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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Exame, gordura, plano de saúde.

Se o chá foi bom ou ruim? Lets just say que eu não quero falar no assunto e deixar assim. MAs tinha uns cupcakes maravilhosos, depois posto a foto (pq era gracinha demais e fiquei com dó, então tão tirei foto antes de comer.)
Amanhã começo uma rotina nova - de contratada. Isso significa aula de manhã e 8 hs de trabalho (na verdade 7 de trabalho + 1 de almoço). Saindo de casa entre 6:30 e 8:30 e chegando lá por 9:30 vai me sobrar muito pouco tempo pra internet, mas o mais importante, é que vai sobrar menos tempo ainda pra comer. Vou comer, provavelmente, mas na minha hora de almoço - q não será no almoço, será lá por 5 da tarde, e assim não como a noite, que é o que me engorda.
Pelo menos esse é o plano.
Óbvio, eu faço mil planos e muitas vezes não os cumpro, mas estou contando com isso - cansei de ser gorda.
E antes que alguém diga q se tivesse meu peso estaria feliz, eu digo: eu sei. Sei que pros outros não estou gorda, sei que estar na casa dos 50 já seria uma vitória pra muita gente e que poderia ser pior, mas tenho que dizer (pq muitas vezes não me faço entender, eu acho): gordura alheia não me incomoda. Você pode ter 30 ou 130 kg, vou te ver do mesmo jeito, vai ser a mesma pessoa pra mim. E se vc me perguntar se tá gorda, mesmo que esteja, eu vou acabar dizendo que não, porque pra mim não está. Pra mim, as pessoas que eu amo são sempre lindas e perfeitas, e eu as vejo assim. Pra mim, só eu sou um desastre.
Então, sim, com menos de 60kg, eu me acho obesa. Fico apertando as gorduras na minha barriga pra não esquecer que elas estão lá, e não deviam estar. Morro de ódio de ser chamada de gostosa. Pra mim é o mesmo que me chamar de gorda, fico muito ofendida. Não quero ser gostosa. Quero ser pele e osso, cacete.
E me irrita que as pessoas façam julgamentos a esse respeito, considerando que beleza é um conceito tão mutável e maleável. Hoje em dia as pessoas tem mania de dizer que ser gorda é feio (Só ver o quanto tiram com a cara da Paulinha do BBB que nem chega a ser tão gorda), mas se for magra demais tb é feio. Agora querem te dizer quanto pesar, quanto vestir, que vc deve ser magra nessa e naquela parte do corpo, mas naquela e naquela outra, tem que "ter carne". Sempre fui da opinião que quem quer carne que vá pra um açougue, mas enfim, esse não é o foco aqui.
O que eu quero dizer é que quando eu falo que o que eu acho bonito é ser seca, mesmo, esquelética, eu ouço todo tipo de julgamento. E daí? Se vc não concorda comigo, pq tem de ter certeza de que estou errada? Por que o seu conceito de belo é melhor que o meu? E não quero nem ouvir "mas isso é ruim pra saúde" e blablabla. Quem diz isso bebe, fuma, tem vida sedentária. Vc pode ter uma cirrose e não pode morrer de fome? E aquelas tribos que esticam o pescoço, e as chinesas (?) que quebram os próprios pés pq o belo lá é ter pés minúsculos? Elas sofrem pra serem bonitas. Vá dizer a elas que estão erradas. Pular refeições e ter 70% do peso "saudável" não me parece tão terrível comparado a ter os pés quebrados.

Enfim, de pato pra ganso, tive um ataque no último post mas tá começando a passar. Passar, de verdade, nunca passa (é um fantasma que mora dentro de mim, já paga até IPTU da minha mente), mas em geral fica quietinho, no fundo do meu pensamento. So don't worry. É só escrever aqui que passa - oq é bom, pq é melhor que escrever pra ele e levar outra passa-fora.

Fui fazer exame admissional na sexta (o dia do chá, inclusive), e fiquei boba. Sério que as empresas pagam esses caras pra assinar um papel sem nem te olhar direito? Eu só assinalei no questionário q me deram sobre doenças que eu tenho feridas no corpo, pq tenho irritações bem visiveis no rosto, então não dava pra negar. Mas não marquei que tenho problemas odontológicos, e cara, como eu tenho. Ele mediu minha pressão e assinou o atestado de que estou apta.
Ah, e tb me mandou fazer exercícios.
Ele pegou nos meus pulsos e dobrou (sei lá pq), e disse que minha musculatura é boa, mas só pq sou jovem - que é bom eu fazer exercícios pra endurecer "enquanto posso". Eu entendi que ele quis dizer que eu devia me cuidar agora porque quando ficar velha vou ficar caída.

Eu sei, eu sei, podem dizer: eu entendo tudo pelo C**.

Tb vim contar do plano. Eu nunca tive plano de saúde, quem me conhece sabe que sempre fui pobre para caralho. (Desse jeito, sem meias palavras - durante a maior parte da minha vida, estive na linha da miséria, nem da pobreza). Então, cinco horas esperando um atendimento médico, é de praxe pra mim. Precisou acontecer uma coisa bem ruim pra eu conseguir psicólogo e psiquiatra regularmente - leia-se uma vez por mês. Então, quando a menina do RH veio oferecer, eu aceitei meio no automático. E fiquei em seguida pensando "que merda eu vou fazer com plano se saúde? Pra que eu preciso disso???"
Mas desde ontem tenho pensado, vou usar, pelo menos. Eu nunca tive esse hábito, mas eu sempre quis um dermatologista. Quando era criança, era a alergia a mordida de pernilongo, agora é stress mesmo, o fato é que eu fico com feridas e depois com manchas o tempo todo... o que me dá vergonha de mostrar as pernas. E a cara, mas como num dá pra usar uma burca, né, fazer oq.
Mas ainda tenho a sensação de que um plano de saúde é meio inútil. A não ser que meu psicólogo saiba me indicar um psiquiatra dos bão pela Sulamerica, pra mim tanto faz.
Eu to achando estranho essa idéia de melhorar de vida pq, quando vc aprende a fazer milagre com dinheiro, um dinheiro a mais é meio esquisito. Tudo parece luxo. Como a coisa do plano de saúde. Vou gastar tudo pagando contas, eu acho. Não é tanto dinheiro q eu me sinta RYCAH e possa fazer oq quiser, mas é mais dinheiro doq ganho atualmente e me sinto meio perdida, pensando oq fazer com ele.
Mesmo pq, se pretendo comer menos, vou gastar em que?
Sim, eu gasto MUITO em comida.
Mas se sobrar (oq acho dificil), vou guardar. Ainda tenho q comprar um notebook novo :)

Ok, chega de tagarelar. Mais tarde ponho a foto dos cupcakes.
Alguém sabe fazer brigadeiro de morango?

