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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Clean slate

É engraçado mas ao longo dos anos eu percebi que existe algo que odeio tanto quanto viver em conflito: não sentir nada. Eu me achava incapaz de simplesmente não sentir nada - e talvez fosse, antes do R. Quero dizer, eu vivia dizendo a ele que não sabia como era não sentir nada e que achava que era melhor isso do que me sentir miserável o tempo todo.
Claro, aí entra um fator muito importante q eu só descobri recentemente.
Eu muitas vezes chamo de depressão algo que não é depressão, e sim um desligamento (o tal do não sentir nada)
Eu relacionava com depressão aquele sentimento de que tanto faria se eu morresse agora pq me falta um propósito, mas isso não é depressão. Depressão se relaciona mais com tristeza. Eu não sinto a tristeza em si nesses períodos - eu sinto vontade de que a terra me engula pq eu certamente estou ocupando espaço.
Tem os períodos de depressão, sim, que eu nunca chamei de depressão pq eu achava q era o estado normal do ser humano. O que, como assim? Quer dizer que as pessoas não se sentem um pedaço de cocô horrível o tempo todo? Quer dizer que tem gente que realmente gosta de si mesmo?????


Então minha existência não varia entre normal (porém passional) e depressiva. Minha existência funciona entre Depressiva em 220V/Desligada e esperando a morte.

Não gosto de nenhum dos estados.

Mas o desligamento se tornou tão comum que eu nem me incomodo mais, e não sei se isso é bom. Só sei que a única coisa que quero e penso o tempo todo é dormir, sumir, desaparecer. Não é morrer, mas tb não é viver. É só sobreviver cada dia de cada vez, até que a noite chegue e eu tenha uma desculpa socialmente aceitável pra dormir. Tenho sonhos malucos e sem sentido nenhum, mas eles são tão dissociados da minha realidade que eu anseio por cada um deles, e passo o tempo todo me agarrando as lembranças deles, na esperança de que seja o suficiente pra me levar da "realidade".

Sou muito boa em dissociar. Tem vezes que eu me pego olhando pra uma parede sem ter nem idéia do que está acontecendo, ou do que aconteceu nos ultimos minutos, ou mesmo nas últimas horas. Eu deveria falar sobre isso com meu psiquiatra - o nome disso é Transtorno de Dissociação.

Mas eu não quero que isso passe pq é a melhor fuga que tenho quando estou acordada.

Sei que não dá pra viver fugindo da/na minha própria mente pra sempre, but hey, i gotta try.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Turns


I'm gonna write this in english because I feel like doing so.
Today is a strange day. I kinda felt I was going to be laid off - I feel that often, but today was worse. The thing is, I don't wanna work here anymore, and I know this for awhile, and I didn't know why this made me sad.
I've been thinking a lot of the implications of this lack of satisfaction that haunts me for years now. If I am to be honest, I feel like leaving this place since day one here, but I couldn't, obviously, since I support my mom and I, and obviously I need my income.
But that got me thinking: if I am SO unhappy, why can't I change?
First problem was obvious: I knew what I didn't want, but didn't know what I, in fact, do want. Well, now I know - from the looks of this blog lately, you get what I actually want. I wanna wake up everyday and write and read and live off of that. That is established, ok.
But obviously, is not that simple.
To make it in these world, doesn't matter if you're talented, or even persistent. Only two things matter:
If you're pretty and/or well-off
Who do you know who can give you a push

I have none of these things.

Now, this work situation have just kicked the ball into the game, but the game is bigger than that. (I felt really american saying that). There's much more to the story.
One thing is, some days ago I read a book on sexual assault. If in one hand it was really deep, because it said things I couldn't say to myself, and that was kind of good (knowing that i'm not alone). But at the same time it was horrible because it brought back things I wanted to forget and that little voice in the back of my head that tells me to hate myself kept screaming "stop being such a f*cktard, it was not fucking rape for motherfucking jesus sake, you were just stupid enough to let yourself get taken advantage of". I hate this voice and would argue if it said the same thing about anyone else. I would claim "Rape is rape! Nothing justify this!"
But since it's me, I just cry "of course, it was my fault, I stupid and deserve to die and suffer."
This really really bothers me and I really wish we didn't live in a rape culture where survivors of rape are made fun of all the time because, seriously, I'm done with being told to "lighten up". I'm gonna punch these people one of these days and scream "who's laughing now???"

