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sábado, 25 de setembro de 2010

Franol and (un)happiness


Dia 21 eu esqueci do niver da Lovely no dia seguinte, então quando a vi no msn começamos a falar sobre efedrina. Ela me disse o nome de um outro remedio que não o franol, e como eu achava que franol tinha sido proibido, no dia seguinte procurei o tal remedio loucamente. Andei o centro da cidade todo pra descobrir que a farmácia perto da minha casa vende franol (que nunca foi proibido, mas a maioria das farmácias não recebe ele mais). Ia me jogar na caixa com 100 comprimidos, mas achei melhor uma cartela com 20, dividi com a minha irmã (que tb toma qualquer coisa pra perder peso.
Depois que eu comprei, minha mãe me disse que o outro componente da fórmula (teofilina) me fazia mal. Eu lembro da ocasião em que tomei, só não sabia que era esse remédio até ela me contar (eu era criança e quase morri com esse negócio). Mas resolvi tomar, pq não custava tentar e eu achei a dose bem baixa.
Os resultados até agora foram:
Dia 23 - Eu tomei um de manhã depois do café (que a bula dizia pra não tomar de estomago vazio). Tive uma vontade imensa de fazer xixi mas em geral me senti bem. Não senti fome e só jantei, ams comi bem menos do que costumo comer. Tive uma breve noticia "dele", embora não diretamente.
Dia 24 - Acidentalmente, acho que tomei dois (mas não me lembro, sério). Quase morri. Meu coração estava descontrolado, eu tremia, eu estava me sentindo meio zonza e precisava urgente de um banheiro. Ao longo do dia fui me sentindo melhor, mas ainda horrivelmente enjoada. Tive uma outra possivel noticia dele (vi uma atualização no orkut e comecei a fazer suposições.
Dia 25 - Tomei um só direito e nem me deu piriri. Tive outras noticias dele - fui atrás de saber e acabei vendo as fotos dele no facebook, quase todas, obviamente, em companhia da adorada esposa. Tive uma crise entre ficar olhando até me rasgar inteira por dentro ou sair correndo. Só que já passou por isso entende a atração que a dor exerce, a necessidade de absorver cada detalhe de cada imagem e ao mesmo tempo a sensação de que você vai perder a cabeça, vai começar a gritar e chorar e que você vai se quebrar ao meio...
Ok, não sei se alguém além de mim já sentiu isso.
Depois disso o dia degringolou. Voltei a chorar desesperadamente pelo mesmo motivo de sempre - me perguntando "pq ela e não eu" sem querer ouvir a resposta. Fiz meu power point pra uma aprensentação oral que devo fazer essa semana - sobre o tema que eu escolhi, "Como os Padrões de Beleza afetam a auto-estima das mulheres" o que somado aos pensamentos sobre ele tem me feito sentir a pessoa mais miserável do mundo hoje. Almocei "duas vezes", comi miojo e depois arroz e ovo apesar de não ter a minima fome. Talvez eu jante, não sei.

Prometo tentar passar em vossos blogs amanhã. Eu leio todas, mas geralmente no trabalho, então não posso comentar, e quando estou em casa estou sempre fazendo trabalhos da faculdade.

Eu não sei porque esse desespero tem me acometido, pq fico pensando nele e lamentando ele como se ele tivesse acabado de sair da minha vida, quando tecnicamente nunca esteve. Não depois que achou alguem que podia amar. Eu não quero pensar nisso, não quero me desesperar de novo. Eu deveria estar deprimida, ou pelo menos é o que o meu cérebro me diz, mas eu simplesmente não estou - acho que a efedrina que devia me deixar hiperativa está reagindo com a minha baixa serotonina. O resultado é que eu não sinto nada - nada mesmo, tipo nem feliz, nem triste, nem desanimo nem raiva, nem depressão, nem nada. Enquanto eu puder ficar assim é bom, enquanto eu puder fugir dos meus problemas e ignora-los, eu não vou sentir nada, e isso é bom - melor do que me despedaçar.
Claro que o certo seria enfrentar. Mas eu não aguento. E acreditem, minha primeira reação hoje foi tentar reagir, encarar, mudar. MAs nã dá.
Como eu posso me amar, com 58kg ou 40, se ele nunca pode, não importava quanto peso eu perdesse? Ele me provou que eu estava certa sobre mim mesma esse tempo todo, não mereço ser amada, mereço, principalmente, ser ignorada, esquecida.
Então por enquanto vou me ignorar e me esquecer.

Só pra constar, voltei pra faixa dos 55kg (graçadeus!)
Bjs!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Dieting Girl, Interrupted.

(Post escrito ontem.)

