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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Rainy days and mondays.... again

(AVISO DE POST LONGO. Se vc estiver com preguiça de ler, e só quiser comentar "que legal/que chato/força amiga", vai fundo)

Acho que esse já foi o título de um post, mais de uma vez, rs. É que me identifico muito com essa música e especialmente este refrão da música dos Carpenters.
"Hanging around,
Nothing to do but frown,
Rainy days and mondays always get me down..."


Tem chovido cães e gatos em Curitiba. Sério, é o dilúvio gente. Choveu nos últimos dias, só nos últimos DOIS dias, a previsão de chuvas do mês todo. Minha irmã, que se mudou uns dias atrás, teve a mudança levada num caminhão com a carreta aberta, e hoje, dez dias depois, os cobertores dela ainda estão ensopados. Ela tem chorado muito e a casa onde ela mora agora não tem janelas. Todos estão se descabelando de pena, e eu tenho pena, mas não estou me incomodando. Minha irmã nunca foi minha amiga ou coisa do genero.
Aliás, meu tema desse gmail reflete o clima na cidade. Tem estado chuvoso a dias, toda vez q acesso, tem as pessoinhas no ponto de ônibus no meio da chuva.
(Quem não conhece os temas do Gmail, ignore essa informação).
Minha bolsa tem um laço. Não é um laço de verdade, é um pedaço de tecido moldado que parece um laço. O pedaço de tecido caiu e eu não vi. Fiquei sentida, chateada deprimida. Por conta de um pedaço de tecido - mais do que tenho ficado por conta das pessoas.
Isso é oq tem me chateado principalmente, mas já volto a esse ponto.
Outra coisa é que não me chamaram mais naquela escola onde eu iria dar aulas. Mandei um email hoje, mas só por pressão externa. Todo mundo quer que eu vá pra lá, mas honestamente? Eu não quero. A razão é muito simples: Em janeiro eu pego férias aqui. Parece uma razão besta, mas acreditem, pra mim tudo importa. E eu já disse, nunca quis ser professora. Quando eu tinha 6 anos eu queria, depois disso nunca mais. Aos 10 anos tive uma briga homérica com meu pai dizendo que preferia ser qualquer coisa menos professora, e não mudei minha posição: eu sei que não tenho psicológico pra isso. Mas como esse vai ser meu diploma - não por escolha de verdade, mas por uma combinação de fatores somadas a minha covardia e urgência em agradar todo mundo - eu sei que escolas de idiomas são minha última esperança. Me recuso a dar aula na rede pública, simplesmente me recuso. A situação da rede pública do Paraná está cada vez pior, mas a educação aqui continua sendo a melhor do país. Por que? Porque professores dedicados, que amam o que fazem - e não tem outra opção, as vezes - se desdobram em vinte pra dar aos alunos o que eles precisam. Mas eu não quero ficar na situação desses professores, não mesmo.