Anyway, this is getting to me today.
Another thing getting to me today: eating disorders.

Well, you might say "this is confusing, isn't this what this blog is about?" But, yeah, you know, it wasn't for a long while.

Here's the thing, and pay attention cause I'm gonna say this only once: I gained 20kg over the past three or four years. And to be honest, for quite some time, I didn't care. I like to eat, godammit! What is wrong with that?
But here's the catch: fucking society, man. Fucking society telling me, by the mouths of people I love, that being fat is disgusting and that I'm a lazy loser for not spending every waking moment trying to lose some weight.
I feel crappy about this stuff most of the time, but never like today. Today I really want to lay on the floor and cry for hours and starve myself until I'm like fifty kg thinner, and then I get really hungry and I wanna slap myself in the face and hit my head in the wall until hunger goes away, because the voice - the voice again - keeps saying "You stupid fat cunt! Why are you hungry? Feed on your godamned storage of fat that is in your belly and hips. Stupid whale."
I'm not making this up: this is exactly what the voice tells me. It's what I tell myself when I look in the mirror.

I'm a feminist and this feelings go against everything I believe. But I just can shake it. I feel like I'm on a podium screaming "Equality and liberation for all!" while whispering "Except for me. I'm bad, ugly, stupid and undeserving."

And for being a feminist, I also know what fuels this: self-destruction. I don't wanna be skinny because it's pretty. Society tells us skinny is pretty, but this is because they want us to be decorative lamp-girls, that can't speak or put up a fight or do anything other than standing here like a coat hanger, almost invisible, silent, with our mouths closed, fading away, weakened. I feel like that already with all this depression and disorders, but looking in the mirror tells me I'm wrong - I'm big and ugly and boring and broad and take a lot of space and I gotta get smaller. I gotta disappear.
Sorry if it was too long of a post, but... well, here's the thing. I don't care anymore, about pretty much anything else.
I'll try to get hunger suppressors. I'll exercise and skip meals. I'll try to get thin again the only way that ever worked for me - the destructive way.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