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Tonelada de sentimentos expostos. (Post imensamente grande, nem se preocupem)

Eu visto uma máscara que não sou eu.
Posso te dizer, passei muitos anos tentando encontrá-la. Essa máscara, quero dizer. Perdi a conta de quantas vezes prometi mudar e não mudei.
Você se lembra, quando te conheci, já era assim - desequilibrada. Tinha dificuldade em me encaixar em um padrão de normalidade, embora você soubesse que isso podia ser especial - eu falava aos 18 anos com a maturidade de 30 (que algumas pessoas de 40 não têm). Eu sabia, já tinha ouvido isso. "Você não pode ter 18 anos! Achei que era mais velha!" Eu me orgulhava de ouvir isso. Embora nunca demorasse muito pra dar a perceber que minha maturidade não alcançava o campo emocional.
Mas de qualquer modo, você sabia, que eu era diferente e que eu era, afinal, uma mulher com quem você podia conversar, de verdade. Mas se você disse aquela mesma eterna frase sobre minha maturidade, eu não me lembro. Eu não era eu mesma na época.
Até hoje me pergunto, será que devia ter te contado? Que eu não era a mesma? Eu era, na verdade, mas a coisa era tão complicada! E hoje ainda eu me digo: foi melhor. Porque se você tivesse que gostar de mim, queria que gostasse de mim, de verdade, não do personagem que inventei. Devia ter te dito que era eu que amava você, que era de mim que você gostava, que era a mim que você cantava, mas você não entendeu. Eu devia ter te explicado a diferença, mas achei que com o tempo você ia perceber. Queria que você me conhecesse de verdade, então você perceberia que era eu, mas você não percebeu. Você não entendeu nada.
Ainda acho que você amava o mito, e deixaria de amar no minuto que eu revelasse qualquer coisa, mas não sei. Acho que você amava a aura de mistério do personagem, e talvez, só talvez, eu devesse ter enrolado um pouco mais nesse mistério, pelo menos até a curiosidade te trazer a Curitiba. Quem sabe você tivesse ficado comigo, quem sabe você tivesse me feito mulher. Mas tenho certeza que aí, o encanto acabaria. Você ainda iria embora. E quando eu te contasse tudo sobre mim, estaria acabado. Ou se eu não contasse, se eu contasse a mentira conveniente, não adiantaria. Talvez você até me levasse pra cama (dado que sempre achei que você levaria qualquer coisa com peitos pra cama), mas não adiantaria. Você ainda teria ido pela manhã.
Digo tudo isso pra me fazer entender. Eu queria mais do que ser outra da lista. Eu não sabia o quanto queria, mesmo que nos meses seguintes tenha ficado obvio. Ficou óbvio pra todo mundo, mas acho que fui a última a saber. Ou admitir. Só soube de verdade depois daquele dia, quando tudo deu tão errado que mal pude acreditar. Quando pensei em você a noite toda, na pior noite da minha vida, e quando ainda pensava em você na manhã seguinte, quando só o que eu queria era morrer, depois de tudo que houve. E soube quando teus comentários foram parcos, diante do que houve, quando eu queria que você fosse o que mais sentisse. Mas não foi.
(E isso foi um foreshadow, mas eu nem sabia o que isso significava naquele tempo. Mas hoje eu sei.)
A coisa é que quando me dei conta, era tarde - eu queria morrer de tanto que te amava. Era sentimento demais, era uma coisa que até hoje não tem nome. Eu queria você. Mais do que já quisera qualquer coisa ou pessoa na vida. Então me expus, porque queria que você me conhecesse.
Me fiz nua diante de você - virtualmente. Não a nudez do meu corpo (que acho que você jamais sequer imaginou ou quis imaginar), mas a nudez da minha alma, da qual eu mais me envergonhava e da qual mais tinha medo de mostrar. Ninguém nunca me vira tão inteiramente, ninguém jamais me tivera tão intensamente. E fui me dar assim, logo pra você, que nunca quis ter.
Eu lembro de cada coisa que fingi esquecer - a partir daquele dia em que botamos em pratos limpos. Lembro mortificada de cada mico que paguei, lembro sim. Lembro de tudo que demos risada juntos. Lembro das discussões homéricas assim como lembro de rir depois delas, e lembro tão bem quanto das discussões que tivemos em dias que eu só tinha besteira pra falar. Queria poder recolher minhas palavras estúpidas porque queria que você entendesse que aquela não sou eu. Eu não sou uma idiota completa o tempo todo como fiz parecer.
Aliás, pegar de volta algumas palavras era tudo que eu queria hoje. Porque eu sei que foi o que eu falei demais que me pôs nessa situação, pra começar. Todas as coisas que eu jamais devia ter dito. Mas isso é outra história. E mesmo que eu passe 100 anos te explicando você não vai entender. Você nem quer entender.
Mas eu nunca tentei pegar aquelas palavras antes, porque eu queria que você soubesse. Queria que ouvisse, queria que me conhecesse. Aquela era eu. Aquela que chorava e ria, aquela que era emocional demais em um dia e racional demais no outro, ou que mudava de idéia em questão de minutos, aquela era eu. Aquela que queria morrer por você tanto quanto aquela que só estava viva por sua causa. Todas aquelas centenas de Priscilas que você conheceu todos os dias, aquelas todas eram eu. Eu não sou uma só. Eu só muitas em uma só. Mas eu sou eu. Eu sou uma dividida em um milhão - e não tente entender. Entenda que não dá pra entender.
Eu era toda aquela intensidade que parecia forçada, porque ninguém fica viva com tanto fervor dentro de si.Eu era aquela pessoa que parecia estar eternamente queimando, que podia cair em cinzas a qualquer minuto, aquela que estava eternamente se destruindo e que te deixava sem saber o que fazer. Não devia ter feito nada. Ou devia ter queimado junto. Mas você não tinha como saber, porque nem eu sabia bem o que queria com aquilo, me expondo daquela forma.
O meu problema foi te amar demais. Como já disse, nunca tinha desejado nada na vida daquela forma. Minha exposição toda foi inconsciente, porque o que eu queria era que você me visse sem disfarces. Mas veja, quando tudo estava indo morro abaixo, -e notei que isso estava acontecendo já um pouco tarde - eu me desesperei. Queria que me amasse, queria que me amasse. De qualquer jeito. Eu faria qualquer coisa - matava, morria, tudo, só precisava que você precisasse de mim - desesperadamente, como eu te queria. Então tentei me adaptar.
Olha, hoje sei que eu não podia ser quem você queria que eu fosse. Melhor dizendo - quem você queria. Você nunca quis que eu fosse, mas eu entendia que mulher você queria e queria que fosse eu. Então antes que a achasse, eu tentei ser ela - antes mesmo de conhecê-la. Por isso minha antipatia pela coitada foi tão imediata, porque quando vi as primeiras palavras dela no seu orkut, vi que a guerra estava perdida. Não que eu tenha deixado de lutar. Lutei até o fim, mesmo com membros decepados e pedaços de mim faltando, eu lutei. Mas você já a tinha encontrado.
E era ela quem eu queria ser. Nunca por mim - eu já me conhecia bem - mas por você. Eu queria ser como ela, eu queria ser como você - e já chegara num status de modificação e loucura que te via dentro de mim. Precisava ser você e ter você. É difícil de explicar.
Eu me concentrei em ser normal. Pode soar ofensivo, dividir pessoas entre normais e loucas, mas entenda esse "normal" entre aspas mesmo, dentro de um padrão, algo que não sai fora do ordinário. Me adaptei a você, me moldei a você. Você nunca pediu por isso, em nenhum momento, assim como não pediu que eu te amasse. Mas como poderia ser diferente? Eu tinha que mudar. Tinha que ser o que você queria. Não sabia se poderia continuar respirando se não o fizesse. Sou quem você quis. Me moldei, me modifiquei, conforme suas especificações. Não creio que essas instruções tenham sido dadas conscientemente, mas acredite em mim, você as deu. E acho que quando notou isso, em vez de retirá-las olhou pro lado.
Você devia ter sabido quando eu deixei de acreditar no que era a base da minha vida.
Mas acho que você pensou que eu só estava sendo adulta.
Mas ser adulta ia contra minha personalidade! E você sabia! Aquela era eu, aquela que queimava, aquela que sorria e aquela que chorava, porque aquela intensidade, aquela paixão, aquela era eu. Brinquei dizendo que meu nome é drama, e você acha graça... mas nada disso é drama, meu querido amor e amigo, é paixão. Sou uma criatura passional e sem intensidade, eu não existo.
E era a intensidade que eu tinha que matar em mim pra você me querer.
Só que isso aconteceu um pouco tarde demais.
Quantas vezes eu te prometi mudar? Quantos últimos e-mails eu te mandei? Mentira, mentira. Tudo uma mentira. Só queria atenção, queria que você me pedisse pra não me afastar. Mas você só faltava me dar um "vai com deus". Eu era uma criança mimada e passional, e queria que você me amasse. Mas você teve paciência enquanto deu.
E hoje percebo que, finalmente, eu consegui. Eu não mudei nem um milímetro por dentro - ainda queimo intensamente quando olho pro abismo. Mas quando olho de verdade. Depois de anos de promessas, anos de "é a última vez" e anos de "me desculpe, eu não queria ter dito isso", eu finalmente aprendi. Eu calei a boca. E você, com o silêncio mútuo, agradeceu.
Eu preciso te dizer que é mentira. Que o que quer que eu tenha te feito acreditar, é mentira. Eu não mudei.
...
Eu amo você. Tanto que dói. E eu tenho plena consciência do quão estúpido isso é, mas a verdade é que hoje sei que amo a idéia que criei de você. Por isso tenho tanto medo de um dia te encontrar, porque se você não corresponder a essa idéia, vou me decepcionar. E se corresponder, vai doer mais ainda não te ter.
A verdade é que... eu não sei mais o que é verdade. Eu tento levar a vida do jeito que tá porque quando eu cansei, eu vi que estava com 22 anos e sem perspectiva de amor nenhuma. Eu vi todo mundo indo embora, todo mundo casando e sendo feliz, e fiquei pra trás. Eu tinha a opção de fingir ser quem não sou e arrumar um homem (ou mulher, mas acho que não) que eu não amaria, ou continuar sendo eu mesma e esperar alguém que me amasse - exatamente como sou, sem mudanças. Acabei optando por nenhum dos dois.
Você pode nesse ponto dizer que estou sendo contraditória, mas é fato. "Mas você não disse que aprendeu a fingir?" Não nesse aspecto. Aprendi algo tão precioso quanto.
Eu ando apática e depressiva, mas é porque aprendi a evitar a verdade.
Eu finjo que não sinto milhões de coisas que na verdade sinto. Eu minto e sorrio e quando me perguntam "tudo bem?" a resposta é "tudo, e você?". Viu? Você me ensinou e eu aprendi. "Quando alguém te pergunta como você está, eles não querem a resposta verdadeira". Você caiu em contradição várias vezes a esse respeito, mas eu te conheço bem o suficiente pra saber o que você acredita.
Eu tento não olhar pra dentro. É só isso. Eu tento fingir que não acredito em nada e que sou normal, e tento fingir que não tenho muita personalidade, tento fingir que cresci e que todo o desespero ficou pra trás. Tento fingir que os meus sonhos eram coisa de criança e que como adulta sou responsável e racional. Tento fingir que não ligo, que as uvas estão verdes e tudo mais, como a maioria dos adultos faz quando não tem o que quer. Eu ignoro as vozes que ouço e tudo que me faça pensar demais, eu vejo novela e BBB e estou informada o suficiente pra ter uma conversa vazia com qualquer um, e nunca, jamais, deixo a ver que me interessam política, religião e literatura, porque sou burra demais pra tais conversas e odeio me sentir inferior.
Ah, pode crer que ajo como adulta.
E odeio.