De volta a minha insensibilidade. Eu não tenho tido paz por causa disso, desde que descobri o quão insensível me tornei.
A ficha caiu de verdade naquele dia em que falei com ele. Estávamos falando de uma amiga em comum que é meio maluquinha mas é um amor. Ela se declara sociopata mas tem um coração de ouro (longa história). Então eu falei que, apesar de ela viajar na maionese constantemente, eu adoro ela, e ele disse algo como "sim, apesar de ela viver numa realidade alternativa bem diferente da nossa, ela é legal."
"Uma realidade (...) nossa." Foi o que me pegou. Desde quando eu e ele temos a mesma visão de mundo, de vida? Nós nunca tivemos, essa era uma das razões de tantas brigas... ah, mas a gente não briga mais, a gente mal se fala. E quando se fala, não briga, nunca mais. A última vez que discutimos foi por email, mais de um ano atrás, quando eu li o email que ele mandou pra T., uma amiga em comum (aquela que conheci por acaso e descobri q teve algo com ele depois). Ele ficou putinho de os emails pessoais dele estarem rodando por aí, e eu fiquei putinha pq era um email pessoal da T., e ela quis me mostrar, fim. E se ele acha que eu o pintei como um monstro pras minhas amigas, queria saber como foi q ele me pintou pra ela naquele email. Como um anjo é que não foi. "Sei que vc conhece a 'Bunny' e imagino que ela deve ter falado horrores de mim."
Tá, senta lá R..
Mas enfim, isso não vem ao caso. O que me surpreendeu - confesso, assustou - foi ele achar que sou igual a ele. Não estou com isso dizendo que ele é uma pessoa ruim, mas ele é uma pessoa normal. Ele é diferente de mim. E eu sempre me orgulhei de ser diferente.
Bom, não é exatamente orgulho. O que acontece é que sei que sou mais que diferente - sou esquisita. Então sempre me esforcei pra acreditar que minah esquisitice era especial. Por isso comecei a acreditar no sobrenatural - pra acreditar que minha esquisitice era efeito colateral de um dom. Não sei se é ou não. Mas ele me convenceu quando disse que todo mundo que acha que vê gente morta é doido, ou charlatão (mas me irritei ao ouvir o meu psiquiatra dizer isso). Não, não acho que sejam charlatões, todos. Mas acho que eu sou maluca. Acho q disfarcei meu problema mental de dom.
Voltando ao assunto, eu tinha crenças. Eu tinha sentimentos. Eu me dóia de horror pelo mundo todo, muito mais do que por mim.Eu tinha excessos demais - amor demais, cuidado demais. Ele me julgava idiota pelas minhas amizades, e deve ter julgado mais ainda quando eu perdoei muitas coisas. Mas não me parece grande coisa, pq eu prezava minhas amizades demais. Cada amigo - cada amiga, nesse mundinho aqui, inclusive - era tão especial pra mim como se fossem irmãos e irmãs de verdade. E eu entendia alguns excessos, pq eu os tinha tb - eu tb fazia a linha "mato quem faz meus amigos chorarem".
Ele ter achado que eu fazia parte do mundo dele me deixou "absurdada". Minha primeira reação foi negar  - eu certamente me pareço muito mais com nossa amiga louca que com ele! Mas será? Eu não estou chamando ela de maluca tb? Eu não me preocupo com oq as pessoas pensariam de mim se eu dissesse que acredito nas "maluquices" dela?
Acredito que acabei na coluna do meio. Eu não acredito mais, em nada. Não sinto mais nada. Toda emoção e o furor se foram. Me mandaram crescer, cresci, virei adulta, racional e não passional, e não achei graça. Mas tb não sou normal - há sempre aquele ar de esquisitice que me rodeia e me impede de ter uma vida normal, sem falar nos "probleminhas" na cabeça que afastam até que tinha se aproximado a principio.

"Me pediram para ter paciência
Falhei, Gritaram
'Cresça e apareça!'
Cresci, apareci e não vi nada
Aprendi o que era certo com a pessoa errada
(...)
Nada era como eu imaginava
Nem as pessoas que eu tanto amava
Mas e daí, se mesmo assim
Vou ver se tiro o melhor pra mim..."


Me sinto realmente sozinha. Realmente, realmente, sozinha, por mais que não esteja. Me sinto sozinha aqui dentro, e a percepção do que me tornei me fez ver esse vazio, que é ainda maior do que eu imaginava porque não tenho mais amor obsessivo, dietas malucas e crenças fanáticas pra preenche-lo. Nem dor eu tenho mais. Então quem sou eu? Se não sou feita de dor, de crença, de amor ou de dietas?
Acho que não sou nada mesmo. Ou pelo menos é assim que me sinto.

Garotada, eu me vou. Mas logo logo volto.
Os comentários de vcs são muito importantes pra mim, mesmo.
Prometo que juro que nas férias vou retribuir mais os comentários.

Beijos.
Stay Strong
Bunny


1 comentários:

Cristal* disse...

Oi linda, não sei se te lembras ainda de mim, mas voltei por aqui para dar um apoio.
Bjinho ;)