The good, the bad and the unhealthy

Tenho pensado muito em relacionamentos abusivos nos últimos dias. Não só relacionamentos românticos (que não são minha praia), mas principalmente amizades abusivas.
Eu costumava ter um monte delas. Eu sempre fui a amiga que todo mundo monta, ofende e abusa, mas eu nunca tinha parado pra notar isso até pouco tempo atrás. Ao longo do tempo, as pessoas me deixaram, ou eu deixei as pessoas - em geral elas me deixaram primeiro - e vejo que hoje me restaram muito poucas amizades.
Vejo tb que estou melhor sem aquelas pessoas.
 Vejam, eu reluto em admitir isso pq parece recalque, parece que to desdenhando das uvas verdes da raposa. Mas é verdade. Dia desses, falando com a ana paula, ela mencionou o quão mal eu ficava alguns dias, na época do R. E é verdade, quem me conheceu naquela época, tem noção do quão fundo de poço foi. Nas palavras de Rachel Green, there's rock bottom, 50 feet of crap, then me.
Eu ainda me sinto assim na maior parte do tempo, mas é diferente agora.
Enfim.
A coisa é que, pensando no assunto - e hj em dia eu admito o quanto o meu "não-relacionamento" com ele me fez mal - eu percebi que ele não era o único. Não era a única pessoa que eu precisava cortar da minha vida. Não era a única pessoa que, depois que foi, me deixou sentindo mais leve.
É engraçado pq em todos os casos, foram amizades as quais eu me agarrei de verdade, com todas as forças, e não queria deixar ir. E só qdo comecei esse post percebi bem o pq.
Pq me destruia, e eu amo tudo que me destroi.
~Jace Wayland feelings~
Não é amor, claro, mas eu sou obcecada em me prender em tudo que me destroi, no caso.
Amores, amizades. Anna e mia, cortes, depressão. Me diziam antigamente (Quando eu era ruim de fingir que tava tudo bem) que eu gostava de ser miserável, que eu gostava de estar deitada no chão pra me pisarem e que isso era incompreensível. Acho que tinham razão em um certo ponto, mas não completamente.
Veja, gostar de estar miserável e querer estar miserável são coisas diferentes. Eu nunca gostei de verdade de nenhuma dessas coisas. Mas isso não significa que queria me livrar delas. Eu queria sim, e muitas vezes ainda quero, continuar me refestelando no sentimento de miséria e de culpa, me odiando e me culpando e me agredindo. Eu achei que era a coisa certa, e me fazia sentir bem em uma medida, justamente por me fazer tanto mal. Pq eu sentia que eu merecia e que, me odiando, eu estava me redimindo.
Deixa eu fazer uma analogia pra quem não tá entendendo patavina (embora eu ache que, se vc está lendo um blog chamado "pro anna bunny", deve saber um bocado sobre self-hate). Tem um episódio em Os Simpsons, onde o Bart perde um jogo de baseball (não sei oq exatamente ele perde pq não entendo do jogo) mas a cidade toda começa a odiá-lo. A rejeição deixa ele tão surtadinho que, um belo dia, ele sai pichando a cidade com os dizeres "eu odeio bart simpson" e quando as pessoas o pegam fazendo isso, ele grita "Viram, eu me odeio também, igual a vocês! Podemos voltar a ser amigos agora?"
É meio que isso, sabe? Eu tenho certeza que eu mereço o mal que faço a mim mesma. Tenho certeza que, quanto mais eu me destruo, mais estou expiando algum pecado que cometi e não sei bem qual é, e mais eu fico livre pra... sei lá. Morrer em paz? Ir pro céu? Ser deixada em paz na inexistência?
As vezes me pergunto em que os abusos que sofri me colocaram nessa situação também.
Eu não quero ser definida pelos abusos.
Eu não quero ser definida pelas minhas doenças mentais.
E no entanto, quando menos espero, me pego pensando.
Será que o R. se afastou pq ele era um babaca que não ligava pros meus sentimentos ou pq eu fui uma vaca o tempo todo? Se ao menos eu tivesse ficado quieta.
Será que aquele parente me molestou mesmo ou eu imaginei coisas quando criança? Se ao menos eu tivesse trazido o assunto a tona na ocasião.
Será que a fulana e a ciclana se afastaram por serem bitches sem consideração ou fui eu que as afastei porque não cresço nunca, tenho (25 com mentalidade de 13)? Se ao menos eu tivesse sido melhor em fingir não estar deprimida, já que sou lerda e incapaz de me livrar desse sentimento de verdade.
Será que aquilo foi estupro mesmo, ou o cara não entendeu minha recusa? Se ao menos eu não tivesse saído aquela noite e ficado em casa chorando com meus chocolates.
Será que eu sou doente mesmo, ou será que sou só burra, incompetente, incapaz? Se ao menos eu me esforçasse mais.
Todas essas coisas, por mais diferentes que sejam em contextos, tiveram o mesmo resultado em mim:
me deixaram marcada e com mais cicatrizes por dentro do que por fora, mas mais que as agressões emocionais, o que me machuca sou eu mesma: essa dúvida devoradora que não consigo definir se eu realmente sofri e
estou tendo a reação humana normal às coisas ou se eu sou uma vadia reclamona que devia engolir e superar.
Claro, racionalmente, eu sei a resposta. Eu prefiro me culpar. Eu tenho todas essas reações porque sou humana, e esse é meu jeito de lidar. Assim: colocando a culpa em mim mesma, eu torno essas coisas ruins que aconteceram comigo minha responsabilidade, algo pelo que eu sou culpada, e que cabe a mim consertar - ou, em caso de não poder consertar, é a mim que tenho que punir pra cumprir uma sentença.
São coisas que são MINHA responsabilidade, minha culpa. Não coisas que fizeram pra mim. Pq se são coisas que fizeram pra mim, que não são minha responsabilidade, não tenho controle algum sobre elas, e não posso fazer nada a respeito além de sofrer e/ou seguir em frente. E não acho que eu seja forte o suficiente pra alguentar, então passaria a vida sofrendo. E esse acaba sendo meu jeito de seguir em frente: dizer pra mim mesma "a culpa é minha e tenho que lidar com isso" funciona pq aí eu tenho como me obrigar a seguir em frente mesmo morrendo por dentro.
O assunto gira, gira, gira, mas sempre volta ao controle. Pq eu não tenho fucking controle de nada na vida parece.
Enfim, eu devia fazer uma conclusão inspiradora ou horrivelmente depressiva mas vou ficar por aqui.
Coisas sem conclusão nem sentido, é meio q um retrato da minha vida.
Em tempo, eu tava falando de abusos, em parte pq o livro q to lendo agora me trouxe um bocado de lembranças. Eu acho o livro muito importante pra todo mundo no mundo, mas só saiu agora no Brasil. Chama "Fale!" da autora de "Garotas de Vidro", e se vcs tiverem preguiça de ler (não entendo, mas entendo) tem o filme de 2004 com a Kristen (diva) Stewart (saiu no brasil o filme com o nome "O Silêncio de Melinda"). É sobre tristeza, e sobre se calar sobre tudo que nos mata por dentro e sobre abusos, e sobre como a vida é uma grande MERDA muitas vezes, e como as vezes a gente só pode falar e por pra fora mesmo que ngm escute pq senão a gente morre por dentro. Eu to lendo de hipócrita pq tudo que me mata por dentro, vai continuar me matando e eu não vou fazer nada sobre isso, além de escrever em um blog escondido nos confins da internet sob um pseudônimo, e sempre em meios códigos.
Mas acho importante passar a mensagem pq talvez vcs não sejam como eu e talvez a solução pra vcs seja falar mesmo, e por pra fora tudo que lhes machuca por dentro.
(Trigger Warning/Aviso de Conteúdo: o livro/filme fala sobre abuso sexual, bullying e depressão)
Enfim. Já falei demais. Sorry for anything.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