"Vou fazer o seguinte"
"O que?" (mau-humorado)
"Vou comer agora." (animada) "Daí amanhã eu começo, de verdade, de verdade mesmo, a fazer dieta."
(Silêncio)
"Você que sabe, a saúde é sua."
(Outro silêncio visivelmente indignado)
"Credo, amor! Você fala como se eu não quisesse... como se eu não ligasse, eu quero!'
"Tá, você que sabe."
-----------------------------------
Essa conversa aconteceu atrás de mim na fila do Mc Donalds (já explico). Eles continuaram, mas a moça do caixa perguntou meu pedido e eu deixei pra lá. Quando fui para o lado esperar minha bandeja e os dois foram pro caixa, olhei pra eles. O cara era o tipo normal - daqueles que tomam uma cerveja e vão a um churrasco uma ou duas vezes por mês sem se preocupar. A menina era linda, loira e bem vestida - e chutando, devia vestir 44. Talvez 46, mas eu duvido um pouco. Nunca fui boa em definir números, mas ela não era muito alta e por mais que fosse, certamente mais gorda que eu, não era obesa. A típica gordinha, normal. O tipo que a gente chama de gordinha pq ela realmente, não é gorda/obesa, mas está obviamente acima do peso.
Eu queria bater naquele cara, sério. Ainda mais quando vi que ela só pediu um café (eles tavam dando café de graça) enquanto ele pediu uma Mc Oferta inteira - quarteirão com queijo. Ainda notei uma discussão do tipo "Só um café? Pare com isso..." Enquanto ela, com aquela expressão triste e resignada que todas nós conhecemos "Pode registrar, moça, é só um café."
Pensei em várias coisas pra dizer. Fiquei triste por ela. Hoje me ocorreu que eu devia ter simulado uma conversa no telefone, dizendo "Oi, amiga. Tudo. Ah, não é que terminei com ele. Ah, ele disse que se eu engordasse ele me deixava, então deixei ele primeiro. Ninguém tem que me dizer o que comer." Mas mesmo pensando só hoje nisso, seria forçado. Queria honestamente me meter na conversa, mas eu sei o quanto é irritante gente que se mete onde não é chamada (fora que eu ia ouvir uma boa). Mas ainda estou chateada com a situação da menina.
Quem morreu e os fez reis? Esses que nos dizem o que comer? Não são os namorados, são todos, incluindo outras mulheres. Façam  um teste, na próxima vez que passarem por uma banca de revista.
Sério:
Parem e olhem nos displays, e depois dentro da banca.
Vejam quantas revistas voltadas para mulheres há, e quantas para homens. Nas revistas para mulheres, contem quantas são voltadas para "bem estar" feminino. Shape, Boa forma, Dieta Já, Sou +Eu, Viva mais, Corpo a Corpo. Contem também as revistas que não tem aquelas que não tem necessariamente uma manchete "PERCA 5KG EM UMA SEMANA! COMENDO DE TUDO!!" Considerem também revistas como Nova Cosmopolitan ou Ouse!, ou... sei lá, vcs entendem o tipo de revistas que eu quero dizer.
Todas as revistas que clamam ser "pela qualidade de vida da mulher". Que estampam modelos magérrimas e photoshopadas de biquíni na capa, que te incentivam a ser como elas, que te ensinam técnicas e mais técnicas sexuais e amorosas pra prender o seu homem ou atrair um. Yeah, isso é o que se espera de uma mulher hoje, não?
Agora contem quantas revistas nesse estilo existem para mulheres e quantas para homens.
Nesse estilo, eu digo. Nem precisa, só tem a Men's Health. Aí vcs vão dizer "não é a única revista masculina que existe" e eu tenho de dizer, claro que não. Existe Playboy, Sexy, VIP... mais um punhado de revistas cheias de modelos photoshopadas, neste caso sem biquini, que nos fazem pensar "pq ela pode e eu não?"
A regra dos flocos de neve é linda, mas deve ser aplicada aos seres humanos também - especialmente as mulheres. Não existem dois flocos de neve iguais. Não existem duas pessoas iguais, duas belezas iguais, duas almas iguais. Parece clichê dizer que a beleza está nos olhos de quem vê, mas é verdade: já viram como pessoas apaixonadas realmente consideram seu objeto de amor a pessoa mais linda do mundo? Pq ela é inteligente e engraçada e sensível vira a pessoa mais linda do mundo. Quantas vezes nós mesmas fazemos isso? O amor da nossa vida pode ser meio desleixado e gordinho, mas a gente não.
Por isso eu continuo pensando "O que ela te fez seu babaca?! Pra não poder comer um mc donalds com vc em paz? Vc tem uma menina linda e com certeza, inteligente e meiga do seu lado, e só o que você consegue pensar é que ela não sairia na capa da Boa Forma? E nem me venha com esse papo de saúde, até os médicos admitem que estar um pouco acima do imc normal é saudável, e se ela vivesse na renascença ou no marrocos hoje, ela seria considerada linda, gostosa e teria mil homens se matando por ela."
Aff.
Pq eu estou falando tudo isso e oq eu tenho a ver com isso:
Liguei a mulher que ia me vender a receita e ela disse que não consegue mais. Primeiro eu fiquei chateada. Daí eu fiquei louca. Como assim? E todos os planos que eu tinha feito? De ser magra e ativa! Pq além de não comer feito uma vaca, eu ia conseguir ficar mais acordada, ser uma aluna melhor, uma pessoa melhor, pq parte da minha depressão é por causa desse cansaço infinito que - sejamos claras - começou depois que eu engordei. Aí meu corpo ia trabalhar mais com menos calorias e tudo seria perfeito.
A parte doida é que nem quero nada disso. Gosto de comer quando me dá na telha, usar 42 não é o maior drama e eu até tava bem do jeito que tava. Mas me sinto tão pressionada que parece que preciso estar constantemente em dieta, dizendo as pessoas "vejam, estou fazendo algo pra mudar". E no momento não estou, e estou mais sozinha do que nunca.
Quando estou magra tenho um monte de gente a minha volta, me mandando comer.
Quero mandar todos eles a merda, mas quando faço o que eles querem, me abandonam.
Não entendo mais nada desse mundo onde ninguém parece capa de revista e todos se odeiam por isso, mas ngm faz nada.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Colapsing

A Motivação pra minha mudança é o ódio. O ódio, a raiva, a mágoa, o rancor. Soa feio. E quem liga? Eu sou feia por dentro, sem contar o exterior, e não ligo.
Eu estou no limite. Tenho umas 20 páginas pra ler, duas pesquisas pra fazer, sem contar os 3 (acho) resumos pra escrever. Quando eu durmo? Da meia noite as 5. Quando eu realmente descanso? Só deus sabe. No último fim de semana, eu tive aula e trabalhei no sábado, e no domingo fui fornecer um favor pro meu amigo aqui. No sábado que vem, vou passar estudando, e no domingo (que eu deveria passar estudando pra ficar livre no próximo fim de semana) eu vou fazer outro favor a ele.
Não estou reclamando de fazer favor. Estou esgotada e se eu não agir assim, eu sinto que vou perder a unica pessoa que ainda se importa comigo aqui.
Queria saber qual o defeito genético que me faz ter tanta dificuldade em dizer não. Queria saber qual defeito me faz ter medo do que as pessoas pensam, ter medo de ser abandonada e assim ser tão abandonada.