Eu queria que você soubesse que o que eu quero de verdade é rastejar de volta pra você. Porque a verdade é que eu sinto falta das noites em claro chorando, eu sinto falta de te amar acima da razão, eu sinto falta de parar de comer na esperança de que o dia em que você finalmente viesse, você me veria magra. Sinto falta de um único pensamento constante e enlouquecedor na minha cabeça, você, você, você... como se aquilo fosse me matar. Sinto falta de sentar, chorar e esperar a morte vir, porque aquele sentimento era tão grande que explodia pra fora de mim, e eu tinha que cortar minha pele e desenhar seu nome com a lâmina, porque você estava me queimando de dentro pra fora sem jamais ter me tocado.
Eu queria que você soubesse porque eu sinto falta. Aquilo era eu. Era estar viva, pulsando, passional. Aquela era eu de verdade, e hoje sou só um fantasma. Uma sombra morta e insípida que você não olharia duas vezes.
Eu queria voltar a ser aquela que te obrigaria a olhar. Aquela que morreria na sua frente só pra ter a máxima experiência, só pra sentir viva uma última vez, por e com você.
A antiga "eu" jamais te deixaria em paz porque você casou. A antiga "eu" ia ter que se amarrar na cama pra não subir num ônibus ao saber que você não me contou que casou. A antiga eu morreria de tanto te amar e te amaria até morrer. E meu deus (se é que ainda consigo acreditar em um, já que você não acreditava), como eu sinto falta da antiga eu.
Mas eu tento não olhar pra ela. Porque agora que finalmente me tornei quem você queria que eu fosse - ou quem me fiz ser - todo mundo parece mais feliz. E eu fiquei uma covarde. Tenho de repente medo de quem eu era, de quem eu sou de verdade, de repente tenho medo de olhar pra dentro de novo e mergulhar, me perder dentro de mim, de repente tenho medo. Tenho medo de ser eu mesma.
A dúvida é quanto tempo eu agüento, porque está tudo começando a saltar pra fora de mim, das piores formas possíveis, como seu minha alma vomitasse meus defeitos. Meus medos e manias, em condições psiquiátricas tão fortes que sou obrigada a procurar ajuda. Se deus - ou a deusa - existe, está claramente me sacaneando. Quanto tempo dentro de um consultório psiquiátrico até eu ter que me ver de verdade? Até eu ter de parar de fingir? Vou ter de olhar pro abismo e tenho medo de cair nele.
E o que me dá nojo de mim mesma é ver que minha preocupação maior é não agradar mais os outros.
Mas talvez seja bom. Porque no final, eu te quero tanto que me sinto doente, e a verdade é que gosto disso. Gosto de saber que ainda sou capaz de sentir algo tão intensamente. Nos últimos dias achei que devia checar minha pulsação, porque tinha certeza que não estava viva. E hoje, ao falar com você, voltei a me sentir doente e suicida. Obrigada. Você me ajudou a lembrar que não morri ainda.