???

Se não voltei aqui não foi falta de vontade. Eu falo em excesso, todo dia, sobre meus problemas, mas só com a Ana (Paula, não a "anna" etérea, rs).
Mas vir aqui e tentar juntar em palavras pra pessoas que não me acompanham todo dia é diferente. Me dá a dimensão do vazio que eu tento preencher de coisas - ou da imensidão de coisas que me jogam no vazio. Eu sei que por aqui algumas pessoas já estão desistindo de ler, porque não to falando coisa com coisa, e no entanto, na minha cabeça faz todo sentido. E isso é um bom resumo do que tem sido minha vida nos últimos tempos - um amontoado de coisas e um vazio ao mesmo tempo, uma indecisão entre querer mais e querer menos, onde a única certeza é: não to feliz como estou. Mas não sei o que - ou se - quero mudar.
*mais coisas sem sentido, Bunny*
Isso só colabora pro meu isolamento. Me sinto mais segura quieta num cantinho do que dando a cara a tapa, e isso me faz feliz. Poder empurrar com a barriga mais hoje, mais amanhã, mais uma semana, mais um ano. Percebi agora que tenho feito isso por cerca de dez anos. Mas nunca nesse nível.
Antes tinha metas pra ser adulta - terminar o colégio, terminar faculdade, arrumar emprego. Como nunca ia arrumar namorado, não listei marido e filhos. And that was that. Cumpri a To-Do list da vida e... e agora?
Não é nem a questão de não ter sonhos e pá, eu tenho. Mas antes eu tinha desculpas. Eu não podia parar pra pensar noq eu queria pq eu tinha que fazer essas coisas. Agora é mais difícil. Eu ainda empurro as coisas com a barriga (imensa que tenho), mas não posso deixar de reconhecer que to procrastinando.
É mais pq não quero admitir a derrota pro mundo adulto, conformado e sem sonhos, mas tb não quero sonhar pq já quebrei a cara vezes demais.
Como falei, não sei oq quero.
Acho que só vim postar pra atualizar, pq não consigo mais me expressar como gostaria a respeito...