A coisa mais bizarra aconteceu hoje. Saí de casa com uma calça que costumava ficar caindo, e agora está apertada. Isso tem acontecido muito nas minhas roupas. Coloquei minha blusinha da Thinkerbell e percebi minha pancinha ressaltada. Não estou no humor. Não estou a fim de me importar e fingir e tentar. Cheguei aqui no trabalho (depois de me pesar e ver que estou bem próxima aos 60kg, embora ainda não tenha mudado o ponteiro, e depois de comer um pão com maionese, um copo de nescau e três cookies), me acomodei e... me senti bem. Me senti confortável. Demorou um tempo até eu perceber o que estava fazendo eu me sentir excepcionalmente confortável: a pancinha. Que no caso não é tão "inha", parece uma almofada. E achei a sensação boa.
TÁ FICANDO LOUCA, BUNNY?
Pior que to. Tava, já raciocinei.
Pq ontem foi um inferno. Tive meu melhor amigo dizendo que meu transtorno alimentar é uma futilidade e repetindo uma frase que o dito cujo já me disse "ngm gosta de ter uma pessoa deprimida por perto." Também percebo que estou fazendo com o meu melhor amigo oq eu fiz com o coiso, lá: pintando ele como uma pessoa ruim, quando na verdade ele é só normal. O monstro sou eu, e eu sei.
Então a coisa é assim mesmo? Eu tenho que me adaptar como disseram? Ser "normal" é se encaixar na moda, nas tribos, no desejo insatisfeito feminino de estar sempre bela - mesmo quando isso é impossível - dar o rabo o tempo todo (desculpem o termo) e ser "sociável" leia-se ir pra balada e encher a cara toda sexta feira? Essa não sou eu. Eu não gosto de sair. Gosto de passar o fim de semana com a cara enfiada em um romance água com açucar, no meu quarto, ou na internet. Não faço questão de ser amiga de todo mundo e há períodos em que não quero ver a cara de ngm, que me sinto horrivelmente deprimida e tento fugir de tudo, de estar viva, sem morrer fisicamente. Pq é tão dificil me aceitar do jeito que sou? E me refiro a todo mundo, todas as pessoas que me cercam e se afastam.
E não posso dizer q isso é culpa de uma pessoa ou outra. O mundo todo é assim. A sociedade ocidental toda se baseia nesse principio do que é uma pessoa que merece ser amada e exclui todo o resto.
Então, eu sei que eu não posso mudar pq eu sou assim. Por dentro, não dá pra mudar. Então eu vou fingir.
Acho que já falei isso antes. Várias vezes. A diferença é que agora to entrando em colapso.
São tantas pressões que ou eu me mato ou eu mudo. Como mudar não é tão simples, vou fingir. Até que o mundo ache que eu to bem e me deixe em paz, e aí eu morro em paz.
Enfim.
Eu tenho milhões de coisas pra dizer, mas acho que só vou postar decentemente depois que setembro acabar, pq tenho um monte de trabalhos pra entregar. Besides, a maioria das coisas que penso e sinto ultimamente tem a ver com "ele", sei lá pq, então é até melhor deixar pra lá.
Depois coloco foto tb, bloquearam o We heart it aqui =/ Nem vou tentar o supermodels, depois coloco uma thinspo só pra num passar em branco.
bjs.