Sei que tudo isso é muito confuso, mas queria que você soubesse mesmo que você jamais possa saber. Porque eu me lembro, agora, racionalmente, o que irracional pensei não ter visto - o quanto você queria se ver livre daquela louca que te perseguia. Porque por agora eu tenho medo.

(E lembro quando mesmo o medo não podia me parar!...)

Não que a situação atual seja muito melhor. Ainda penso que é preferível morrer por você, te perseguindo, do que continuar "viva" com você sem lembrar que eu existo. Sem estar realmente viva.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Plantão da madrugada

Post dividido em tópicos, leia o que preferir.

Tópico 1

"You taught me that I can't love myself the way I am;

You taught me that when someone asks "ur ok?", they want to hear "yeah", no matter if it's true;
You taught me that I have to pretend, in order to keep the friends that love me (but not really, they just love my pretends)

You taught me that I can be loved - if I fit the profile (which I don't)
You taught me that weight doesn't matter, but married a skinny woman.
You taught me a lot of things that I would be better off if I have never learned.

So, as said cummings, "no thanks" for everything."

Escrevi isso na sexta, no trabalho, mas tinha acabado de postar então guardei (hihi). Tenho pensado muito nele, e cheguei a essa conclusão, mesmo: Não o amo. Tem um tempo. Mas morro de saudade. E amei a idéia que eu fazia dele, e hoje sei que não poderia saber se inha idéia era a mesma da realidade. Mas amei, amei de verdade. E amei tanto que hoje a mágoa e a dor me matam. A questão não é "por que ele não me amou?" e sim "por que fui incapaz de faze-lo me amar?". Todo dia, toda hora. Eu cresci com a dor, mas odiei a pessoa que me tornei (mais doq odiava a mim mesma antes, se e que isso era possível). Sou muito mais "self-conscious" agora, e muito mais triste. Triste não, apática. Quando o conheci era triste e queria morrer, agora já não quero nada, e isso, acreditem, é pior. Alguém me disse que na bíblia diz "Seja quente e seja frio, mas amaldiçoado seja se fores morno." (Se conhecem a passagem me desculpem, mas REALMENTE não entendo BULHUFAS de bíblia). Preferia morrer do que não viver. Então, hoje digo com segurança, minha vida seria melhor se eu nunca o tivesse conhecido.

Tópico dois

Propagandas são cruéis.

Tipo, "largue de comer doces sua gorda?" É essa a mensagem? Ou "Coma dos nossos doces e se transforme de obesa sem noção a gostosona photoshopada de capa de revista?"
Oh, c'mon.
Hoje em dia essa é a ténica pra se vender, desde sapatos até lubrificante pra motor. Mulheres artificiais de biquini. E o pior é que a gente CAI NESSA!

Elas estão dizendo "Credo, uma mulher normal, que gorda!"

O que me lembra uma tirinha muito boa (clique para ampliar):

(Peguei lá do blog Um Sábado Qualquer, um blog de tirinhas fantásticas)

