porque agora que finalmente me tornei quem você queria que eu fosse - ou quem me fiz ser - todo mundo parece mais feliz. E eu fiquei uma covarde. Tenho de repente medo de quem eu era, de quem eu sou de verdade, de repente tenho medo de olhar pra dentro de novo e mergulhar, me perder dentro de mim, de repente tenho medo. Tenho medo de ser eu mesma.
A dúvida é quanto tempo eu agüento, porque está tudo começando a saltar pra fora de mim, das piores formas possíveis, como seu minha alma vomitasse meus defeitos. Meus medos e manias, em condições psiquiátricas tão fortes que sou obrigada a procurar ajuda. Se deus - ou a deusa - existe, está claramente me sacaneando. Quanto tempo dentro de um consultório psiquiátrico até eu ter que me ver de verdade? Até eu ter de parar de fingir? Vou ter de olhar pro abismo e tenho medo de cair nele.
E o que me dá nojo de mim mesma é ver que minha preocupação maior é não agradar mais os outros.
Mas talvez seja bom. Porque no final, eu te quero tanto que me sinto doente, e a verdade é que gosto disso. Gosto de saber que ainda sou capaz de sentir algo tão intensamente. Nos últimos dias achei que devia checar minha pulsação, porque tinha certeza que não estava viva. E hoje, ao falar com você, voltei a me sentir doente e suicida. Obrigada. Você me ajudou a lembrar que não morri ainda.

Sei que tudo isso é muito confuso, mas queria que você soubesse mesmo que você jamais possa saber. Porque eu me lembro, agora, racionalmente, o que irracional pensei não ter visto - o quanto você queria se ver livre daquela louca que te perseguia. Porque por agora eu tenho medo.

(E lembro quando mesmo o medo não podia me parar!...)

Não que a situação atual seja muito melhor. Ainda penso que é preferível morrer por você, te perseguindo, do que continuar "viva" com você sem lembrar que eu existo. Sem estar realmente viva.

4 comentários:

Unknown disse...

Nossa, eu senti toda sua dor. Querida, escolhemos ser amplas num mundo muito estreito... Nunca vamos nos encaixar, nem pertencer... Ficaremos sempre ardendo à deriva, nenhum porto assumirá a nossa responsabilidade... É triste, dói e acho que vai ser sempre assim... Eu sinto se não igual, bem parecido com você...

Bia - disse...

Aaaaaaaaaanna o que foi isso tudo?
Tantos sentimentos expostos e uma certeza: essa é você. Essa que escreveu tudo isso, essa que sentiu tudo isso. Você nunca deixou de ser. E não tem esse papo de "a máscara e blablabla". A máscara estava em alguém. Uma máscara não pode andar sozinha por aí. E você estava lá. Por trás? Sim, por trás. Mas estava.

Digo isso porque sei o que é ser "a madura" e não conseguir entender onde foi parar toda essa maturidade nos soluços noturnos, tão infantis. Nos "últimos e dramáticos" apenas para chamar atenção. E isso parece muito infantil mesmo. Eu sei disso, sinto isso. Eu já te disse que os seus posts parecem meus, quando retirados os detalhes pessoais (pessoais que eu digo como o seu relacionamento anterior, por exemplo, não os sentimentos em si) escritos por mim.

Mas ainda sim eu me arrisco a dizer que vc não se perdeu. Sempre esteve aí como tinha que estar. Estava lá quando colocava a máscara ao acordar, quando chorava e queria morrer, quando de repente queria viver. Quando atuava e quando deixava-se levar. E hoje continua aí. Talvez seja só falta do costume de ser você mesma. Talvez eu esteja totalmente errada e você esteja me reprovando. Talvez isso seja óbvio demais e nem ajude em nada...

Mas com certeza, com MUITA certeza eu quero o seu bem (mesmo não te conhecendo pessoalmente e blablabla). Que tudo dê certo pra você, que você possa seguir vivendo (não sobrevivendo) na medida do possível!

Beeeeeeeeeeeijões ♥♥♥

(●•Lia•●) disse...

Essa dor parece que nunca vai passar!

Essa fato da sua vida ... infeslimente ainda vai perpetua por muito tempo em sua vida.

Tive um "fatasma" em minha vida bastante parecido, antes de conhecer meu marido. E doer muito em saber a verdade... se enganada e de uma hora para outra sabe que vc não é a única.

O seu texto por mais longoo que seja é envolvente e muito triste. Quem te acompanha mais tempo sabe sua luta contra esse sentimento.

Melhoras desse momento!
Abraços!

V.Beauty Ѽ disse...

Sentimentos... corróem... parece que nunca irão cessar...
lógico q vai continuar a sentir isso, por um bom tempo... pq só o tempo ameniza... só ñ se feche no sofrimento... se permita respirar um pouco de ar fresco para aos poucos este peso sair do seu peito.
Algo em mim ainda está doendo muito e só agora me permiti me libertar, o q está ajudando a doer menos, pouco a pouco...
Bjss e se cuida!