sábado, 11 de setembro de 2010

Sábado com cara de quinta =/

Hoje o dia está passando muito lentamente. Parecem que fazem muitas horas que levantei pra ir pra faculdade, Mesmo não fazendo tantas. Bom, seis horas, já é um quarto do dia.Saí da aula as 09:20, com uma leve sensação de que comecei a entender alguma coisa (eu que nunca tinha aberto um livro do João Cabral de Melo Neto, hoje acho que entendi, talvez eu leia os poemas que o professor mandou ler). Não ia parar na lan house, mas tava tendo comício bem no meio do meu caminho, então fui pra lan jogar minifazenda. Também assisti mais um pouco do meu seriado que achei na internet. Minha internet até que dá pro gasto, mas o youtube pra ela é um pouco difícil de carregar.
Não fazem nem duas horas que cheguei no trabalho. Minha supervisora, que já foi minha colega de estágio em outro lugar, me mandou um documento de 80 páginas pra revisar, e eu to aqui, beeeeeeeeeeeeem lentamente arrastando ele. Tô esperando aparecerem as tabelas - nosso trabalho principal é ver os números, negritos... to bem além daqui, né. Os números parecem dançar na minha frente.
Devia haver um decreto federal que proibisse as pessoas de trabalhar no sábado (exceto motoristas e cobradores de onibus, taxistas e todos os condutores relacionados). Acho q tb teria de abrir uma exceção para mercados e shoppings.
A coisa é que eu queria muito não ter q sair de casa no sábado.
As meninas aqui do lado estavam fazendo planos para hoje a noite e falando da festa da noite passada. São meio nerds e falam de filmes que eu não vi, mas vão a festas e enchem a cara a noite toda. Isso é tão distante do meu mundo. Eu só viro a noite pra assistir dvds (principalmente se for seriado, pq eu nunca aguento esperar pra ver o resto no dia seguinte). A última vez, alias, q virei a noite, foi assistindo a segunda temporada de dexter. Assisti ela toda numa noite, fui dormir as 10 e meia da manhã, muito feliz. Eu sempre detestei balada pq nunca pude ir numa que tocasse um tipo de música que gosto, pq não tenho cara de sair sozinha, não teria como voltar sozinha no meio da noite e ngm por aqui parece gostar de nada doq eu gosto.
Quero ir no wonka ver recital de poesia. Quem gosta disso são algumas pessoas da faculdade que não falam comigo pq eu sou esquisita.
Antigamente eu achava que, sendo nerd, eu me esquivava de compromissos sociais, mas parece que me esquivei demais. Na verdade, as pessoas normais me veem como uma nerd esquisita, mas os nerds me veem só como uma esquisita, pq nem nerd o suficiente eu sou. Definitivamente, não me encaixo nem em um padrão nem em outro.
Se eu tivesse nascido com bons genes e/ou dinheiro, eu não me importaria com nada, viveria submersa em marcas, bolsas e sapatos desnecessários. Seria uma esnobe que estaria fazendo letras por diversão, ou qualquer outra coisa (eu acho que nunca teria pensado em fazer psiquiatria se não fosse louca.  As pessoas tem a tendência de achar que sou inteligente, nerd, estudiosa, esforçada, mas isso é pq eu sou feia e sem atrativos. Elas tem que achar algo de bom. Eu não posso reclamar disso - tb sempre dei essa impressão. Sempre fiz parecer que sou inteligente e estudiosa pra ter algo que compense a falta de beleza e dinheiro, mas a verdade é que eu não tinha mais o que fazer. Não que eu não AME livros. Sempre amei. Mas enquanto as outras meninas trocavam confidências sobre namoradinhos, eu não tinha nada melhor pra fazer. Ainda não tenho aliás. Tanto que parei no tempo e leio muito mais livros de menininha que qualquer outra coisa. Saramago, Cabral de Melo Neto, acho tudo um saco. Shakespeare eu gosto - ele tem um puta interesse em relações humanas distorcidas, e apesar das peças dele sempre acabarem por falta de personagens, eu gosto. Mas de qualquer modo, voltando a nerdice da coisa, eu nunca tive interesse em coisas comuns para nerds até perceber que era rotulada como tal. Mas quando os nerds se aproximavam viam que eu era muito burra e desinformada pra ser um deles. Mas tb num tenho assunto com as pessoas "normais": namorados, sexo, produto pra cabelo. O único assunto que tenho em comum com a maioria das garotas seria dieta, mas elas não querem ouvir que o melhor jeito é  se exercitar feito uma condenada e fechar a boca. Elas querem saber da mais nova dieta milagrosa da capa de revista, que promete queimar 10kg em um mês sem esforço e comendo de tudo.
Aham, senta lá, cláudia.
Eu me sinto tão deslocada a maior parte do tempo que estranho quando as pessoas falam comigo. Geralmente são assuntos em comum como a aula ou o trabalho, mas só. Minha mãe fala comigo pra reclamar da vida, nunca pra perguntar da minha (pra se meter nela sim, mas nunca pra saber se estou feliz. Só se eu tenho dinheiro pra emprestar.) Minha irmã fala comigo sobre desobesi e sibutramina, e fim. Acho que as unicas pessoas que falam comigo sobre qualquer coisa são o Gui e a Ana P. (e vcs, mas a gente só se fala através dos blogs =/).
Nessas horas que eu sinto uma puta falta dele pq a gente conversava sobre tudo, sabe? Sobre qualquer coisa. Sobre a minha vida, sobre a vida dele, sobre a situação política ou sobre celebridades. É sério. Eu nunca me dei conta do quanto era bom ter ele pra conversar até ele desistir de mim.
(Once again, tenho uma raiva quando ele diz que não desistiu! Se não desistiu, pq parou de falar comigo? Senta lá cláudia parte 2)
Enfim, num vim aqui me lamentar por tudo que eu perdi. Venho me culpando a tanto tempo q nem sei pq me culpo. A culpa pode e deve ser um pouco dele tb, por ter simplesmente cortado laços (ou elos, como queira) justamente naquele momento em que eu tinha tantas esperanças e promessas, mesmo sabendo que efeito teria em mim. Não reclamo de ter crescido - cresci muito. E regredi em outros aspectos e ganhei essa dor pungente e latente (e todos os "entes" que vcs quiserem) que nunca passa, nunca melhora. Só fica mais forte e mais complexa, embora de certo modo mais amena - já me acostumei a ela. Já aprendi a não olhar pra ela quando ela está ali. Toda vez que penso no assunto procuro rapidamente outra bobagem qualquer pra pensar, convivo com isso... senão consigo fazê-lo a tempo, acabo chorando, me sentindo rasgar por dentro, me perguntando por que não acabei com essa dor ainda. Ele ficaria feliz - nessas horas tenho certeza - mas provavelmente nem ficaria sabendo.
Enfim.
Pra variar, comecei a falar dele e perdi a linha de raciocínio ¬¬
Ah, é:
Não vou mais me esforçar tanto pra esconder quem sou, que esse blog é meu, pq minha preocupação acabou. Na época lá, eu me importava pq eu acreditava que ele ligava e que oq eu dizia poderia magoa-lo. Não sei se magoou, mas mudou tudo. Então se agora ele não liga, eu tb não ligo. Não q não tenham outras pessoas que eu me preocupe. É só que... meu mundo continua girando em volta dele mesmo quando ele vai embora. E já fazem dois anos que eu sou um satélite sem planeta em torno do qual girar. É estúpido e insano, mas é fato: tudo que eu mais quis foi que ele se importasse comigo, se preocupasse comigo, mas eu consegui o oposto. Eu causei o oposto. Se eu não fosse tão burra talvez, só talvez.... ele não estivesse com ela. Sei q ele não estaria comigo, eu sabia q ele nunca se apaixonaria por mim, mas quando era meu amigo já me fazia feliz.
Tenho que parar de falar nele, eu sei, num é pra isso q vcs leem essa bagaça.
Sobre o desobesi, ainda to naquela situação, tenho que ligar pra mulher e pedir a receita, hoje ou amanhã vou por crédito no celular.
Quero ser magra. Não me importo mais como me importava antes, pq ele levou com ele qualquer interesse que eu tivesse pela vida. Agora to começando a recuperar a vontade de escrever, mas ainda assim, são tantas coisas... que não tenho mais. As vezes olho pra foto dele e me digo "não o amo." E não amo mesmo, não amo a imagem dele. Muita gente não entende pq me apaixonei tanto, se estamos tão longe e ele nem é tão bonito. Fico muito tempo pensando nisso até lembrar e/ou admitir: foram as palavras. Foram sempre as palavras, e o fato de que ele me ouvia, sinceramente. Ou pelo menos assim eu pensava. Quando perdi o que achava que tinha, perdi o resto, incluindo a vontade de emagrecer.
Mas a verdade é que ainda quero ser magra principalmente pra chamar a atenção dele pro meu grito de socorro. Dele e de todo mundo. Queria que ele fosse me visitar no hospital pra eu poder dizer uma frase q me intoxica há meses "estou morrendo porque estou faminta, mas não de comida, da sua atenção, do seu carinho, do seu amor." Quantas vezes ele me disse que achava brega essa história de menininha do papai faminta de atenção? Pois eu ia lhe mostrar uma coisa.
Não que eu ache q ele se importe ou mesmo que vá saber se eu tiver 40kg. Por isso que eu tenho de uma vez por todas morrer de fome, pq só assim meu grito vai ser ouvido, só assim ele vai olhar pra mim, se eu estiver morrendo, se eu estiver morta. Se eu aparecer, esquelética, nos seus sonhos e na sua vigília, pra assombra-lo dizendo "a culpa é sua".
Quero morrer de fome pra que ele finalmente olhe pra mim, quero morrer de fome pra ver se assim ele finalmente diz que me ama, enquanto eu desapareço aos poucos.
Tá, chega. Té mais.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Alguém tem 2 mil pra emprestar?