Mas se você pensa "ah, que horror!!" agora, dê uma olhadinha ness link. Se estiver com preguiça, eu te conto o que tem nele: um artigo contando sobre como na década de 60 ser magrela era feio demais, e mostra até um anúncio da época - sobre um programa de dieta de engorda.
Primeira reação de vcs, tenho 50% de certeza, seria "ah, mas o mundo assim que era bom!" Tem certeza? Vamos reanalisar.
O ícone de beleza e sensualidade dos anos 60 foi Marilyn Monroe. Ela vestia nada mais nada menos que 42 - que pra maioria de nós, é algo que queremos longe, o que no máximo, aceitamos de passagem. E pra ela, era a perfeição suprema.
Aí pense em Audrey Hepburn. Não sei que número ela vestia, mas hoje ela é o ícone de muitas de nós. Pois na época ela quase foi rejeitada em muitos papéis grandiosos por ser magra demais. Em Bonequinha de Luxo, pra quem não assistiu, tem até uma cena em que um personagem, que não a via havia tempos, diz, pasmo "Meu Deus do céu, eles não te alimentam por aqui? Você está magra demais!"
O que tudo isso tem a ver com o anúncio dos anos 60? Pense naquelas meninas magérrimas que vemos por aí, que são magras pq nasceram assim, que não tiveram opção - que nós invejamos porque podem comer de tudo sem engordar. Já imaginou como elas se sentiriam lendo um anúncio desses? Tão rejeitadas quanto nós nos sentimos com a publicidade atual.
Mas se pensar bem, pelo menos era um anúncio honesto. "Se você quer ser popular, você não pode se dar ao luxo de ser MAGRA!" Pronto, disse - ser magra é feio nessa sociedade, se adapte ou se dane. Melhor doq esse conteúdo velado, disfarçado de publicidade inocente, sempre mostrando os perigos dos TAs e dizendo que a beleza interior que conta - mas mostrando mulheres de biquini até em comercial de cerveja (ngm mais se pergunta WTF tem mulher de biquini tem a ver com cerveja?) e chamadas em letras garrafais de dietas rápidas e milagrosas. E como disse a Ana Paula em seu último lindo post, sempre contando como a vida de gorda é ruim e como ser magra é tudo de bom. Vivemos numa sociedade que fode a nossa cabeça o tempo todo e em vez de brigar com ela, sofremos pra nos adaptar. Tem algo muito errado nisso.

Tópico 3:

Resolvi ir no tal chá, pela minha amiga. Não vou ficar até o fim e vou tentar me manter longe da comida. aliás, tenho mesmo desculpa - não posso ficar até tarde por causa dos ônibus. Todos os amigos dela vão pra lá de carro, só a pobre de ônibus. E se ela falar em "fulano te dá carona", dou uns tapas nela. Ou umas mordidas.
Eu como, como e como. Tenho esperança de que quando eu começar as aulas - e o horário de trabalho novo, mais puxado - eu não tenha tempo de comer. MAs nem eu me convenço mais. Já passeo por isso - nas férias vai melhorar, nas aulas vai melhorar, no verão vai melhorar, no inverno vai melhorar.... to sempre esperando a época certa, a ocasião certa, o milagre que vai me salvar da casa dos cinquenta - e mais ainda, dos 60.
Lembro quando eu vi 49kg pela primeira vez na balança. Não lembro a data ou mesmo quantos anos tinha, sei que foi no ensino médio. Lembro de ter dito a mim mesma "ok, se posso pesar 49kg, posso pesar até menos, e daqui por diante, não quero ver nenhum número na casa dos 50 na balança outra vez".
E esse mês ainda vi um 60, não foi?
A calcinha que comprei em outubro de 2009 pra vestir apenas quando tivesse 50kg - redondinhos, assim - de novo, tá na gaveta até hj. Eu queria ter força pra começar de volta, mas é dificil demais quando vc não tem mais esperança. Mas que eu queria perder uns quilinhos até o chá de cozinha, isso eu queria.

Por hoje é só, flores!
Beijos!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Congratulations, thxby

Eu tinha escrito um post imenso, mas vejam vocês, não esqueci do que acontece quando pessoas de fora descobrem os blogs.
O caso, resumido é que eu TENHO PAVOR DE SOCIAL. Festa, bar, a porqueira que seja, odeio, admito. Não é pq eu gosto de ser assim (embora tb não me incomode muito), é pq eu detesto me colocar em uma situação em que eu tenho que encarar o quanto sou deslocada. Daí que fui chamada pra um chá de panela e só tenho uma única e bem forte razão pra ir - é o chá da minha amiga de tipo, 9 anos. A gente se afastou bastante nos ultimos anos, mas ainda é uma pessoa com quem me importo muito, e acredito que ela ficaria magoada se eu não fosse.
(Amiga que tenho há nove anos, não amiga de 9 anos de idade. Ficou estranha essa frase.)
Mas é longe, fora de mão, em plena sexta, não sei de onde tirar comida pra levar (além do presente), to com a grana curta. E em 15 minutos ou menos vou querer sair correndo. Eu não conheço os amigos dela e não sou do tipo de faz amizade fácil. Eu sei que vou ficar me sentindo o pior dos seres humanos enquanto estiver lá.
Oh god.
Não consigo me decidir. Eu tenho um senso de dever muito forte, que me diz que é a pior coisa do mundo decepcionar alguém. Eu tenho tb uma auto-estima muito baixa que me diz que a pior coisa do mundo é estar no meio de pessoas que muito obviamente vão me rejeitar.
É, eu sei que pra vcs soa esquisito (sua tonta, como sabe que vão te rejeitar?), eu sei. Mas esse tipo de coisa é tão inerente que eu não penso "se", eu tenho certeza. E ponto final. Talvez isso transpareça em mim e aí sim que as pessoas são afastam, mas o resultado é o mesmo.
Já pensei em não levar salgadinhos/docinhos, levar o presente, dar um oi e sair, mas fico com vergonha disso tb.
Mas ficar no meio de pessoas desconhecidas, desconfortável, leva a comer, oq me deixa mais desconfortável(detesto comer algo pelo que não paguei, sério).
Enfim... sei lá o que fazer.

Hoje tive uma conversa com meu psicólogo (faz mais de um ano que não ia). Não sei o que disse ou fiz pra ele pensar que preciso de terapia toda semana e psiquiatra de volta. Ele estava bem sério, como se eu tivesse dito algo de diferente do que sempre digo (odeio minha faculdade, ainda me jogo da janela). Eu disse que meus horários nesse semestre e provavelmente no próximo serão bem apertados, mas ele insistiu que é realmente necessário. Agora fico encasquetando aqui: o que foi que eu disse demais?

No mais, to tão louca quanto sempre - não me lembro de ter tirado meus óculos da bolsa mas quando olhei pra mesa eles estavam ali. Talvez meu cérebro tenha fundido de vez.

Nem me pesei hoje. Tô ficando com medo do que posso ver.