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Eu tinha um bom título mas esqueci

(Minha mente sempre foi bagunçada, mas ultimamente está batendo um record.)
Ninguém nunca me disse o que fazer nessas situações. A vida toda me deram um manual e só hoje em dia percebi que o equipamento era outro.
Me disseram que a vida funcionava assim: Eu devia estudar bastante, fazer uma faculdade de achar um emprego que pagasse bem. Eu devia me esforçar sempre pra ganhar bem, o melhor possível, mas hey, tinha que ser numa área que amo, porque não ia querer ser uma profissional medíocre (senão não ia ganhar bem).
Me disseram que ao longo do caminho eu teria namorados, e um dia acabaria me casando e tendo bebês (antes dos trinta, de preferência, Bunny, porque depois a sociedade te convence que você tá velha, mesmo que você possa estar nem na metade da vida)
Me disseram também que a chave para realizar sonhos não era só talento ou sorte (embora sejam importantíssimos, Bunny!) O principal era a persistência. Eu deveria lutar pelos meus sonhos ou morrer tentando (caso contrário eu mereço o fracasso).
Claro, eu devia ter desconfiado do manual de instruções da vida quando percebi que ele dizia "pra emagrecer basta força de vontade!!!" sendo que não importa o quanto eu queira eu acabo cedendo a comida, e só o que consigo então é a sensação de fracasso. Mas essa é a coisa sobre o manual de instruções: ele te diz que se você não consegue lidar com as coisas como ele manda, você é um fracasso, mesmo. Se você não consegue configurar o equipamento mesmo seguindo as instruções do manual, a culpa é sua, não do equipamento.
É, isso tá parecendo um post motivacional. Não é. Não vou ficar dizendo pra vcs se libertarem das amarras do manual de instrução. Vocês provavelmente podem mas, hey, esse é meu cantinho egoísta da internet. Então, sim, tem milhões de pessoas que socam a caixinha onde foram colocadas até vencerem suas limitações. Tem gente que tá por aí dando palestras motivacionais e sambando na cara da sociedade porque se deu bem apesar dos pesares... mas vejam, a coisa é a seguinte: eu acho que minha vida fica mais fácil se eu aceitar logo que eu sou uma dessas pessoas. Que existem pessoas cujos sonhos nunca vão se realizar. I mean, seriously. Eu sei que não devia ficar aventando isso (devia guardar pro outro blog mas ele não tá pronto) mas com tanta gente nesse planeta, tem um monte que vai atrás dos seus sonhos. Não é possível que TODOS se realizem, e eu sinceramente acho bom pra mim aceitar isso.
Ainda mais nesse mercado. Se eu ganhasse um real pra cada vez que vejo um editor favorecendo um autor que é amigo pessoal enquanto diz por aí que dá oportunidade para estreantes (sem dar), eu provavelmente teria o dinheiro pra publicar por uma dessas editoras grandes (que tb dizem apoiar os autores iniciantes, mas só sob um contrato bem gordo).
"Mas Bunny, quanta armagura!"
É, o problema é bem isso.

Eu não sei como viver assim. Nunca aprendi, apesar de viver assim há 25 anos. E nesse momento, só queria uma direção sabe?
Eu odeio meu trabalho, odeio minha vida, odeio meu corpo, odeio a mim mesma. E por mais que ouça o tempo todo como eu sou inteligente e como é só querer pra sair dessa situação, nada é tão simples. Eu passei 25 anos me encolhendo em um cantinho com medo de ser chutada e toda bendita vez em que tentei mudar as coisas por mim mesma eu me ferrei. Sério, não consigo nem trocar meu plano de internet sem arranjar uma dor de cabeça e não ter nunca o problema resolvido. É como se o mundo todo gritasse o tempo todo pra mim voltar pro meu cantinho e parar de tentar falar mais alto pq eu devia dar graças aos deuses por ser TÃO abençoada.
O que fica difícil de explicar pras pessoas é que não importa o quão "abençoada" eu seja, eu me sinto mal, e não é algo que eu possa controlar. E além da depressão, eu sinto uma culpa enorme por estar tão deprimida sendo tão "abençoada".
E eu não consigo mais, não consigo, e só o que todo mundo ouve é "não quero". Como se me faltasse vontade ou força de vontade ou como se eu não lutasse o bastante. E eu to começando a acreditar neles porque me odeio demais pra conseguir botar a culpa em uma doença e não em mim mesma.

Obrigada a todas que me deram uma mão no post passado, but really, não é que eu não acredite em vocês. É que toda vez que acreditei em mim mesma dei de cara no asfalto.