É sério gente.
Já tive 3 tipos de chilique.
A coisa é a seguinte: todo mundo aqui já conhece a minha saga do notebook. A tela dele um dia (uns dois meses depois que comprei) começou a piscar. Eu me assustei, dei uma mexida na posição da tela e continuei. Então, de uns meses pra cá, ela começou a ficar completamente preta e não há cristo que ajeite. Tenho que deixar a tela nas posições mais bizarras ou ficar apertando um dos lados da tela.
Aí eu tava bem feliz indo levar pra assistencia agora, pq, sim, eu fui burra o suficiente pra perder o prazo da garantia. Eu parei de pagar, simplesmente, e fiquei com medo de levar na assistencia (podem chamar de burra, eu sei).
Mas muita gente (ok, umas 3 pessoas, alguma gente) me disse que era um problema simples de mau contato e que num ia dar nem 50 reais pra arrumar.
Aí meu amigo comprou um note pra ele e contou pro rapaz da loja minha saga, e o rapaz disse que meu note estava esquentando demais e eu tenho q levar na assistencia... e que como estou sem garantia deve custar uns 300 reais. Minha outra amiga tb teve esse problema, mas o dela estava na garantia, e ela imagina q esteja uns 400 reais.
Só pra constar, 400 reais é quanto eu ganho por mês.
Fiquei puuuuuuuuta aqui. Comigo mesma. Pq é raro acontecer uma merda dessa e eu não ter ABSOLUTAMENTE NINGUÉM pra culpar além de mim mesma.
Minha culpa por ter encasquetado que queria levar um notebook pra casa aquele dia e levar o primeiro que vi (leia-se: a primeira vendedora que estava doida pra vender e acreditou na mentira q contamos), minha culpa por fazer tudo por impulso, minha culpa por não me mexer e levar na assistencia enquanto dava....
Enfim, tive três tipos de ataque, até me acalmar e resolver que:
-Eu posso economizar até o papel higiênico e quem sabe daqui uns dois meses eu posso mandar arrumar e pagar UM QUARTO do preço do notebook pra consertar;
-Eu posso vender aquela joça pra, sei lá, um ferro velho de computadores pra comprar um novo.

Como a primeira opção implica em passar uma série de privações sacanas que eu não quero passar - fora que eu simplesmente não posso conceber a idéia de pagar tão caro num conserto - e a segunda não dá totalmente certo pq não deve estar valendo 1800 reais aquela joça (q é o quanto custa o notebook que eu queria e teria comprado se tivesse pesquisado) chego aoutras duas alternativas:
-Aguentar meu notebook do jeito que tá, pq eu mereço estar ferrada, e afinal, se eu mandasse arrumar, ele ia estragar de novo como acontece com tudo que eu tenho;
-Arrumar alguém rico que posso me emprestar 1800 reais e que seja paciente o suficiente pra receber tudo de volta em tipo, 200 prestações.

Pensei em pessoas que fariam isso, tipo
- "Ele" (não, serio, não pediria nem uma agulha pq ele não fala comigo nem pra salvar a própria vida)
-A mãe de um amigo meu (que eu não tenho nem cara de dizer algo pq ela tem tanta divida quanto dinheiro)
-O irmão desse amigo (não tenho cara e nem conheço direito
-Algum político interesseiro querendo comprar voto (dá muito trabalho).

De modos que vou ficar com o note capenga mesmo pq eu mereci essa.
Daí daqui dois anos (tá, um ano e meio, mais ou menos) eu vou ter um emprego de verdade = dinheiro pra comprar um note melhor.
Vou ainda hoje dar uma olhada VAI QUE né.
Eu sei que é o segundo post do dia, mas como eu disse, ainda to com aquela sensação estranha.
Agora a pouco eu estava falando com meu amigo que devemos começar uma campanha
"Xô pessoas bonitas."
Eu acho que pessoas de bons genes deviam parar de procriar. Por bons genes eu me refiro a pessoas que tem aquele gene da perfeição estética imposta, sabe? Gente que as vezes nem é tão bonita mas se encaixa no padrão. Pq? Pq quando essas pessoas procriam eventualmente nascem pessoas bonitas, magras e altas.
Não podem ser uma coisa só, nãããooo, eles geram aquele tipo de pessoa desgraçada que acorda parecendo que tá numa novela do Manoel Carlos. Desgraçados! Parem de procriar, parem de fazer pessoas bonitas! Pessoas bonitas, parem de fazer do mundo um lugar mais dificil pra pessoas como eu!
Pronto, passou.
Eu sei q muitas de vcs são lindas, e que não se veem assim mas são, mas não odeio vocês. Só to revoltada com o destino/a genética que me fez baixinha, gordinha com essa cor indefinida.
Eu ia ficar postando aqui até eu ir embora (ou até acabar meu estoque de asneiras) mas to dando a vida por um doritos, então vou lá comprar.
Logo volto, daqui a pouco vcs enjoam de mim.

Back from holiday....

Foram quatro dias e meio de pura vagabundagem e o que eu fiz? Absolutamente nada.
Não postei, não vicitei vossos blogs e não estudei nem fiz dieta.
Em compensação, avancei um pouco na minha história, que não atrevo a chamar de romance ainda, porque chamar de romance significa que é algo que alguém pode querer publicar. Algo que eu gostaria que ele lesse tanto quanto não gostaria.
Também esse feriado, fiquei um bom tempo lamentando e inventando coisas pra mim mesma, especulando sobre tudo que está fora do meu alcance.
Tive umas boas brigas com meu computador e por fim, como sempre acabei chorando de raiva de tudo que eu tenho estar quebrado.
Hoje eu devia ter ido pra aula, mas perdi completamente a hora. Quando acordei, dava tempo de correr e ir pra aula mas simplesmente resolvi não ir.
Estou na lan house agora. Me sinto mal por gastar tanto dinheiro com internet, mas a internet q pago em casa (que é uma fortuna mas eu não posso trocar agora q meu nome está sujo), mais o que acho que terei de gastar pra arrumar meu notebook...me sinto mal e culpada. Me sinto mal e culpada o tempo todo, pra falar a verdade, com ou sem motivo.
Estou tão estranha esses dias. Quero chorar e me esconder do mundo, e não sei pq ainda me sinto tão mal. As vezes acho que não consigo me desprender dele porque me faz sentir mal. Acho que esqueci como é me sentir bem. Acho que mereço me sentir mal, sei lá. Não consigo tirar a imagem dos dois da minha cabeça, o tempo todo, como se dissessem "somos o casal perfeito" a cada cinco segundos. Eu nem sei pq. Mas isso está me enlouquecendo.
Quero ficar de dieta mas tá dificil... especialmente pq quando recebo começo a comer. Eu não sei pq esse mes, especialmente, estou me sentindo tão culpada em gastar dinheiro. Quero dizer, eu sempre torro uma grana em besteira. Mas esse mes estou me sentindo mal com isso. Fico pensando "e se eu precisar"? O tempo todo, mesmo tendo gastado bem menos até agora do que costumo ter gasto por volta do dia 10.
Junte a culpa por gastar meu dinheiro com a sensação de rejeição que, apesar de estar aqui a dois anos, está pior nos ultimos dias sabe deus pq, e some com os reflexos das vitrines que me mostram a versão mais gorda de mim que já vi. Não tenho me pesado... prefiro não saber. Não sinto fome, mas continuo comendo. E me pergunto sobre ele: será que ele pensa em mim. Será que a felicidade dele com a coisinha é tão grande que a onda está me atingindo aqui? Será que é por isso que me sinto tão mal, pq sinto que ele está tão bem e eu sou uma pessoa maligna que não consigo sentir a felicidade dele de longe sem me ressentir? Ou será que estou assim por causa do que tenho escrito? Pq a história (romance, whatever) está mexendo tão fundo no que há de ruim em mim que está me deixando confusa? (Nesse caso, eu deveria parar de escrever, mas simplesmente não consigo. É como ter encontrado algo podre dentro de mim e ainda assim, não posso parar de olhar pq é tão... fascinante.)
Já não peço que encontrem sentido no que eu mesma não encontro. Mas é bom por pra fora.
E no meio disso tudo, eu devia estar me esforçando, estudando...