(Em tempo: thxby = thanks, bye - como que sai correndo. Eu leio lolcats demais, Safi, não me odeie pelo inglês bagunçado, é proposital :p)

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Insira um título legal aqui

Eu queria ter alguma coisa legal pra postar, mas meu humor não mudou em nada. A situação do notebook, depois de quase explosão (exagero, mas quase incêndio foi) está parcialmente resolvida - comprei um carregador novo que não põe incêndio na casa e no início do mês mando ele pro conserto de verdade - mas o cara que deu o "diagnóstico" dele tb fez um remendo sem cobrar nada, então por alguns dias meu notebook está funcionando normalmente (como só aconteceu nos primeiros meses depois da compra).
O peso - ah, o peso... - tá uma porcaria. Comecei a sexta com 55kg e terminei o domingo com 58kg. Se eu precisasse de dieta de engorda seria um prodígio, mas na situação atual sou um fracasso.
Não me animo a fazer dieta. Talvez mais tarde, talvez amanhã... quando me der na telha.
Eu sei que esse post é um disperdício de tempo, então vos aconselho a aproveitar melhor vossos dias. Vão passear, se divertir e emagrecer pq eu já num lembro mais comofas.
Agradeço milhões de vezes pelos comentários, vcs são muito queridas. Nem sei se eu aguentaria sem ter vcs me dando força sempre.
Bjs!

(PS: Estão de olho na proibição da ANVISA contra os inibidores de apetite?)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Emptiness and Confessions

Ando tomada por uma infelicidade estranha. As coisas tem melhorado, até mesmo meu peso - apesar de perder cerca de 100g por dia, não passei de 57 na ultima semana, quase - semana que vem volto a ter psicólogo, na outra resolvo as pendências da faculdade e até mesmo minha situação profissional está melhor do que eu teria previsto. Eu deveria estar feliz ou pelo menos calma, se eu fosse uma pessoa normal.
Mas não sou uma pessoa normal.
Então pq será que eu me sinto tão infeliz?
Fico pensando no meu notebook - problemático q dizem q vai me custar 400 reais pra arrumar. E na faculdade, cuja pendência não resolvida me dá emdo do futuro. E no peso, claro. Hoje vi uma  menina tão magra que eu não conseguia parar de olhar. Pareci louca. Ou lésbica. O fato é: aquelas pernas e braços finos não me saem da cabeça. Pra eu fica magra daquele jeito, teria q ter, pelo menos, uns 35 kg.
Mas nem nos 40 eu consigo chegar!
Sinto vontade de chorar a toa, mas é complicado. Eu sinto uma tristeza branda, que quase não me toca. É difícil explicar porque o vazio é tão terrível. Pq é o vazio - o nada, a inexistência de qualquer coisa. Então não é triste ou angustiante, é nada.
Talvez seja isso que chamem de estar morta em vida. Se morrer é ir pra inexistência, eu sou uma morta que caminha.
Tentei não comer ontem, mas estava tão chateada, de repente, que acabei comendo demais (pra variar). Me cortei só por me cortar. Eu tinha dito a mim mesma que se me cortasse não comeria, mas me cortei depois. Pq? Pela estética, talvez? Sei lá. Só sei que não consegui ir dormir sem cortar a palavra CONTROL  no meu braço, exatamente como ela estava na minha mente.
Hoje, quando vinha pro trabalho, me ligaram da assistência me dizendo que o conserto do note sairia 400 reais e eu fiquei lá, sentada, olhando pra vitrine em frente. Acho que era de óculos. Comecei a ficar triste e nervosa, e fui me cortar de novo - em cima da palavra já cortada. Fiquei pensando em não vir trabalhar, mas não consigo ser irresponsável, nem quando eu preciso. Só o que queria era ir pra casa e dormir o dia todo. Mas não posso, não devo. Preciso ser responsável.
Pq, eu não sei.
Sonhei com o Ensino Médio. O que exatamente eu não sei, mas era ruim - envolvia o tipo de humilhação que era cotidiana pra mim, na época. E mais doq isso, mas não me lembro. Só sei que hj, quando o menino que estudou comigo na época e que hj trabalha aqui (ironias do destino sacana) chegou, eu fiquei olhando pra ele tanto tempo, mesmo com ele me encarando de volta, que ele deve ter achado que fiquei louca - ou afim dele. Eu fiquei com vontade de dizer um monte de coisas.
"Lembra como eu era mais magra?"
"Lembra como parecia que eu tinha vindo do lixão?"
"Lembra como eu usava roupas de menino que ganhei de caridade?"
"Lembra como vc me chamava de anti-cristo nos corredores, fazendo todo mundo rir menos eu?"

Sei lá. Não sei porque isso me incomoda agora, de repente, depois de uns 8 anos.
Credo, 8, já?

Tb tenho pensado muito no R. à toa, assim. Ok, "À toa" parece significar algo displicente. Não é displicente, é um saco, e é aterrador as vezes. É o único momento em que sinto algo - e geralmente é tristeza. As vezes acho que ainda o amo, depois me lembro que amo a imagem que tenho dele. É fácil amar alguém quando vc não tem que estar perto dessa pessoa, quando vc não lava as meias sujas dela nem escuta ela roncar. E sim, eu invejo a A. mesmo que essa seja a situação.
Fico o tempo todo pensando "Por que ela e não eu, por que ela e não eu?" como se fosse um mantra. Claro que eu sei a resposta, pq ela é melhor em tudo,  e eu sei, e se eu não quiser morrer sozinha vou ter que ser como ela. Só que eu sei tb que nunca vou conseguir. Dia desses vi uma imagem q qualquer dia posto aqui, com uma citação de um livro, dizendo que se não dá pra ser perfeita, tenho q tentar ser o mais próximo de perfeita que é possível: magra.
Tá, o texto tá perdendo a conexão.
Acontece que, afinal, eu admito. No fundo eu sempre quis que ele lesse meus blogs, q soubesse como me sinto. Só que saiu tudo as avessas. Pq eu tinha um tipo de sonho romântico em que, poir um acaso, ele estaria lá e veria meu blog por acaso e descobriria como eu me sinto e... sei lá oq eu esperava, que tudo ficasse muito bem. Só que nada saiu do jeito certo,  ele leu e achou que eu era maluca e que amava odiar ele. Ele entendeu tudo errado e saiu da minha vida.
Então, usando a máscara de Anna Bunny, eu joguei comigo mesma. Me convenci de que eu devia me esconder pra ele não me achar, como fizera antes. Claro que isso viria ao caso se eu quisesse falar mal da mulher dele, coisa que nunca mais consegui fazer, ainda que fosse tudo de brincadeira. "Maracujá de Gaveta". Não era pra ser ofensa. Não era pra ferrar tudo.
Mas a verdade é que, eu fiquei me escondendo como se não quisesse ser encontrada. E isso só aconteceria se ele procurasse por mim, só que ele não vai, ele não lembra que eu existo nem qualquer coisa relacionada a mim. Eu não entendo como as pessoas saem umas das vidas das outras como se nem tivessem passado por elas. Eu não entendo como posso não fazer diferença nenhuma pra ele se ele faz tanta diferença pra mim.
Pode não ser bem assim, pode não ser o que parece, mas é isso que eu sinto. Sinto como se ele não ligasse a mínima pra mim.
Sinto como se eu fosse um grande monte de nada pra ele e pro mundo.
E me sinto meio idiota pq a verdade é que eu queria que ele se importasse a ponto de achar o link do meu blog e ler, pq eu queria que ele se importasse, exatamente como quis desde o início. Sinto falta dele brigando comigo, essa é a verdade. De ele me pedir pra me cuidar. Era bom sentir que ele se importava, e eu fiz por onde perder isso tb. Ele desistiu como todo mundo.
Uns tempos atrás ele disse pra eu parar de dizer isso, que não era verdade. Mas oq mais eu posso pensar? Não o recrimino, é só um fato: ele, como todo mundo, percebeu que tinha que parar de perder tempo com uma pessoa tão perdida e demente como eu. Foi viver a própria vida e esqueceu, como todos fazem, e quem sou eu para tentar segurá-los quando querem ir.
No final todos vão, pq se cansam, e eu fico. Eu sempre fico no mesmo ponto onde me deixaram. Esperando ser salva, sabendo que isso nunca vai acontecer.
Eu sinto falta dele.
Sinto falta, acho de algo que nunca esteve lá. Alguém que me amasse incondicionalmente exatamente como eu sou.

A sensação de estar destacada não passa. Mas o pior é ver que ngm enxerga que eu preciso de ajuda. Ngm parece entender ou querer saber. Os cortes no meu braço gritam, e eu á não me preocupo em mostrar porque... honestamente, eu sei que ngm liga além de mim.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

The Black Swan inside us all

Aviso de post longo. Tenham carinho e paciência, esse deu trabalho.


A primeira coisa que me afetou no filme foi óbvia, embora, a princípio, eu devesse ter percebido, mas não percebi. Só quando Natalie Portman começou a fazer seu aquecimento diante do espelho percebi a razão inconsciente pela qual quero ver esse filme desde que ouvi falar nele pela primeira vez. O ballet.
Quando eu era criança, meu sonho era ser bailarina. Minha mãe tentou me demover dessa obsessão aos 7 ou 8 anos, me mostrando uma reportagem do Globo Repórter sobre como as bailarinas sofrem, como tem de se dedicar e como vivem machucadas e cansadas. Eu não me importava. Aos 4 anos ela já havia dito que não pagaria aulas de ballet pra mim, pq eu só tinha 4 anos e não sabia realmente o que queria da vida. Pagou aulas de jazz pra minha irmã, que desistiu dois meses depois. E o ballet continua sendo meu maior sonho e desejo, mesmo que não realizado.
Ela acha que eu não me lembro disso, mas lembro de cada detalhe.
Então, com o passar do tempo, lentamente eu fui entendendo. Não vou dizer que foi o único motivo pra eu desistir - teve outros, como a falta de dinheiro e a falta de fé da minha família no meu objetivo. O mal dos adultos é nunca ter fé nas crianças, que sabem mais da vida do que qualquer um.
Não, o que me venceu mesmo pelo cansaço, foi uma percepção sutil, que foi se infiltrando tão sorrateiramente que nem vi que ela estava lá. O que realmente me venceu foi algo que percebi com a ajuda dos meus coleguinhas de escola, da minha amorosa e preocupada família e até da minha linda e magra prima:
Bailarinas não podem ser gordas.
Pois claro, o que eu achava mais lindo - a leveza e a fluidez dos movimentos, a perfeição, o modo como pareciam anjos com o vento em suas asas... eu não conseguia ver meu corpo gordo nesse contexto.
E na sexta, vendo Cisne Negro me perguntei se não foi por isso que eu desisti do ballet e comecei o transtorno alimentar, pra começar. Quase me doía fisicamente ver aquelas danças. Pensar que talvez, se eu tivesse me esforçado mais em convencer minha família, em emagrecer antes, talvez... hoje fosse eu me movimentando como se fosse de porcelana.
Ou talvez "Esqueleto do Cisne", como esse filme podia se chamar. Pq a magreza da Natalie Portman me assustou - e vcs sabem que pra magreza me assustar tem que ser muito. Quase não se via nas roupas de ballet e nos casacos, mas nas malhas, vc podia contar cada costela dela, quando ela se virava de costas, cada vértebra. A Mila Kunis ficava gorda do lado dela.
Outra coisa que me chamou atenção logo de cara - entre todas as qualidades do filme, foi um diálogo entre Nina (Natalie Portman) e o diretor safadão:

"...I see you obsessed getting each and every move perfectly right but I never see you lose yourself. Ever! All that discipline for what?"
"I just want to be perfect."
"What?"
"I want to be perfect."
"Perfection is not just about control. It's also about letting go. "

Pode não ter chamado atenção de mais ngm, mas sei que vcs entendem pq chamou a minha.

E a partir desse ponto, o filme me prendeu de modo assustador. Pq era muito fácil me ver ali. Mesmo eu não sendo uma bailarina linda, magra e perfeita, eu me vi ali. Porque eu vou dizer o que esse filme não é: Não é sobre ballet. Bom, é, mas só como metáfora. É um filme sobre perfeição, e sobre o que há de negro dentro de cada um de nós.
Vivemos sobre uma pressão que não admite falhas. Nós, aqui nos blogs, sabemos como é difícil dizer ao mundo o quanto queremos a perfeição porque essa exigência é inominável. Todos sentimos, mas jamais devemos admitir ao mundo. Devemos passar a vida querendo e não conseguindo, devemos viver em frustração com sorrisos.
Talvez seja verdade - pq talvez seja isso mesmo que acontece quando queremos algo tão intensamente - principalmente algo tão inalcançavel quanto a perfeição - entramos em contato com aquele lado negro que fingimos que não existe. Aquela escuridão que vive dentro de nós.
Nos esforçamos tanto, achando que a perfeição envolve a bondade e magnanimidade (??) absoluta que tentamos matar o nosso lado negro, nossa escuridão que é também o que nos permite ser passionais e obsessivas. O resultado disso, num caso extremo, é que esse conflito acaba num colapso total da personalidade, do eu.
Claro, que num caso extremo. Sei que muitas pessoas passam por isso e depois tomam tento e vão viver a vida quase normalmente.
Mas as vezes não dá pra escapar. As vezes, nessa busca insana, vemos nosso lado negro e vemos que ele se torna impossível de não olhar. Impossível de escapar. As vezes a escuridão é tão forte, e só precisava de um empurrão pra sair. É quando finalmente vivemos, pq enlouquecemos. A vida e a morte se tornam intensas demais para serem ignoradas. Se completam, assim como o bem e o mal em nós, e nos dão um vislumbre da perfeição.
Sim, eu pensei isso tudo na sala de cinema, enquanto aquele filme me engolia e me espelhava, como água. Como um lago, de verdade.