Gente! Quase esqueci! Cruzem os dedos e rezem por mim pq se tudo der certo vou conseguir desobesi, e bem baratinho. Espero que dê certo. Espero q ngm descubra pq é uma gambiarra tremenda e sei que a tia da farmácia vai olhar pra mim e dizer que eu num preciso. Se ela num disser vou ficar mais preocupada pq, né. Enfim...
Fico por aqui, tenho q trabalhar :(
Beijos!

sábado, 4 de setembro de 2010

Aquela palavra com "C" que desconheço.

AVISO DE POST LONGO. SE QUISER, LEIA SÓ A PARTE EM LETRAS BRANCAS, PULE A PARTE EM AMARELO. SE NÃO QUISER LER NADA, FAÇA UM GUESSING PRA COMENTAR.
Que pras leitoras (es?) desse blog geralmente começa com C, mesmo: controle, control, controlo. A Safi mora fora (como diz em Norueguês?) mas é brasileira. Eu vejo visitas da Alemanha e da Finlândia (?!) de vez em quando e já vi do Japão. Será que é sempre com C? Ok, to fugindo do assunto, mas que seja: pra mim, é "aquela palavrinha com C que desconheço.
É um tal de viver nos extremos que me enlouquece. Idas ao mercado são uma demonstração da minha capacidade de surtar e total incapacidade de me controlar.
Se eu tenho dinheiro, compro tudo que vejo, fingindo pra mim mesma que é pra fazer dieta mas é pra comer tudo de uma vez. Se estou com pouco dinheiro, tenho que avaliar o que deve mesmo ser comprado, e aí que eu surto e muitas vezes saio do mercado sem comprar nada pra não ter um treco de nervoso.
Não posso dizer que estou perdida e obesa. Não. Mas nos últimos dias foi um tal de "binge and purge" que meu deus. Agora parei, depois de ouvir algo que me pareceu uma reclamação das meninas do trabalho de que eu monopolizo o banheiro. Me chateou, mas não posso lhes tirar a razão. É que no fundo eu tinha essa fantasia de que as pessoas percebiam o que acontecia e se preocupavam, em vez de desconfiar e ignorar, apenas se importar pelo fato de estar incomodando.
Vamos admitir que mentimos para nós mesmas todos os dias: No fundo, queremos que alguém pare esse trem desenfreado. Só que as pessoas não entendem e tentam parar o trem com a mão. Tenta parar o trem dizendo que é loucura, bobagem, futilidade, isso só piora as coisas. O transtorno alimentar é um pedido de ajuda, pedido de atenção, mas não qualquer ajuda ou atenção. É um pedido por real caring, preocupação e cuidados verdadeiros, abnegados e sinceros.
Queremos aquelas pessoas que briguem com a gente pq se morrermos disso, elas sentirão nossa falta, e por isso ficam bravas conosco.
Não aquele cuidado das pessoas que ficam irritadas por "ter que lidar com nossa infantilidade."

Enfim. Essa sempre foi uma briga com o dito cujo.