O final não podia ser diferente, e só não conto mais pra não estragar. Mas foi dificil demais não chorar. As luzes se acendendo, as pessoas assustadas e excitadas, comentando aquele thriller "sick and sexual". E eu segurando o choro, um nó na garganta.

Saí da sala de cinema tensa, o subway que comi revirando no estômago. Era uma emoção forte e bagunçada, e tenho estado tão ocupada com tantas coisas que aquilo me atingiu com mais força do que o esperado. Só o que conseguia pensar era em me livrar daquela angústia, daquele abismo, porque era tão forte que me senti destacada da realidade.
Obviamente fui direto pro banheiro do shopping, e miei, sem nem pensar no que estava fazendo.
Minto. Pensei tb em como contar isso no blog - depois de quase 3 meses sem miar, sem ceder, eu vomitei sem pensar duas vezes por causa do filme. Mas era muita coisa pra processar. Me afetou de verdade.
Vomitei até as pernas ficarem fracas. Voltei pra casa e vim direto baixar a música do Lago dos Cines, e foi com ela que dormi.
No dia seguinte, finalmente cheguei aos 55kg de volta.

Talvez essa seja mesmo a resposta - aceitar sua escuridão mesmo que ela te consuma. É o único caminho pra perfeição. Essa é uma verdade que aceitei há muito tempo. É a coisa mais importante, mais difícil e que mais quero. Quero ser magra. Não importa o que isso custe. Quero ser perfeita. Quero merecer ser amada e quero merecer ser feliz. E pra isso tenho que ser perfeita, é o que mais quero. E se tiver que morrer pra isso, então que seja.

Desculpem pelo post imenso, mas não deu pra evitar. Precisava contar tudo isso pra alguém.
Amores, assim que possível comento em vossos blogs. Não esqueçam que eu sempre leio vcs pelo reader mas nem sempre posso comentar.

Bjs and keep strong :*

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

"Pior a emenda que o soneto"

Daí que esses dias, depois de 12hs de NF, eu comi dois pacotes de miojo e meia barra de chocolate. À noite (que, pra que não sabe, é o pior horário pra mim - da maior compulsão e que mais engordo). Pra algumas pessoas comer a noite (apenas a noite) emagrece, mas não pra mim. No dia seguinte, decidida a mudar, fui ao mercado, comprar um suprimento de sopinhas vono pra ter algo até 100 kcal pra comer a noite. Daí tive crise, obviamente.
Eu não sei vcs, mas supermercados são uma tortura pra mim, especialmente quando estou de "dieta". (Leia-se, quando estou tão neurótica com peso que enfio na cabeça que preciso ir comprar tudo light). Eu vivo fazendo isso. Eu vou ao mercado, gasto uma fortuna e metade das coisas acaba sendo inútil. Sou mais Becky Bloom que Karen Carpenter, na verdade.
Enfim, é uma tortura. Ver aquelas prateleiras cheias de coisas gostosas e supercalóricas e não poder leva-las pq a Anna na minha cabeça não em deixa ser um coelho de cassoulet (eu sei que já fiz essa piada sem graça antes, sorry). Enfim, acabo gastando um monte inutilmente, como veremos a seguir.
Outro problema desse supermercado em particular é a região que trabalho. É um bairro super chique e cheio de gente de nariz em pé, e por alguma razão, todas as meninas na faixa etária de 14 à 35 anos parecem ser absurdamente magras. E a maioria das mulheres de outras faixas etárias tb.
Então, imaginem, a louca aqui, vestida como louca, com cara de louca - e gorda - cercada de guloseimas e meninas magérrimas e chiques enchendo suas cestinhas com guloseimas que me fazem virar um balão do dia pra noite.
Sou um 40/42 em um mar de 34/36. Sério.
Mas ainda assim, perseverei, depois de muitas lágrimas, e consegui sair do mercado com uma bagagem de disquinhos de cereal, sopas vono, leite desnatado, suco light e até pimenta pra fazer Master Cleanse. Cheguei em casa e fui fazer uma Vono. Fui dormir feliz com as poucas calorias (ignoremos o que eu comi até aquele momento pq não me lembro, mas não deu mais de 500kcal no dia, juro).
No dia seguinte, na balança: 56kg.
Suspirei. Mas afinal, Roma não foi feita em um dia, já dizia... sei lá quem, todo mundo.
Daí, de manhã, com muito esforço, tomei meu leite desnatado com um mínimo de nescau q nem cor direito deu no leite (+ ou - 164kcal). Vim trabalhar.
Então vcs podem imaginar que eu estava morta de fome quando cheguei em casa, comi uns disquinhos (tem 6kcal cada, suponho de que tenha comido uns 5 - 30kcal), e fiz minha vono, mas ainda tava morrendo de fome. Daí fui lá e fiz um mini risoto, q hj vim a descobrir tinha umas 350kcal. Tá, juro q achei q era menos. Mas ainda assim, vcs percebem que o total de calorias foi menos de 600kcal....
E quando me pesei hoje de manhã, o resultado foi UM QUILO A MAIS.
Tudo bem, a maior quantidade de calorias consumi a noite. MAS POMBAS! UM QUILO A MAIS?
Vá se foder....

Então, aqui estou, sem saber que rumo tomar. Estou deprimida pq nem o meu peso consigo controlar e estou acreditando agora que nunca vou conseguir ser tão magra quanto desejo. Comi antes de sair de casa - outro mini risoto de pacotinho, mas não comi inteiro pq era de um sabor não muito bom. Trouxe nescau e bolachinha amanteigada pro trabalho. Talvez pelo menos consiga evitar me entupir a noite.
Minha última esperança é, obviamente, a master cleanse. Mas será que eu venço fazer? Não boto mais fé não.