O mais engraçado é que era por isso que eu o amava tanto. Por isso que o amei mais conforme nos aproximamos mais, mesmo que eu soubesse que isso era ruim, que não devia, não podia: Porque ele se preocupava, se importava. Não entendia, mas tentava entender, e perdia um bocado de tempo brigando comigo porque parecia a ele óbvio que eu não precisava perder peso, que eu precisava me amar mais e tal.
Claro, na teoria é lindo, exceto por um detalhe: Se eu posso ser amada sem pesar 40kg, por vc não me amava, tonto?
Era uma resposta fácil pra mim, ainda é, porque eu sou desprezível e não mereço ser amada, mesmo. Eu sei que vcs tb não entendem quando digo isso, mas sempre q acharem a auto-estima de vcs está em baixa, lembrem da minha: inexistente. Além do inexistente, passou de auto-estima a auto-desprezo ou auto-asco. Enfim.
Eu tentava deixar isso de lado com ele pq a amizade dele era mais doq eu achava q merecia. Quero dizer, eu sabia que ele não podia me amar, mesmo, mas que fosse meu amigo eu tb não esperava. Na verdade, depois das bobagens que eu disse quando nos conhecemos (logo contando das minhas maluquices todas a respeito de fantasmas e bruxarias e depressão extrema com alguns desvios de personalidade) achei que ele nunca mais falaria comigo. Tive de "ouvir" ele dizer que pra mim não parecia suficiente, e talvez não fosse mesmo oq eu queria, mas era mais doq eu achava que merecia. Então eu conseguia viver com aquilo, só que quando ele insistiu que eu não ficasse doente eu... não fiquei. Comi e engordei, e me dei conta menos de um mês antes de tudo desabar. Assim, a comida virou meu ponto de fuga, tomando o lugar dele.
É isso que me prende, em partes. É fácil acreditar que ele se importa quando estou falando com ele, chega a parecer óbvio, pq ele é bem convincente. Mas isso é nas duas ou três vezes no ano em que a gente se esbarra no msn.
No resto do tempo, penso nele e pq não me procura, se se importa. Mando emails desabafando e nunca obtenho resposta. "É que eu não sei o que dizer." Eu ri no msn quando ele disse isso, mas a verdade é que acho bem conveniente ele não ter de se preocupar. Ele nem deve ler mais. Ele tem mais oq fazer planejando viagens com a esposa.
Não morro de inveja, morro de raiva, pra não ter que morrer de tristeza. Pq eu tive que nascer assim? Se eu não fosse assim, ele teria me amado. Se eu não fosse assim, eu teria amado ele?
Eu fico com raiva porque eu estou congelada nessa morbidez há dois anos, em que ele não me escreveu um email espontâneamente nenhuma vez. Em que ele falou comigo espontâneamente, inclusive, exatamente 3 vezes. Duas no msn - a briga toda não foi mencionada nas ocasiões em questão - e uma no meu aniversário do ano passado - uma msg escrito "feliz aniversário" com um sorriso. Essa foi meio chocante pq foi antes daquela do msn e eu achava q ele me odiava/desprezava demais pra lembrar do meu aniversário. Enfim. Quando nos falamos, na véspera do meu aniversário esse ano, eu acreditei em cada palavra, mas agora já parece outra vida. Não consigo acreditar, me desculpe. Vc deve falar mais com os mendigos na rua do que comigo, se eu morrer vc nem vai ficar sabendo (pq meus amigos te odeiam e não vão contar). Se eu levar um tiro ou for atropelada, ou se eu não conseguir mais fingir que meu coração tem potássio suficiente e for internada com insuficiência cardíaca, vc não vai saber. Não abuse da minha inteligência só pq eu quero ouvir vc mentir.
É tudo mentira, é tudo mentira.
E não dê uma de ofendido quando eu lhe disser. Só pq vc sabe me manipular e eu pareço querer ser manipulada, não significa que você deva faze-lo. Quero dizer, vc sabe que eu acredito em tudo que vc diz pq eu preciso de vc. Vc sabe q qdo vc dá uma de ofendido pq eu não acreditei noq vc disse, eu fico me sentindo pior doq o habitual e paro de reclamar. Não faça isso comigo.
Eu tenho tentado arduamente não me importar com vc, não mandar msg (que a sua mulher já mandou recadinhos pra mim, ams duvido q vc saiba disso, e eu não vou contar pq não tenho crédito), não mandar emails (vc não responde anyway, mas deslizei dia desses) e não perguntar de vc pras pessoas (metade tá de saco cheio e a outra metade são as garotas q tb morrem por vc). É o único jeito de te fazer feliz do meu jeito, te deixando em paz. Te deixando ser feliz sem te incomodar pra ter mais uma dose desse meu vício insano na dor que vc me causa sem querer.
Pq essa é a pior parte. Eu amo você, de verdade. Me importo, sinto falta, de verdade. Tanto que sou capaz de abrir mão desse vício, pra que vc seja feliz e normal em paz, com ela, que com certeza sabe te fazer feliz melhor do que eu faria.
Eu já causei tanto dano. Com todas as bobagens que fiz e falei e com todos os meus ataques (como esse mesmo). Não te tiro o direito de fazer oq está fazendo agora - me esquecendo. Cada vez mais, e eu sei disso. Sei que vc pode passar dias sem lembrar que eu existo enquanto eu penso em vc todo segundo. Não pq eu te amo, mas pq tudo q vc disse e fez foi importante, e eu não consigo ver ou pensar em algo sem me perguntar involuntariamente oq vc ia achar. Aí lembro q vc não fala comigo ultimamente - nos últimos dois anos - e mesmo que não me odeie, não liga, e aí fico meio sem rumo. Pq me esforcei tanto pra q vc me amasse que acabei virando "você", adquirindo suas crenças e valores. Me tornei fria e parcial, parei de acreditar em Deus tb. Passei a duvidar de tudo que me era certeza oq, por consequencia, fez com que eu acreditasse que tudo era loucura minha - todas as minhas crenças mais caras. Vc foi e me deixou essa herança, esse presente de grego da ausência de fé. E é uma droga, pq essa não sou eu, esse é vc.
Mas tb não sei quem eu sou, então não faz diferença.
Eu só queria q vc ligasse. Que vc se esforçasse. Que vc lutasse por mim como costumava fazer. Pq vc fez mais q qualquer um até então, vc me enfrentou ficou bravo com oq eu fiz a mim mesma. Vc me deu alguns dos melhores momentos da minha vida sem eu precisar estar envolvida em ficção, com livros e filmes e seriados. Só eu e vc discutindo qualquer assunto era o ponto alto do meu dia e fazia eu me sentir menos vazia. E aí vc levou tudo embora pra ser feliz com ela.
Eu naõ te cobro pq sei que não mereço.Mas eu falo tudo isso pq ainda dói e se eu não falar eu explodo, e não pq eu quero q as pessoas tenham raiva de vc. Eu nunca quis, e foi isso q causei. E por ter feito isso eu tb mereço q vc não se importe. Mas era só oq eu queria, q vc, por vontade própria, procurasse saber como estou, oq anda acontecendo na minha vida, como eu tentei fazer com vc nos últimos meses até desistir perante o seu silêncio. Não me venha com a conveniente "ocupado demais pra entrar na Internet". I won't buy it.
Queria só que vc cumprisse todas as suas promessas, as q declarou e as implícitas, pq promessas não se fazem só de "eu prometo." Queria q vc viesse pra cá como disse que viria (lembro de vc no telefone dizendo "se vc morrer antes de a gente se encontrar eu te mato"), que nunca fosse embora como disse que não iria, que não se afastasse pq eu sou maluca como todo mundo fez, como disse que não faria. Você quebrou todas as suas promessas, principalmente a de sempre estar do meu lado, se importar e se preocupar comigo, e eu me odeio muito por não conseguir te odiar ou te desprezar. Então, se um dia eu tiver coragem de te dizer tudo isso, não dê uma de ofendido pq vc sabe tão bem quanto eu que merece ouvir tudo isso, só q a burra aqui não tem coragem de te falar. Vc não tem ideia do quanto tirou de mim ao desistir. E se vc respeita minha sanidade não diga outra vez q não desistiu. Se isso não é desistir eu não sei oq é. Eu desisti de mim, tb.
Me desculpa por ser assim, não sei ser diferente. Esqueci como era ter alguém que me ame, joguei tudo no lixo, me perdoe. Eu rastejo se vc quiser. Já me sinto no chão, mesmo, desde q vc me ame um pouquinho doq disse amar (mas vc não diz, pq não consegue usar essa palavra. Eu sei que é como irmã, eu sei que não mereço mais que isso.)

Eu ia falar mais coisas mas não lembro. Me perco nas minhas próprias loucuras.
De volta à programação normal.
O que tudo isso tem a ver com controle? Nada. Esse é o problema. Eu num tenho porcaria de controle algum. Na volta do mercado, com os pensamentos já confusos eu disse a mim mesma: "qual a dificuldade da dieta? É só se controlar um pouquinho!"
Pronto, fudeu. Não tem como.
Na aula de literatura tive q ouvir o professor rindo de gente louca. Fiz uma cara que deve ter sido de morte, pq ele mudou de assunto quando olhou pra mim, aquele sorriso besta deslizou da cara dele. Ele acha que é engraçado não conseguir se encaixar. Que é divertido viver fora de si ou dentro de si demais? Vou dar uma cartela de haloperidol ou uma de carbamazepina pra ver se ele se diverte. Ele não vai ver duendes, garanto. Uns cadaveres podres, talvez.
Perdi o foco, já, assim q der posto de novo. Juro q to lendo vcs agora, mas como disse, minha internet tá uma calamidade e fico com preguiça de comentar pq demora anos pra carregar.

Bjs, amo vcs. Desculpem qualquer coisa.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Daê, galere?

Tou aqui escrevendo de novo. Tudo bom, cambada?
Eu ia fazer um post cheio de mimimi dizendo "I'm back" aí lembrei daquele post da Safi sobre como as vezes vc chega cheia de gás dizendo "voltei" e algumas pessoas parecem pensar "quando foi que vc saiu e eu não vi?"
Eu sei que não sou muito de fazer falta, até pq só falo besteira.
Nesse menos de um mês engordei e emagreci e voltei pra mesma merda.
Hoje está sendo um dia bem estranho.
Pra constar, ficar sem blogar não interferiu (muito) no meu comportamento alimentar, mas ficar sem ler os blogs atrapalhou um pouco. Quando eu chegava em casa e lia os blogs antes de partir pra cima da coimida eu obviamente comia menos depois de ver as meninas na saladinha. Agora não.
Mas não tenho pensado muito.
Pra ser sincera, não tenho pensado muito em nada.
Passo os dias divagando e fantasiando e no mundo real quem reage é o piloto automático. Dei uma sacudida quando um ex colega de ensino médio começou a fazer estágio no mesmo lugar que eu, já que eu não gosto de lembrar do ensino médio. Se alguém já leu Querido Diário Otário saiba que eu era a Michele sem roer lápis misturada com a Sandra sem o superperfume.
Ok, eu li esse livro ontem.
Sei que eu tenho pensado em voltar a postar mas tava com preguiça. Aí hoje eu me encaminhei até a porta da faculdade e não entrei. Estava atrasada, fiquei com vergonha - daquelas supremas que me fazem fincar o pé no chão pra não ir pra aula. Fui vender meu vale refeição, pra comprar minha Turma da Mônica Jovem, me prometendo a entrar na segunda aula. Fui comer no subway (tem um quase do lado da faculdade, sempre passo por ali de manhã, no caminho, e o cheirinho de pão e tempero... me mata). Mas afinal, me atrasei pra segunda aula, dez minutos... e resolvi ir procurar preços de Pantene, q é o melhor xampu pra mim. Dei a volta no centro da cidade e acabei voltando pra faculdade só pra miar, já resolvida a não assistir a terceira e ultima aula. Fui na lan house ver videos, pq minha internet de casa tá com a velocidade reduzida (que não atrapalha a maioria dos sites, exceto os q eu acesso mais, youtube e miss bimbo.) e vim trabalhar. No caminho comprei um cornetto de brigadeiro quando o que eu queria era um mega de chocolate branco. Cheguei no trabalho e depois de um tempo miei. Pq ainda estou vomitando subway três horas depois? Meu estômago já não digere mais nada, deve ser por isso que estou sempre enjoada.
Ok, parei, sei que foi nojento. TMI.
Agora estou comendo salgadinho Pingo d"ouro com coca zero. Eu gosto mesmo de coca zero, menos do que da light mas agora só se acha aquela light plus q eu acho uma bosta. Esse salgadinho me lembra coisas ruins e boas ao mesmo tempo. Quando eu trabalhava no Tribunal e a minha vizinha da mesa do lado me fez ler Crepúsculo, e combinamos de comprar uma filial do mc donalds pra servir desse salgadinho a granel. Lembra das festas que fazíamos na época - halloween, thanksgiving, natal. Lembra de ficar apertando F5 esperando respostas de emails, que nunca vieram. Lembra de sentar no tubo da Eufrásio Correa com o celular na mão e o salgadinho na outra, tentando parar de chorar, tremendo de vontade de ligar pra ele e perguntar por que ele me desprezava tanto e se o que eu tinha feito era tão ruim assim, e perder a coragem - em vez de ligar, gastei os créditos baixando um joguinho.
Minha memória gustativa é quase tão poderosa pra mim quanto a olfativa, que todo mundo sabe que é a mais poderosa pros seres humanos.
Eu me roo de ver garotas magras como sempre. Tem um anuncio de rua de uma modelo de biquini (é um anuncio de sapatos... ¬¬) bem perto da faculdade bem no caminho e tenho de olhar pra ela todo dia. Me dói. Chorei lendo a revista da C&A e vendo a modelo que todo mundo que conheço chamou de anoréxica. Sei que não to fazendo nada pra emagrecer. Mas se pensar tb não to fazendo pra engoirdar. Só não to fazendo nada.
Meu pico de atividade nos ultimos dias é escrever. Achei um conto que comecei e não terminei, e vi que ele vai ter que virar romance. Gostei da história, me envolvi com a personagem que "sou eu". Minha persona, meu eu lírico, "esculpido em carrara" exceto por ser muito, muito mais corajosa que eu, corajosa o suficiente pra matar. Pra vcs terem noção do abismo de consciencia, eu me senti culpada quando ela matou pela primeira vez - eu fiquei com remorso por um eu ficcional, é bem típico de mim.
Sei lá, sei lá. É a frase que mais digo ultimamente. Não sei mais de nada, não penso mais. Não é não pensar coisas boas ou ruins.
Só não penso.
Estou sozinha na empresa. Vou vomitar de novo, acho.